Desmontando o Savoy
(sem o demolir, claro)
É o prato do dia. Antes, todos criticavam o eterno buraco deixado por Berardo, entre a Av. Infante e a Imperatriz, quando decidiu mandar abaixo o caquéctico Savoy. Então, apoiava-se uma obra hoteleira que proporcionaria desenvolvimento económico, financeiro, laboral, cultural, futebolístico, paisagístico e até físico-químico. Bem: Avelino quis, os poderes aprovaram, a obra nasceu. Agora, com o dito mastodonte ali despido, com o cavername à vista, os ossos cheios de cimento crespo, ainda sem os bosques verdejantes em redor - aqui d'el rei que é preciso descobrir o malandro que autorizou a desgraça.
Pronto, lá estamos nós no tradicional jogo do empurra câmara-governo, governo-câmara.
Se o nosso inesquecível Amigo José Lino fosse vivo atirava-lhes logo com a sua lapidar frase do centro de massagens: Querem ver que...
Depois das entrevistas, debates, conferências, simpósios, colóquios, branqueamentos 'jornalísticos' na 'comunicação social' da praça, com montagens muito bem idealizadas, propomos aqui um exercício analítico para fazer um pouco de luz sobre o negócio obscuro, salvo seja. Para não dizerem que o Fénix só diz mal.
Os bota-abaixo doentios têm baseado a verborreia ressabiada nesta imagem acima, que, de facto, mostra o raio de um monstro gigantesco a descer ameaçadoramente sobre a pobre cidade, ficando a ideia de que dentro em breve estará tudo em cisco debaixo das patas do medonho animal de cimento.
Mas por que não se há-de abrir um pouco o ângulo? A coisa já fica um pouco diferente.
O observador continua a achar mal o edifício em construção ao centro da imagem. Mas não deixará de fazer referência ao penhasco do príncipe Renato, que se reequilibra com o Savoy em fealdade. Isto para não falarmos nas geringonças à entrada da Pontinha e nuns blocos de cimento residenciais e hoteleiros em torno do amaldiçoado Savoy, que também borram a fotografia e não pouco.
Já agora, por que não abrir ainda mais o plano - oh manipuladores mal intencionados de imagens?
Atentem nesta panorâmica, se têm coragem. Que defeitos urbanísticos há que evidenciar aqui? Apesar de o famigerado edifício do Avelino estar ainda no osso, olhem que temos aqui um caso em que o roto não pode falar do esfarrapado.
Estamos a ouvir os fundamentalistas: aproxima essa máquina fotografeira do objectivo e não disfarces o mamarracho - ou já tens suite reservada para uma semana?
Certo, aproximemos-nos das obras em curso. Admitimos que alguma vizinhança possa estar apreensiva com o que lhe está a cair em cima do tecto.
O betão armado até aos dentes dá a impressão de abafar tudo à volta, mesmo a pobre vegetação da zona e as vias pedonais e motoras.
Não nos custa nada reconhecer que, como está a ficar, o ambiente à volta da construção não é o mais agradável do mundo.
Mas é preciso relativizar as coisas. Por exemplo, perante o ataque do DN/Blandy a estas construções no centro da cidade, ilibando os hotéis à beira-mar, mesmo nas sagradas falésias, não percebemos por que diabo o JM do Avelino ainda não fez uma manchete a perguntar para quando uns rebentamentos de gelamonite a mandar abaixo a Capela da Penha de França e uns cortelhos pseudo-turísticos que irão tapar a vista dos futuros hóspedes do Grande Savoy Hotel. Reveja a imagem melhor, por este prisma: que monstrinhos são aqueles à frente do pobre Savoy?
Sempre é verdade que quando a gente quer pegar com as pedras...
Aviso - Se, com base neste bem estudado e fundamentado 'parecer' do Fénix, os especialistas mandarem fazer modificações de fundo em obra, fica combinado: se as alterações derem certo, fomos nós a sugerir; se derem barraca, nada temos a ver com o caso, porque aqui não temos engenheiros nem arquitectos...
10 comentários:
Só falta dizer que a culpa é da capela Penha de França e das moradias unifamiliares da rua Imperatriz D. Amélia, Av. do Infante e rua do Favila!
É pena em vez de comentar não poder mandar umas fotografias com os vários ângulos do Savoy. Variam entre o horrendo e o horrível
Até o Photoshop tem dificuldade em tornar bonito o muito feio
"O Avelino quis, os poderes aprovaram a obra nasceu"
Não é verdade.
Os poderes não aprovaram a obra que lá está a nascer.
A camara não aprovou o aumento da área de construção e tinha que aprovar, ao contrário que diz a câmara em comunicado, pois em relação à licença prrrofada há mais área de construção, há mais área para efeito de índice, há mais área de implantação, há mais quartos...
