EUROPEIAS

AMIGO (E)LEITOR: VÁ LÁ VOTAR

ANTES QUE TENHA DE PAGAR AS FAVAS

Muitos automóveis estacionados na Praça do Município, ao meio-dia, mas era para a missa no Colégio.

Faltam quase duas horas, há tempo suficiente para esquecer o propósito de se abster. Vá lá, chegue-se às urnas. É que os fulanos do tacho preparam-se para fazer dos eleitores o bode expiatório para o fiasco deste dia de decisões europeias.

Como se prevê uma fenomenal abstenção, eles têm já preparadas as discursatas da noite para justificar os respectivos fracassos eleitorais.

Ou seja, a Direita vai acusar os abstencionistas dos votos dados que aparecerem na esquerda. Do outro lado, raciocínio recíproco.

Eles empenharam-se este tempo todo à procura de garantir os assentos dourados, seus ou dos correligionários. Repare que o Grande Meio Chefe, que normalmente passa edições e edições do JM a desancar na Europa vergalhada de criar bicho, passou a campanha cantando os altos benefícios do sistema europeu. Ainda hoje,  à margem das urnas, agitou o papão da ditadura, que chegará de comboio caso o povo não coma a papinha toda, perdão, se os escravos não forem votar.

Do outro lado, rapazes que diariamente fazem política anti-europeia, pondo em destaque um monstro com cabeça em Bruxelas que só serve para tirar dinheiro aos pobres e enriquecer os corruptos, vieram estes dias suplicar ao povo que vote numas eleições que afinal são importantíssimas, já que é a Europa quem nos dá o céu e a terra - dizem esses bons rapazes.

Se o caro Leitor-eleitor não quiser ouvir das boas logo à noite na televisão, corra direito à urna e meta lá o papel, mesmo em branco. Números altos da abstenção levam a gente ao calvário, não duvide.

Sim, sim, eles vivem da política, mas os culpados da miséria em que o país e a Madeira se encontram é por culpa do Zé, porque se marimba para as eleições e, quando vota, não sabe votar.

Uma nota final: será interessante ver o PPD-M e o PS-M meterem os pés pelas mãos nas respectivas sedes, consoante os resultados. Mesmo os que têm a cabeça a prémio, caso percam, dirão que foi o árbitro... e a abstenção.

A Rua do Castanheiro (eleitores de São Pedro) esteve um deserto.

Na Câmara (eleitores da Sé), umas pessoazinhas.