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quarta-feira, 21 de setembro de 2016

'Paz podre' na Tabanca





TUDO TRANSPARENTE E REGULAR
NA COMUNICAÇÃO TRIBAL




Governo, autarquias e oposições dão cabal razão a Carlos Magno


Conferência cheia de 'transparência'.



O patrão da ERC veio aí convidado para uma conferência da UMa sobre 'Plataforma de Transparência para os Meios de Comunicação Social' e, em compensação, sentenciou que, agora sim, a comunicação social na Madeira está 'regular'. Mais objectivamente: que a situação actual da comunicação social na Madeira já está a funcionar com "normalidade". 
Vindo de quem vem, ou seja, do patrão da entidade reguladora a quem pagamos para ficar à lareira de pantufas e falar pelo ar, a leitura da situação regional vigente consubstancia um daqueles axiomas basálticos do tempo em que os animais falavam cá na Tabanca. Quando toda a gente via que era verde e tinha de funcionar como se fosse amarelo. Costume que não morreu, de resto.
Para o sr. Carlos Magno, patrão da ERC, o importante é que passaram à história os tais atritos criados amiúde na Região e que frequentemente metiam a dita Entidade ao barulho. Como se as suas funções não contemplassem as chatices do jornalismo! Assim: se terminaram com as maçadas e os sarilhos para a ERC, está tudo "normalizado" na Madeira, ponto final.
De modo que o cavalheiro, depois de um tempinho em clima temperado e azul, dobra a Ponta de São Lourenço e regressa à capital satisfeito com as conclusões judiciosas e incontestáveis que deixou na Tabanca tribal para vigorarem como lei. 
Mas... pensando um pouco, o homem tem razão. Também para as diversas forças civis da Região, as coisas na comunicação social (que não jornalismo) estão regulares e normalizadas. A paz podre impera no quotidiano mediático. Ninguém diz 'mal' de ninguém, e isso é o que se quer, para não estragar o permanente ambiente de arraial. Prova disso é que os poderes instalados, do legislativo ao executivo, passando pelas autarquias, não têm razões de queixa. Outrossim, as ditas oposições não vêem ponta por onde pegar, ao contrário do tempo em que apareciam várias vezes por dia, muitas vezes com chachadas, em todos os media e ainda encontravam motivos para se queixar dos 'vendidos' que lhes davam voz e espaço a rodos - e eram queixas à ERC, em comunicados violentos, conferências de imprensa e em espampanantes acções de rua.
Se ninguém - nem governos nem oposições - dá hoje à ERC os montes de trabalho que havia no tempo da Maria da Fonte, então, sim senhor, temos toda a 'Transparência nos meios de comunicação social' cá na Tabanca do Establishment. E passemos à edição seguinte, a contado.

PS 1 - A 'Transparência' está para durar. Sérgio Marques até acha que algum empresário maluco, pegando no JM mesmo ao preço da chuva, ainda se submeterá aos critérios editoriais que o secretário dos jornais diz serem condições de venda! Desgoverno inteligente!

PS 2 - Ainda Sérgio. O homem anda prometendo apoios aos diversos órgãos, fazendo salivar as caixas registadoras dos ditos. Fá-lo para manter o 'pluralismo' - onde é que já ouvimos esta? E a gente a julgar que já existem apoios a mais, pelo que se vê diariamente com toda a 'Transparência'! Mas acho bem que, depois de tantos anos de quaresma, boicotes e asfixia, no tempo das queixas à ERC, optem sim senhor pelos subsídios em 'massa'. 'Não há miséria que não dê em fartura.'

8 comentários:

Anónimo disse...

Calisto,

Esses critérios editoriais caem depois do JM ser comprado a preço da chuva, após o governo assumir o passivo.
O grupo Sousa será o futuro dono do JM. O assunto já está a ser tratado.

Anónimo disse...

Mais uma acha para a fogueira que vai queimar este DesGoverno. Ultimos tempos é so somar e avançar.

Anónimo disse...

E viva o Admirável Mundo Novo do pluralismo informativo financiado a peso de ouro pelo erário público, com encartes, publicidades e receções a jornalistas. Agora sim, o povo está esclarecido.
Valham-nos pessoas como o Calisto e muitos outros nesta terra que não têm memória curta e sabem ler um jornal.
Atrevo-me a dizer que no passado haveria maior pluralismo informativo do que hoje. Sob a capa da liberdade de expressão, com o beneplácito e cumplicidade de uma certa pseudo-intelectualidade insular, montaram muito bem a encenação. Apesar do critério faccioso e caciqueiro do Jornal da Madeira no tempo do Alberto João, o que é certo é que hoje as coisas não estão em nada melhores.
No Admirável Mundo Novo acabou-se a perseguição aos jornalistas e às redações. De ambos os lados da Rua Fernão Ornelas, irradia transparência e transpira isenção e rigor.
Na era da Mudança o dinheiro fala mais alto do que nunca e marca a espetacularidade do título, a dimensão da parangona, a exuberância da imagem e a inocuidade e vazio informativo!
Casa onde há pão, ninguém ralha e quem paga tem razão!
O resto é treta!

Unknown disse...

Veio cá passar um atestado de analfabetismo aos indígenas! Basta ver na caixa de ressonância da voz do dono em que está transformada a RTP-M, o DN, o JM, as rádios públicas e privadas... As baboseiras que os jornalistas gatafunham para encher chouriços, os articulistas e os comentadores convidados... E finalmente, a capacidade reivindicativa do público a quem se dirige a comunicação social insular! Uma tristeza...

Anónimo disse...

Transparência e mundos paralelos!

O JM e o DN devem ter acompanhado Assunção Cristas em visitas distintas à ilha.
O JM cita, na primeira página, a líder do CDS/PP: "Costa tem que cumprir com a palavra", acrescentando que Assunção Cristas declara apoio sem restrições à construção do Hospital da Madeira.
O jornalista do DN diz-nos que Assunção admite que falou "ao de leve" sobre outros dois assuntos...
Admite que falou "ao de leve"???? O jornalista não estava no local???
Continuando, falou "ao de leve" no subsídio de mobilidade e os apoios ao novo hospital.
No entanto, continua o jornalista, "preferiu não tecer grandes considerações e centrar a visita nas consequências dos incêndios".

Há muito que se percebe que a transparência é "longa e demorada" quando toca aos Paços do Concelho e passa "ao de leve" pela Quinta Vigia.

Anónimo disse...

Tudo manipulado nesta terra, a vida pessoal, o local de trabalho, os telefones, os computadores, os colegas feitos pides que informam as chefias, os telemoveis pessoais controlados, vivemos em pleno clima de terror ditatorial como nunca se passou nesta terra, casos flagrantes da ALM e outros organismos da Madeira.

Anónimo disse...

Sem malicia europeu. outro 300.

Anónimo disse...

Tem razão senhor Calisto a comunicação social na Madeira está carunchenta e mal se aguenta em pé