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terça-feira, 16 de julho de 2019

'Francelho' ao ataque



MELINDRE OU ORGULHO NEURÓTICO 






Se existe algo que nos atrapalha a vida, essa coisa é o melindre. Melindre, segundo o dicionário Priberam, consiste na tendência para se ofender ou para se constranger. Eu acrescentaria que o melindre nasce sobretudo do orgulho excessivo. 
O orgulho em si não constitui problema de maior, constituindo mesmo uma oportunidade de autorreconhecimento do seu próprio valor. Mas quando esse orgulho é manifestamente exagerado, corrói a consciência e transforma-nos em indivíduos com sensibilidade neurótica, tornando-nos ofendidos com qualquer coisinha.




O melindre resulta, pois, do exagero da importância pessoal e é frequentemente acompanhado de um enorme lista de exigências sociais. É o caso da pessoa que cruza com uma outra sua conhecida e esta não a cumprimenta – vá lá saber-se o porquê; essa “negligência” é tida como uma ofensa propositada. Se um amigo(a) estabelece uma relação com alguém que se detesta, isso é tomado como uma “traição injustificável”. Se alguém a quem se pediu um favor ou uma “cunha” se esquecer de a atender, fica logo rotulado de pessoa com total falta de consideração. Estes são exemplos de reações neuróticas que tornam o melindroso um “gajo chato”. Ninguém gosta de conviver com almas tão sensíveis. 
O melindroso julga-se o centro do universo, o Rei-Sol, e sempre atribui a qualquer comportamento alheio um valor contra ou a favor da sua pessoa. É o egocentrismo no seu mais alto estádio. O melindroso é tenso e cansativo, derramando infelicidade não apenas aos seus mais chegados, mas também a si próprio. Essa infelicidade é pena capital imediata pela sua absurda presunção de importância. 
Quem consegue deixar de culpar e responsabilizar os outros pelos seus insucessos e pelas suas frustrações, assumindo sem receios que existe mais mundo para além do que consegue vislumbrar, certamente que vive bem melhor, em paz e aconchego, consigo e com os demais. 

Rui Pereira de Freitas 

13 comentários:

Anónimo disse...

É como tudo na vida: se a coisa corre bem, é porque sou o melhor do mundo e arredores. Se corre mal a culpa é sempre dos outros ... dos cubanos, da maçonaria, do Cafofo ... da Trilateral, do Costa, do Grupo de Bilderberg ... sempre dos outros

Anónimo disse...

Mais um texto o mesmo autor.
Na minha opinião ajuda a explicar o texto que o sr Calisto publicou.
Para mim, cidadão que não se importa com os outros concidadãos...

"Levar a vida … … sem inquietações!
Do alto da minha proveta idade, ponho-me a cogitar nas problemáticas que assolam o mundo: as guerras, a poluição, a intolerância, a trampa do Trump, os extremismos acerbados, o “Brexit”, etc. etc.
Por outro lado, e a um nível mais próximo, penso na corrupção desenfreada, no governo que não se impõe, na oposição que não se demarca, no Marítimo que quase desce de divisão, na cidadania que desaparece, na ética mandada às favas e na deontologia que foi chão que já deu uvas.
Sou sexagenário, porra! Vou preocupar-me, egoisticamente, apenas comigo e com os meus mais próximos: saúde e alguns trocos para gastos! Inquietudes sociopolíticas? Não estou nem aí!
Declaro que, a partir de hoje, vou fazer o possível (e o impossível) para levar a vida, com vida … sem inquietações!"

Anónimo disse...

Se a coisa correr mal para a camarilha cafofiana em setembro, de quem será a culpa?
Do André Escorcio, do Mota Torres, do Jacinto Serrão?
De quem será?

Anónimo disse...

Se a coisa correr mal para a camarilha cafofiana, só espero que corra bem pior para a camarilha laranja. Que ganhe outro partido, melhor que continuarmos com a máfia de sempre. Os lacaios do PSD que vão deitar as culpas ao diabo a quatro da sua desgovernação.

Anónimo disse...

Utopias

Anónimo disse...

Olá comentador das 15:52.
Não conheço o autor, mas a sua conclusão é errônea, para não dizer disparatada. Levar a vida sem inquietações não é deixar de se importar com os outros. É não dar troco a que quezílias políticas que não interessam nem ao menino Jesus.

Anónimo disse...

19.12,
Não foi isso que o povo disse nas europeias.
Mas fazes bem. Acredita. A ingenuidade fica-te bem.

Anónimo disse...

Anónimo das 22.14
"Não dar troco a quezilias políticas" e declarar que se importa com os outros, só pode ser verdade se a política não afectar as condições de vida dos outros.
Mais ainda como pode a conclusão ser errada se o autor declara explicitamente:
"Sou sexagenário, porra! Vou preocupar-me, egoisticamente, apenas comigo e com os meus mais próximos: saúde e alguns trocos para gastos! Inquietudes sociopolíticas? Não estou nem aí!"

Anónimo disse...

19.12
Resultado das Europeias onde a vitória conseguida na base da abstenção aliada a mobilização total dos militantes e boys.
Gente com medo de perder emprego e otagenários levados a força para dentro das carrinhas das Casas do Povo e outros retirados aos Lares .
Não parece ser suficiente para uma avaliação total e em Setembro será um pouco diferente.

Anónimo disse...

14.33,
Até podes acreditar no Pai Natal.
Mas lembra-te. Antes das europeias o falatório era que haveria uma grande derrota do PSD-M e que o grande vitorioso seria o PS-M.
Até o Calisto o escreveu aqui que essa era a vox populis. O DN até apresentou uma sondagem com essa previsão.
Resultado. Foi exactamente ao contrário.
E a abstenção penaliza os mais votados, não o contrário.
Podes vir com essa lengalenga dos velhinhos, do medo do emprego (o voto é secreto). Acreditas no que queres.
Mas em setembro tenho a impressão que ainda vai ser pior do que nas europeias. Porque o PS-M cometeu um erro enorme. Ao começar a campanha tão cedo, deixa Cafofo sozinho a andar pela ilha, a falar para meia dúzia de gatos pingados, a dar umas boleias a velhinhas, e outras iniciativas sem expressão.
Faz uns Estados Gerais muito cedo, quando devia deixar estas iniciativas para momento posterior à apresentação do programa oficial eleitoral, com as medidas de governo a aplicar.
E, como não é governo, não terá obras a inaugurar, nem nada para mostrar naquele período crítico da campanha. Aquelas três semanas de setembro antes das eleições.
Será uma campanha que começa como um balão cheio que se vai esvaziando ao longo do tempo.

Anónimo disse...

BE nova maioria ParaLamentar na Madeira, BE Novo Governo Regional.

Anónimo disse...

12.55,
Diz-me o que tomas para teres essas alucinações.
É cá uma trip...!

Anónimo disse...

Diz-me que lentes usas, é ParaLamentar he he.
É cá um viagem fantástica,ai como seria o Paulino a ascender...