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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Por falar em Max Römmer...


O JM publica hoje a triste notícia de que há uns frescos do pintor alemão (que tão bem saboreou e deu a saborear as cores da Madeira) já despachados para o congelador. Um recente pronto-a-vestir no local tratara das pinturas de Max Römer de modo a poderem ser novamente apreciadas. Vem agora o Crédito Agrícola instalar-se naquela esquina e volta tudo à primeira forma, segundo o JM: frescos emparedados. Como chegámos a tempo de mostrar no Fénix aqueles pedaços de obra do artista alemão, reproduzimos aqui a reportagem para quem quiser rever o que está de novo 'encostado à parede'... pelas costas da parede, claro. Não esquecer, pois, que este é um trabalho antigo e absolutamente desactualizado. A CMF e a DRAC podem continuar a dizer que não conseguem fazer nada. Ou então peçam ideias e autorizações a Lisboa, que é o que está em moda.




FRESCOS DE MAX RÖMER
NO CORAÇÃO DO FUNCHAL







Se emociona percorrer as salas do Centro das Artes, Casa das Mudas, e apreciar a exuberante colecção de quadros com memórias da velha Madeira registadas no traço deslumbrante  de Max Römer, imagine-se o que arrepia contactar ao vivo com vários frescos da lavra do celebrado pintor alemão, numa moderna loja de roupas da capital madeirense!

É essa sensação intensa e estranha que nos proporcionam as paredes delicadamente tratadas da 'Fashion District', pronto-a-vestir na Rua da Sé com vista para a Praça Colombo.
Um desses frescos de Römer eterniza o lendário comerciante Luís Gomes da Conceição, que lançou no último quartel do século XIX uma cadeia de negócios para perdurar até aos nossos dias.
Luís Gomes da Conceição morreu durante a I Grande Guerra, em 1916, mas a sua descendência deu sequência aos negócios que ele criou e desenvolveu apoiado sobretudo pelo filho Romano Santa Clara Gomes, licenciado em Direito e também comerciante e proprietário, além de deputado nacional eleito pelo Partido Regenerador.
No seu tempo, Max Römer foi chamado a valorizar as instalações do grupo Luís Gomes da Conceição, o que fez com a mestria que o distinguiu. 
Hoje loja de roupas, aquela casa foi inicialmente casa expositora e vendedora de vinhos e depois loja de candeeiros.

Os quadros nas paredes, que estavam cobertos por pladur a fim de não se estragarem, foram recuperados recentemente na medida do possível. Um deles encontrava-se completamente degradado. 


Valeu a pena. Pior seria se se fizesse ali como quando foram descobertos uns frescos do artista alemão nas paredes de uma antiga capela do Funchal. Nesse caso, o barão da Madeira Velha que queria montar betão no local para vender apartamentos subestimou o trabalho de Max Römer, alegando: "Pinturas dessas ele fazia num instante por um bagaço."

Ninguém fica indiferente ao apreciar os trabalhos do pintor e decorador mais famoso da Madeira, na 'Fashion District'. Presume-se que sejam hoje os únicos frescos de Römer nesta cidade. 
Praça Colombo / Rua do Sabão / Rua da Sé. No coração da baixa. 







3 comentários:

Unknown disse...

Não sei a autoria dos mesmos, mas os frescos que ornamentavam o Palacete da Rua da Carreira, nos nºs 126, 128 e 130 que há uns anos atrás foi tão barbaramente remodelado… "Um povo sem memória do passado não merece ter futuro."

Anónimo disse...

Luís Oliveira o que propões para não haver futuro?

Anónimo disse...

Havia belíssimas pinturas de Max Romer no lindo palacete dos Menezes, na Calçada da Encarnação que foi demolido nos anos oitenta pelo Sanitas, o famoso cacique do PSD/Madeira. Na ilha dos vilões destrói-se património a um ritmo maior que na Síria.