O ESTADO MISERÁVEL DO JARDIM
DA UNIVERSIDADE DA MADEIRA
Excelentíssimo Senhor Presidente do Governo Regional da Madeira
Excelentíssimo Senhor Reitor da UMa
Não vos vou maçar com palavras e fotografias sobre o estado lastimável das fachadas dos edifícios da Universidade e do Tecnopólo, o matagal e o lixo nas estradas que os circundam, que têm merecido justas críticas de cidadãos e cidadãs nas redes sociais.
Vou cingir-me ao estado miserável do jardim criado entre 1996 e 2002, no qual em 2005 identifiquei 553 espécies e que neste momento já nem possui 50% das plantas que constam do inventário realizado há 16 anos.
Do jardim que, segundo o Dr. Miguel Albuquerque, então Presidente da Câmara Municipal do Funchal, era o embrião do JARDIM DA BIODIVERSIDADE, pomposamente apresentado mas nunca implementado, que deveria estender-se ao longo da margem esquerda da Ribeira de São João até às oficinas da Renault.
Nestes anos o que ali tem crescido são as espécies invasoras, com destaque para a Lantana camara, as árvores mortas, o matagal, o lixo e o vandalismo, perante o olhar indiferente da Academia, a inoperância do Magnífico Reitor, que há muito tempo tem responsabilidades na gestão da UMa, a negligência da Secretaria do Ambiente, que tem o dever de preservar espécies notáveis que para ali foram transplantadas do Jardim Botânico e dos jardins da antiga Matur.
A coleção da Flora da Madeira empobreceu bastante, o pequeno orquidário desapareceu, do núcleo das suculentas pouco resta, as plantas aromáticas e medicinais definharam, a mostra de plantas agro-industriais foi abandonada e apenas as mais resistentes à secura teimam em manter-se de pé.
O jardim que hoje deveria ser um espaço privilegiado de investigação e uma área ambiental atrativa para residentes e turistas, está transformado numa lixeira, numa coutada de atividades marginais. São ainda bem visíveis as marcas dum incêndio, que queimou parcialmente um dragoeiro. Alguém viu? Parece que não, pois nada foi limpo.
Isto acontece numa Universidade, que tem hasteada uma bandeira verde e onde, pressupostamente, deveria haver uma forte aposta na educação ambiental e nas boas práticas de cidadania. No Tecnopólo, GPS orientador dos caminhos da inovação e do progresso.
Tenho vindo a assistir à delapidação deste jardim e por várias vezes manifestei publicamente a minha indignação. Infelizmente sem sucesso. Hoje voltei a ganhar coragem e percorri demoradamente aquela unidade de paisagem, onde árvores, que vi crescer, suplicam por socorro e devem ser salvas.
Senhor Presidente do Governo, Senhor Reitor, depois da pandemia não vai ficar tudo bem. Receio que continue a degradação ambiental e cívica.
Se não tiverem tempo para ler o que escrevi, pelo menos deem uma olhadela nas fotografias, que são mais esclarecedoras que os meus adjetivos.
Saudações ecológicas,
Raimundo Quintal
03.05.2021
8 comentários:
Parabéns Prof. Dr. Raimundo
Com tanta gente a receber subsídios de desemprego e reinserção social, ninguém os ocupa em nada.
Dá-se tudo e não se pede nada a esses parasitas? È assim que se educa um Povo?
Que grande gestor de recursos humanos é o nosso desgoverno....
Vejam os conselheiros e técnicos que o presidente tem.
Numa terra de turismo e nas barbas de Catedráticos ninguém vê tamanha selvajaria
A dona prada e seus sornas o que fazem o tempo inteiro?
Na Camacha costumamos dizer a esta classe de encalhados. Se não se mechem, merecem de canelo de lenha às costas
O Conhecimento e o Ensino de um Povo Superior! Mas superior em quê?
e os socialistas da Madeira a enviar cartas ao costa para não aumentar o orçamento da UMA para poderem ganhar votos isso ninguem fala
e o que é que há para falar? Pedir mais dinheiro? Não é isso que o governo faz?
Porque é uma invenção pegada de alguém que nunca soube aceitar a independência política da UMa, desde os tempos de Jardim.
A Universidade tem a sua independência própria e o seu orçamento depende do governo central.
O gordo da js consiga uns rapazes novos e vaiam limpar esses jardins dava uma bela acção de campanha para ajudar o ps funchal
Isso é tarefa para o botija da JSD, ao menos fica perto de uma verdadeira instituição de ensino superior.
Cadê o diploma, ó anafado?
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