A Secretaria do Turismo em comunicado negou frontalmete que tivessem sido aprovados mais quartos que os aprovados em 2009.
Investigue-se.
Embargue-se
Claro que só falta a "advogada de defesa" Violante e respectivo a acusarem o Albuquerque e o "arquitecto engenheiro" Prada a acusar o Cafofo! E lá vão os tolos, quais bolas de ping-pong, assistindo a tão doutas e isentas opiniões!
Leiam o artigo do Prada se quiserem saber a verdade mas é!
Meu Caro Luís Calisto
Não tencionava voltar à liça, mas face ao ruído decidi voltar. Não estamos ainda perante uma obra acabada, mas falta pouco para isso.
Conquistada a Autonomia os partidos, particularmente PPD e PS, pugnaram pela defesa dos interesses do Povo. O PPD distinguiu-se pela "Obra Feita" exibida à exaustão em períodos pré-eleitorais.
Esta "Obra" pode unir os madeirenses à volta da Autonomia. Ela não tem interferência dos "cubanos" - é totalmente Made in Madeira - com a colaboração dos dois principais partidos e uns salpicos para o CDS.
O desavindo PPD unir-se-ia à volta da "obra", pois ela vem de antes de 2015. O PS, não desaprovando, tem todo o direito de associar-se a ela.
Finalmente, para pensarem, quando se deixam de tretas e pensam em quem vos elege?
Está aí uma bronca para rebentará.
O melhor está para vir que é um chorudo pedido de indemnização do promotor à Câmara Municipal do Funchal.
O Secretário Regional do Turismo no seu recente comunicado foi claro. Chamou mentiroso a Cafôfo. Escreveu e sublinhou que o último contacto que a secretaria do Turismo teve com este processo foi em 2009.
Ou seja, Cafôfo quando prorrogou a licença em 2015 não solicitou parecer ao Turismo e deveria e pior que isso quando está a permitir que a construção se faça com mais de 100 quartos que a licença de 2009, com base num requerimento que entrou na Câmara do Funchal em Março deste ano e que nunca foi aprovado na Câmara do Funchal, também não objecto requereu o devido parecer da secretaria do turismo.
E não é que o Novo POT, recentemente aprovado na Assembleia Legislativa Regional não permite hotéis com mais de 80 quartos a não ser em circunstâncias que não se aplicam neste caso. E não permite aumento de capacidades em quartos a não ser em situações em que já havia capacidades já aprovadas, o que não se verifica.
Ou seja, mesmo que a Secretaria do Turismo estivesse com vontade de branquear a Câmara do Funchal de Cafofo, aprovando a nova capacidade, a lei não lhe permite.
Em resultado, não estou a ver como será esta obra licenciada, como se poderá sair deste imbróglio.
Com perto de 150.000 milhões de euros investidos já no terreno e na obra, o promotor tem toda a legitimidade em se virar para a Câmara do Funchal e pedir responsabilidades.
E agora Cafôfo?
Eu sou da mesma opinião que o srº Dionísio Andrade, todos presos, os actuais e anteriores responsáveis por esta aberração urbanística.
Vai ser mesmo preciso desmontar.
O melhor está para vir que é um chorudo pedido de indemnização do promotor à Câmara Municipal do Funchal.
O Secretário Regional do Turismo no seu recente comunicado foi claro. Chamou mentiroso a Cafôfo. Escreveu e sublinhou que o último contacto que a secretaria do Turismo teve com este processo foi em 2009.
Ou seja, Cafôfo quando prorrogou a licença em 2015 não solicitou parecer ao Turismo e deveria e pior que isso quando está a permitir que a construção se faça com mais de 100 quartos que a licença de 2009, com base num requerimento que entrou na Câmara do Funchal em Março deste ano e que nunca foi aprovado na Câmara do Funchal, também não objecto requereu o devido parecer da secretaria do turismo.
E não é que o Novo POT, recentemente aprovado na Assembleia Legislativa Regional não permite hotéis com mais de 80 quartos a não ser em circunstâncias que não se aplicam neste caso. E não permite aumento de capacidades em quartos a não ser em situações em que já havia capacidades já aprovadas, o que não se verifica.
Ou seja, mesmo que a Secretaria do Turismo estivesse com vontade de branquear a Câmara do Funchal de Cafofo, aprovando a nova capacidade, a lei não lhe permite.
Em resultado, não estou a ver como será esta obra licenciada, como se poderá sair deste imbróglio.
Com perto de 150.000 milhões de euros investidos já no terreno e na obra, o promotor tem toda a legitimidade em se virar para a Câmara do Funchal e pedir responsabilidades.
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