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sábado, 16 de novembro de 2013

Política das Angústias / Sábado



JARDIM TEM IDADE E SAÚDE
PARA CONTINUAR 
TROPELIAS NA MADEIRA

Dizem que quando Jardim e Jaime Ramos
andam pelo campo é o carro funerário
do PSD-M que vai ali... mas não
se fiem muito nisso.


Com a popularidade francamente de rastos, o líder do PSD-M precisa desmantelar o partido e eliminar concorrentes de modo a ser o único a ficar de pé. Percebeu-se mais uma vez esta semana. Miguel Albuquerque, Sérgio Marques, Miguel de Sousa e quem mais pensar na liderança do partido laranja têm tarefa ingrata ao virar da esquina. 



Um influente barão social-democrata dizia-nos um dia destes que o périplo de Jardim com Jaime Ramos pelas freguesias já não parece o antigo 'Volta à Ilha', mas o 'carro funerário' do PSD. 

A imagem parece feliz e traduz uma constatação que se consolida dia a dia. A Rua dos Netos parece mais um mórbido campo de ciprestes do que o viçoso laranjal que marcou uma época. Acontece, no entanto, que Jardim vê a situação com outros olhos. Até pelo cenário negro entre portas, ele diz-se pronto para novas "tropelias". Propagandeou-o na entrevista à RTP. Mesmo depois de sair da liderança do seu partido e do governo, estará pronto para novas tropelias ao serviço dos portugueses.
Está fácil de ver. Se é capaz de tropelias no campo nacional, quanto mais na sua praia doméstica?

Jardim não queria, mas deixou pistas
do seu plano para continuar a mandar.

Sair do partido e do governo?
Aí é que está o busílis. Quem seguiu a entrevista de quarta-feira até ao fim percebeu no subconsciente do chefe o sonho de continuar por aqui. A mandar. Disse que é demasiado velho para emigrar. Era um 'não' ao Parlamento Europeu. Mas também, presume-se, um 'não' ao Continente. Um 'não' contrariado. Ele mesmo se decepcionou porque o jornalista não lhe pegou no anzol quando, a propósito dos potenciais candidatos a Presidente da República, insistiu com "eu não serei, de certeza". Disse-o várias vezes, sem ser perguntado.
Mais uma vez, o futuro continua local. Como diz o slogan comercial, o que é madeirense é melhor. Jardim tem para si que reúne condições para continuar no activo por estes lados. 
De facto, aos 70 anos ninguém é velho para a política. É ver-se o que acontece lá fora. 
Em matéria de saúde, encontra-se bem, mesmo no plano cardíaco, que tempos atrás lhe pregou um susto. Quanto ao resto do 'cabedal', garantimos, com autorização médica superior, que estão científica e comprovadamente postas de parte doenças apontadas no 'diz-se, diz-se' do mau gosto e da indecência; e que sintomas comentados pelas esquinas do Funchal decorrem de uma ligeira perturbação sem a menor gravidade, como cada ser humano tem a sua; só aludimos a esta questão pessoalíssima pelo imperativo de desmentir de uma vez por todas mentiras postas a correr maldosamente por alguém sem escrúpulos. 
Se fisicamente não tem razões extraordinárias de queixa, por que diacho largar o poder? - interroga-se Jardim a si próprio. Só porque o povo se saturou dos seus 35 anos de poder? Ora, no cataclismo que há-de açoitar o PSD em fins de 2014, hão-de implorar-lhe que 'deite a mão' ao partido por mais uns anos. 
Continuamos a imaginar o que vai naquela cabeça, como é óbvio.
Essa forma de pensar não é exclusiva dele. 
Na última reunião do conselho regional do PSD, velhos barões que subiram ao palanque arriscaram insistir na continuidade. Guilherme Silva e Jaime Ramos. Não conseguiram 'criar vaga de fundo', longe disso, mas a intenção ficou registada. Aliás, há outras figuras do partido que não se conformam com a mudança de que se tem falado. É o caso de Miguel Mendonça, carismático presidente da Assembleia Legislativa Regional. O seu delfim continua a chamar-se Alberto João.


