Inclusão ou Exclusão social?
Terça-feira, 4 de Julho, 7h45, Zona Velha. |
Já sabemos que é um problema universal, uma chaga social que afecta cidades das mais bem pintadas por esse mundo fora.
Também sabemos que o povo relata o que está mal e não vê o bem que os políticos fazem (!).
Sabemos de cor e salteado que sim, talvez, pelo contrário e essas coisas todas dos discursos retóricos.
Sabe-se ainda que, segundo a reza dos tempos da 'velha senhora', há sempre vampiros a utilizar a desgraça alheia para fazer política, muito mais quando cheira a eleições.
Mesmo assim, tornamos a perguntar: Sra Secretária Rubina, como é que se chama mesmo a sua Secretaria Regional?
18 comentários:
Há dias um indivíduo pediu-me dinheiro junto ao mercado. Preguntei-lhe para quê. Respondeu que era para comer, pelo que lhe disse que entrasse comigo num bar que eu deixaria paga a refeição. Recusou.
Evidentemente não era para comer que queria dinheiro.
Como este que relatei, há vários casos de individuos que se recusam a ir a instituições que lhes dão alimentação, mas que também exigem, e bem, que tomem banho e mudem de roupa, que lhes é dada.
Infelizmente, estes casos só poderiam ser resolvidos com medidas compulsivas. Tal não é possível aos governos fazer, até porque num estado de direito a lei não o permite.
Sem querer branquear nada, quero apenas dizer que há casos em que uma intervenção é quase impossível, ou mesmo impossível de todo.
Desculpe, Sr. Comentador, mas é tempo de deixar cair a errada teoria de que as autoridades não podem agir compulsivamente quando os sem-abrigo recusam ajuda. A Lei não obriga TODOS os cidadãos a respeitar os direitos dos outros? Vaguear por aí com aquele aspecto e sem tomar banho não incomoda a sociedade que paga impostos para resolver esse e outros problemas mais? Se o desgraçado não quer receber ajuda, ajudemo-lo compulsivamente a atenuar o seu drama. Um assassino ou ladrão é também um desgraçado, mas nem por isso deixa de ir dentro... compulsivamente.
A verdade é que incomodam muito as desculpas dos políticos para passarem entre os pingos da chuva. Se os políticos eleitos não têm a obrigação de resolver problemas, mesmo os fracturantes, estão a receber ordenado para quê? Para, ao fim de quatro anos de mandato, continuarem a dizer que os problemas vêm de trás? Se não podem fazer nada, sejam honestos e zarpem do porto. Se estão ali para festinhas e retratos, às tantas até um sem-abrigo faz isso... sem ser compulsivamente.
Vejamos a questão dos "I"migrantes-pedintes, profissionais altamente qualificados, que caem aqui sem sequer saber falar português, e que ficam ali a "esmolar" desde o Mercado, passando pela Sé e até à Avenida do Mar, exibindo seus corpos mutilados e membros amputados, alguns em cadeiras de rodas até, sem que as autoridades mexam uma PALHA!!! Trata-se até de uma falta de respeito atroz para com os pobres e até para com os deficientes da nossa Região, que apesar de passarem mal, com pensões de miséria de 200 euros por mês, mas que não se entregam à mendicidade e tentam sobreviver - com muito custo é certo - mas com muita dignidade, ao contrário destes estrangeiros que vêm lá dos regimes totalitários de Leste, e que conspurcam a nossa cidade, prejudicando o nosso destino turístico que precisa deste setor como do pão para a boca!!! É tempo de acabar com esta Máfia e, de convidar estes senhores e os seus agentes a sair COMPULSIVAMENTE DA MADEIRA!!!!
Caro Calisto,
Percebo a sua ideia, o seu incómodo, e até o seu desejo que todos os sem-abrigo pudessem ser encaminhados, mesmo que compulsivamente para instituições de apoio. Mas, na verdade, ninguém pode, compulsivamente obriga-los a isso, contra a sua vontade. Não são criminosos, se não cometeram nenhum crime, pelo que juridicamente não há volta a dar.
A única forma de tratar estes casos é com o trabalho de rua, daqueles que lidam diariamente com estes indivíduos. Muito têm associadas patologias psiquiátricas, e só esse trabalho diário os pode ajudar.
Felizmente têm sido conseguidos casos de sucesso, tirando pessoas da rua. Todo o trabalho é pouco.
Esta é uma situação que nos incomoda, que nos pode chocar, mas que existirá sempre, em todo o lado, até nas metrópoles mais ricas.
Senhores o carácter compulsivo só é legalmente admissível se o sujeito estiver a por em risco a vida dele ou terceiros. Infelizmente apesar de ás vezes parecer, o cheirete ainda não é considerado arma proibida pelo Código Penal.
Amigo Calisto, não é bem assim! É preciso analisar bem o estado de direito, e ainda não há leis que proíbam a mendicidade! Embora compreenda o seu ponto de vista. Recomendava que fosse ao terreno falar com eles e depois manifestasse a sua opinião!
