IGREJA FORA DO NOVO 'JM'
'Jornal da Madeira' fecha, abre-se o 'JM'
A última edição do 'Jornal da Madeira' sai na segunda próxima. Na terça-feira, dia 1 de Setembro, os leitores verão nas bancas o 'JM'. 'JM' que não significa iniciais de coisa nenhuma. É apenas o nome de um novo diário madeirense. O projecto é outro, garantem os seus responsáveis. O bispo fica com o velho título 'Jornal da Madeira' nas mãos e o governo com o 'JM', que vai custar 70 cêntimos por exemplar.
Nota: entretanto, a Diocese decidiu adiantar serviço aceitando que o seu papel é mais espiritual do que temporal - e que lhe compete mais rezar o terço do que andar metida em artigalhadas e paginações para dar cobertura à imprensa de determinada coloração partidária.
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Faltam 5 dias para nascer o sucessor do 'Jornal da Madeira', que se chamará nada mais nada menos do que 'JM'. |
Comunicados do governo e da Igreja mandados esta tarde para a comunicação social dão conta de que a Diocese percebeu não ter solução que não seja sair da pista onde dançam os jornais. Muito tardiamente, perceberam os cavalheiros das 4 Fontes não ter vocação para andar a empatar o mercado concorrencial da imprensa. Então, querem ver-se livres da 'Empresa Jornal da Madeira' independentemente de quem a quiser comprar - se aparecer alguém.
Entretanto, a edição de hoje do 'Jornal da Madeira', como vemos na imagem acima, apresenta um misterioso '5' num fundo a vermelho, desde a manchete até à tranca de rodapé, com os dizeres 'Fundado em 2015'. Trata-se da campanha destinada a chamar a atenção para o novo projecto a estrear na terça-feira, 1 de Setembro. 'JM', segundo nos afiançaram, será o novo título, sempre a azul e branco, a que estará acoplada, num sugestivo vermelho, a subinformação de que o novo jornal tem por data da sua fundação este ano de 2015.
A ideia é separar psicologicamente o novo 'JM' do antecessor 'Jornal da Madeira', que fecha de vez na segunda.
Ao contrário do que dizíamos anteriormente, e já rectificado linhas acima, está decidido que o velho título não ficará nos braços da Igreja, a não ser noutros moldes. Quanto ao 'JM' a entrar em cena terça-feira, terá um director que deixa de ser, portanto, nomeado em consonância com a Igreja ou mesmo por ela, como mandam os estatutos antigos.
O 'JM' - este novo, 'Fundado em 2015' - será conduzido à luz do novo Estatuto Editorial por um director já escolhido e que trabalha para os primeiros números do projecto a estrear - Marsílio Aguiar. O chefe de redacção será Miguel Ângelo. Ambos os titulares trabalharam em tempos no DN madeirense.
Os responsáveis pelo novo projecto apostam na superação do número de assinaturas que, apesar de tudo, o 'Jornal da Madeira' conta no activo, cerca de 700. Planeiam também estabelecer protocolos com firmas comerciais privilegiando pacotes de vendas que ajudem a propagar a circulação do produto 'JM', que, ao contrário do 'Jornal da Madeira' velho, será pago: 70 cêntimos por exemplar.
O novo jornal espera conseguir da sua estratégia uma redução de custos anuais de cerca de dois terços, baixando para o milhão de euros. O que terá de se verificar até fins de 2016, o primeiro ano completo na gestão deste governo. Entretanto, deverá ser titânica a luta para encontrar compradores privados. O que dependerá de o 'JM' conseguir levar em frente os seus propósitos de fazer chegar aos leitores um produto editorial radicalmente diferente do 'Jornal da Madeira' e com conteúdos interessantes, legíveis.
Não será fácil esquecer as décadas do 'boca pequena' e quejandos. Mas esperemos.
E será que a abdicação da Diocese não permitirá prolongar a vida do 'Jornal da Madeira', abortando o 'JM'?
Nem pensar!