O problema de Jardim é que o processo da sucessão se precipitou, desde que Miguel Albuquerque lhe 'faltou ao respeito' desafiando-o para disputa interna, em 2012. Já lá vai o tempo em que o chefe, divertindo-se com isso, mandava os delfins despacharem-se com ideias de candidatura para, assim que algum se movesse, acusá-lo de se pôr 'em bicos-de-pés' e de ter escorregado numa falsa partida.

As coisas mudaram. Hoje há vários candidatos no terreno. Sérgio Marques, Miguel de Sousa e Manuel António Correia. Só João Cunha e Silva hesita, parecendo tomar forma o seu desejo de um dia passar de vice do governo para a presidência do Parlamento - não sabemos se levando em conta que, para lá chegar, é preciso que o PSD triunfe nas regionais.

Nuno Teixeira tem tempo
para onde vai. Na outra foto,
Cunha e Silva com Jaime,
esta semana.













Há outro dado novo aqui. Se Cunha e Silva ficar fora da corrida de delfins, abrirá caminho a uma hipótese recente lançada pelos barões da geração dos actuais delfins. Esses preferem passar o testemunho à geração seguinte, para evitar o suicídio colectivo da sua geração, e até indicam um nome, o de Nuno Teixeira, actual eurodeputado. O qual, por sua vez, e segundo julgamos saber, está mais propenso a esperar outra oportunidade para voo tão alto. Mas, daí...
Quanto a Miguel Albuquerque, constitui um problema útil e conveniente a Jardim. O ex-presidente do Funchal já defrontou directamente o chefe e provou representar um adversário de respeito. Aliás, ao que dizem nos corredores do PSD, não fora um jeitinho à volta das urnas e o líder do partido já era outro.
Adversário útil e conveniente?
Miguel Albuquerque significa hoje o único argumento para Jardim voltar à guerra. O que quer dizer, também, que os embaraços para o chefe são hoje, no fundo, os outros candidatos. Não é por acaso que todos eles, à excepção de Manuel António Correia, já apanharam com críticas produzidas nas Angústias e meandros afins.

Miguel de Sousa e Sérgio não interessam aos barões


O baronato jardinista 
põe defeitos em tudo o 
que cheire 
a mudança 




No último conselho regional, Jaime Ramos atirou-se a Sérgio Marques, pelo facto de o ex-eurodeputado defender o fim do jackpot. Jaime acusou-o de nem sequer pagar as quotas do PSD (pelo menos dizem que a farpa era dirigida a Sérgio). Tal como fizera Jardim ao regressar da Europa, Jaime Ramos perguntou onde iria o partido buscar dinheiro, senão no Parlamento, via jackpot. Se nem os delfins pagam quotas...
Jardim esteve em conversas com conselheiros onde se fizeram referências às intervenções políticas dos delfins, na reunião de Santa Quitéria - referências pouco abonatórias para Sérgio Marques. Que comentários faziam os conselheiros da velha guarda? Numa palavra, o baronato entende - baronato jardinista, é importante salientar - que o discurso de Sérgio, no tom em que foi apresentado, é de um número dois ou número três de um partido. Que um líder precisa de outra vida. Que o discurso ficou a léguas da enérgica e interessante intervenção de Miguel de Sousa. Mas isso explanado com uma subjacente apreciação: cuidado, Miguel de Sousa também não serve... porque é 'Sousa'. 
De uma assentada, levantavam-se reservas a dois obstáculos que se levantam no caminho da teoria da continuidade.
Ora, sem beliscar minimamente a prestação de Miguel de Sousa, antigo vice do governo que, além da grande preparação política, comunica de facto com entusiasmo e empatia, é importante lembrar que os estilos não se eliminam uns aos outros, sobretudo quando incomparáveis, como é o caso. A serenidade e a profundidade de Sérgio são conhecidas, elogiadas em vários quadrantes do PSD, e não apenas. Convindo até exemplificar, se é por isso, que um dos trunfos de Paulo Cafôfo consistiu na segurança e na tranquilidade do discurso, contrastante com hábitos ruidosos que o eleitorado castigou em 29 de Setembro.  