Senhores, obviamente não são os sem-abrigo que me incomodam, eles são pessoas, como nós somos, como eu sou. Quem incomoda são os responsáveis que se desresponsabilizam agitando uma qualquer teoria sobre legalidades. O suicídio é legal? Que estão aqueles desgraçados a fazer na sarjeta indigna se não suicidarem-se em lume brando?
Mas respeito todas as opiniões.
A realidade infeliz é esta e é preciso lidar com ela. Infelizmente não existe um plano de acção, nem medidas de emprego, nem medidas de inclusão social. Não se sabe nada, não se estabelece nada. O trabalho da Secretária é complicado mas ela está lá a ser paga para isso. Na prática, veem-se cada vez mais situações destas. Basta andar na zona velha, na rua do carmo, Anadia, frente à Sé, em Cª Lobos na baixa, só alguns exemplos que vejo diariamente...
NÃO EXISTEM MEDIDAS, NÃO FORAM TOMADAS QUAISQUER MEDIDAS. Esta é a triste realidade. O governo tem responsabilidade, não é uma questão legal ou de que pode ou não pode. O Governo se quiser, PODE. Não é uma questão política, é uma questão humanista.
Aqui estou com o Sr. Calisto, um sujeito que recusa ajuda para abandonar a sua condição de sem-abrigo não pode estar mentalmente sano. E, sendo um leigo nas leis, julgo que o seu internamento compulsivo deve ser possível.
A questão é que não dão votos "por ser mulher" nem dá para metê-los todos num autocarro para deslocá-los às suas mesas de voto. ..
Deveria haver alguma forma de erradicar os pedintes profissionais que estão na rua há muitos anos, como aquela senhora que pula da rua Fernão de Ornelas à Placa Central e todos os que se concentram na porta da Sé, só por referir alguns que não necessariamente cheiram mal mas vivem por conta da boa fé das pessoas, já não só por necessidade mas como ocupação de vida
O suicídio (tentativa) já foi punido com pena de morte, agora já não é.
O problema é que se andou durante 40 anos a difundir a ideia que isto era um "po(l)vo superior, e vivíamos na Singapura do Atlântico, quando não passávamos de uns pelintras a pedir dinheiro aos outros, criando uma dívida monstruosa que levará mais de 100 anos a pagar, hipotecando irremediavelmente o futuro dos nossos filhos, netos, bisnetos, trinetos e quadrinetos! Este falso "pugresso", foi para encher a "mula" dos "tubarões do betão" todos eles ligados ao PPD, desequilibrando um desenvolvimento, que deveria ser sustentável, que é o que se passa a nível de países da escandinávia! Com melhor distribuição de riqueza, e com instituições ao serviço dos mais desfavorecidos! Quando a Segurança Social aluga apartamentos em zonas de luxo no Funchal, e vamos a saber são de pessoas ligadas, ou ex-funcionárias dos mesmo serviço, algumas já reformadas, está tudo dito! A quem serve estes alugueres?
Medidas compulsivas com os sem-abrigo não são possíveis legalmente, a menos que aqueles cometam algum acto de índole criminal.
Mesmo que desejemos, não é possível.
Ao contrário do acima afirmado num comentário, várias medidas têm sido tomadas e muita coisa tem sido feita. Não tem visibilidade, não dá votos, mas é um trabalho feito diariamente, às vezes de forma até penosa, quer por profissionais, quer por voluntários (onde me incluo).
Por conhecer a realidade, sei o que tem sido feito. Não sou politico, nem a política me interessa, mas devo ser justo.
A questão dos sem abrigo é uma questão complexa.Há boas vontades, há pessoas que sendo voluntárias, ajudam e colaboram para atenuar o problema e dar dignidade ao viver destas pessoas.Mas a inclusão, é uma forma de actuar muito mais vasta e pluridisciplinar.Os poderes públicos, com o dinheiro dos contribuintes, têm obrigação de aplicar medidas inclusivas, têm de ser capazes de fazer da inclusão um caminho sem paragens e muito menos sem retorno.Não há receitas para solucionar as questões,as pessoas têm histórias de vida diferentes. Sem equipas multidisciplinares não se chega ao fim.
A Leal não resolve os velhos que estão asilados no hospital quanto mais os sem abrigo pffff
pf elucide-nos com essas grandes acções. Até podem existir (?) mas resultados não se veem.
A leal já conseguiu resolver o problema de 30 sem abrigo , se fosse fácil de resolver ( não estou a falar de meios financeiros ) , já todos estariam no bom caminho , mais tem uns que se recusam a ser ajudados as equipas tentam e tentam mais nunca desistem de ajudar
Resolveu o que? Quem resolveu foi a sopa do cardoso ela só oportunisticamente cavalgou a situação para ganhar dividendos políticos
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