Novos candidatos embaraçam Jardim

O embaraço de Jardim, contávamos, será como conseguir desmobilizar estes delfins da participação no sprint final.
A insistência do jornalista da RTP Vítor Gonçalves obrigou chefe das Angústias a deixar pistas sobre a sua estratégia, no final da entrevista. Mesmo sem falar nesse "caso arrumado" que a seu ver é Albuquerque.
Sim senhor, Jardim em Janeiro de 2015 entrega, por via da maioria parlamentar, a presidência do governo a quem vencer as eleições internas de Dezembro 2014. Mas não abdica de continuar a fazer tropelias. A primeira, percebeu-se na conversa, será impedir que as forças ocultas (obviamente Blandy) venham rebentar o PSD por dentro, a fim de reimplantarem a Madeira Velha, e aproveitando-se de Miguel Albuquerque (só não disse o nome).
Perante a iminência dessa catástrofe, apoiada por tropas enviadas dos infernos, papões do estrangeiro e bruxas medievais, ai então é preciso agir com todas as energias. Será necessário tocar a rebate na Rua dos Netos, unificar o partido e os delfins candidatos que tenham paciência, mas vão esperar mais uns anos, porque o elo da unidade no Laranjal mais competente é ele, Jardim. 
E pode Jardim actuar de outra forma? Claro que não! - pensa o próprio com o travesseiro.
Em 2011, ele correu o risco de o acusarem: olha, agora que não há vacas gordas, foge. Por isso candidatou-se ao governo, outra vez. Assim se explicou na TV.
Em 2014, o homem correrá outro risco, que é dizerem: olha, agora que o partido está todo rebentado por dentro, ele foge. 
Entra pelos olhos dentro.

O chefe ainda precisa de Albuquerque. 

A entrevista mostrou que Jardim tenciona diabolizar cada vez mais o 'challenger' Albuquerque. O adversário que lhe interessa para mostrar-se imprescindível na Rua dos Netos. 
Os próximos capítulos da guerra interna viverão da expectativa criada por Jardim e colocada no braço-de-ferro com Albuquerque. Será que o ex-autarca apresenta as 300 assinaturas para antecipação do congresso, apesar de ameaçado de expulsão? Será que, se o fizer, Jardim mandará o conselho de jurisdição expulsá-lo? Ou o conselho apenas rejeitará a pretensão dos 300 militantes? E, num caso destes, Albuquerque insistirá, "ameaçando a unidade do partido" e expondo-se então a uma expulsão inevitável?
Para Jardim, é aqui que interessa pôr o foco.

E se Albuquerque desistisse?

Ninguém lhe pergunta: como é que um líder pode dizer que não se mete na sucessão quando, ao mesmo tempo, avisa que não deixará um dos pretendentes triunfar?
Ninguém lhe pergunta e ele vai empapelando as coisas tentando bipolarizar a luta - ele contra Albuquerque. A assim vai orientando o partido, mandando angariar filiados fiéis e fazendo acção psicológica pelos campos, ao lado de Jaime Ramos, até ao momento de anunciar o seu 'sacrifício' - ir às urnas, última e única tentativa para prorrogar o mando.
E se Albuquerque, insatisfeito com a 'batota' do percurso, desiste da corrida, conforme já ameaçou? Como vai Jardim justificar a sua participação nas internas?
A nosso ver, há dois caminhos para cortar essa meta. 
Um é ir preparando ataques mais a sério aos outros candidatos, até ao ponto de os conotar com os demónios da clique Albuquerque, ingleses e tudo. Então, terá de concorrer, para banir os novos traidores e 'salvar' o partido, vencendo Sérgio, Miguel de Sousa, quem aparecer. Essa táctica já está esboçada. 
Outro caminho, mais do que esboçado, é escaqueirar o partido (e a Região) até ao momento em que esteja só ele de pé.
Sozinho, que remédio se não ficar?


Alguém acha que um político sinceramente interessado em retirar-se cria guerras internas, particularmente destruidoras como acontece no PSD-Madeira? 

Um líder que aceita pacificamente abandonar as funções faz o contrário do que Jardim tem feito e ameaça continuar a fazer. 
Processos de expulsões. 
Demissões de quadros governamentais.
Enxovalhos na praça - ainda pasma o inenarrável episódio do Congresso do Desporto, que acabou com uma demissão na Direcção do Desporto, aliás pela segunda vez.
Alimentar a fractura suicida no grupo parlamentar.
Adoptar como seu, em lugar de o expulsar como faz noutros casos, um deputado que decide voltar as costas ao grupo laranja, e ainda pedir-lhe que continue militante.

De jardinice em jardinice

Afinal que interessa a quem diz estar de saída se o congresso é no Verão ou no Inverno? A data do congresso é um argumento para brigar, pôr a brigar, destruir, eliminar. 
A que propósito um político decidido a largar o posto se dá ao trabalho de andar com o secretário-geral em digressão pelas 50 e tal comissões políticas de freguesia? 
Não. Aquilo não é o carro funerário do PSD que vai ali. Ali vai um recauchutado 'Volta à Ilha' com nova marca de 'banha-de-cobra' para impingir ao povo, como no esplendor dos bons tempos.
Claro que a estratégia resultará num fiasco. De jardinice em jardinice até à destruição final.

7 comentários:

Anónimo disse...

A estratégia do UI já está bem montada!
Vai deixar os delfins brigarem todos para ficar de novo a frente do partido, dizendo que é o salvador, para em 2019 deixar isto ao seu deputado!

Anónimo disse...

ai o Miguel sousa....para o dono do blog é só virtudes!

Sendo ele o "melhor aluno", aliás autodenominado, não é o mais parecido com aquilo que o dono do blog tando critica?

Como gestor zero;
cheira-lhe a tempestade é o primeiro a pôr-se a léguas;
não conheço "coisa" em que esteja envolvido que não dê em pantanas...

entreguem isto ao Miguel sousa! assim como assim...

Anónimo disse...

Ó António ( a mando de marques ?), o Miguel Sousa é o único gestor dos candidatos. Negociou a nossa entrada na Europa, o aeroporto, fez a Horários do Funchal, fez a Zona Franca,, o Porto do Porto Santo, a TVI cabo antes dos cubanos a terem, etc. Foi o primeiro presidente da JSD, foi convidado 2 vezes para Secretário de Estado e uma para Ministro. Foi Vice Presidente do Governo e Secretário das Finanças sem dívidas nem calotes. Conhecem alguma coisa mal feita ? Com 22 anos meteu-se num carro de ralis e, como co-piloto, ganhou logo o Rali Vinho da Madeira. HÁ GENTE QUE SÓ VENCE

Anónimo disse...

Percebam uma coisa simples : se o Miguel Sousa avançar, e acredito que vai avançar, é equipa competente que lidera a Madeira. Competente, eficaz e mobilizador. Força Miguel Sousa. A Madeira precisa das tuas soluções. Nunca devias ter deixado o Governo. Entregue a incompetentes nestes últimos 20 anos.

Anónimo disse...

O que Sergio fez na vida ? Alguém sabe ? Ficamos à espera ......

Anónimo disse...

Sem Dúvida. Miguel Sousa tem o melhor currículo e na área privada é igualmente um vencedor. Foi o primeiro Vice. Devia provocar reunião com outros candidatos , e tentar consenso para lista única e acabar com esta palhaçada que só prejudica o partido. Não avançou por respeito a AJJ. Isto não é subserviência. É lealdade, embora jardim já não o mereça. Madeira precisa de competência, ética e lealdade. MSousa tem isso tudo e várias pessoas de reconhecida competência estão dispostas a acompanhá-lo.

Anónimo disse...

Concordo em parte com o que escreveu,

Acho que Jardim prepara-se para uma recandidatura e tem toda a vantagem.
Os adversários, à excepção de Sérgio Marques, são muito fracos.
Constato um Albuquerque cabisbaixo, desencantado e pessimamente rodeado. Gente muito fraca a ladear. Não tem profissão.
Manuel António não tem perfil e projecto.
Miguel de Sousa é o mais habilitado mas não tem pachorra de trabalhar. Prefere negócios.
Jardim continua a ser bem acompanhado e ainda possui o maior numero de votos. Jardim é o vencedor e ainda o mais inteligente de todos.