O que vai na Praça

JUÍZES 'COMUNAS'
As coisas estão animadas esta manhã de quinta-feira no plenário da Assembleia Legislativa. José Manuel Coelho, do PTP, mais uma vez decidiu denunciar as tropelias que afirma constatar no exercício da Justiça por estas bandas. 
Segundo dizem ao 'Fénix' desde o interior do hemiciclo, Coelho terá falado em 4 magistrados comunistas com reuniões periódicas, ou coisa parecida. O deputado apontou mesmo o dedo ao antigo magistrado Orlando Ventura - atribuindo-lhe a qualidade de militante do PCP que salvava os comunistas envolvidos em casos de Justiça.

JAIME COM DOIS PESOS E...
Hélder Spínola, deputado do PND, acaba de propor, também na ALM, esta manhã, a perda de mandato de Jaime Ramos, pelo facto de o líder parlamentar do PSD não ter assinado o livro em 5 plenários. Ao que Jaime contrapôs com o argumento de que não é obrigado a assinar nada, porque o Estatuto Político-Administrativo a isso não obriga.
Do meio do burburinho, os deputados ouviram uma voz de lá de trás, alegadamente de Miguel de Sousa: "Só eu é que sou obrigado a assinar?"
De facto! 
Não vai para muito, Jaime Ramos fez uma participação à Mesa presidida por Miguel Mendonça, em nome do grupo parlamentar social-democrata, exigindo a perda de mandato de Miguel de Sousa... por faltas a plenários. E, para provar essas faltas, dizia o fogoso laranja que Miguel não assinara o livro nesses dias.
Foi apenas um episódio do estrondoso conflito entre Jaime e Miguel, que ainda decorre no tribunal civil. 
Será que o Estatuto dispensa apenas Jaime de gastar tinta no livro do ponto, obrigando os outros a assinar?

CONCORRÊNCIA LABORAL 
Comentava-se esta manhã na Baixa que a nova Câmara do Funchal vai ajudar os velhinhos a pregar um prego, a mudar um vidro, a mudar fechaduras, a colocar dobradiças, a substituir torneiras e sifões, enfim, esses trabalhinhos que atrapalham o munícipe lá em casa. 
É de elogiar a boa vontade da Câmara, e aliás essa foi uma promessa eleitoral. Mas é preciso muito cuidado, ver se quem pede ajuda para limpar a fazenda ou mudar uma lâmpada difícil é mesmo um idoso sem possibilidades. 
É que muitos chefes de família, lançados há muito para o desemprego, sustentam actualmente os filhos graças a um 'caruncho' que vai aparecendo aqui e ali. Se lhes tiram isso...
Já agora, e se a ideia é facilitar a vida ao cidadão, seria interessante que a Câmara resolvesse de uma vez um problema atrasado. É que realmente cai muito mal os automobilistas chegarem à pressa para o emprego e verem os parcómetros ocupados pelas viaturas brancas da Câmara, nos espaços pagos entre a Câmara e o Tribunal - e muitos mais do que os dois lugares reservados à frota oficial. 
Isso não é ajudar o cidadão. 
Ajudar o cidadão é desencantar um parque para aí onde os carros da Câmara fiquem estacionados, para que os fiscais, técnicos e mais pessoal possam usá-los facilmente e sem o quebra-cabeças de mais tarde ficarem na Marquês do Funchal à espera de 'roubar' ao cidadão um espaço pago  para se desembaraçarem da viatura. Se arranjar solução, a Câmara ajuda o seu funcionário e o cidadão civil que precisa de estacionar.

AINDA AS CÂMARAS
Já agora - para concluir - como cidadãos pedimos à Câmara do Funchal e às outras que governem sem o complexo de ter de fazer política em tudo. Não partidarizem as câmaras. Não se metam no fogo cruzado de guerras antigas que cansaram o povo. Câmaras governam os municípios. Política partidária fazem os partidos apoiantes das câmaras.
Com esse cuidado, as câmaras continuam a fazer o seu serviço sem se desgastar. 
As que não são da cor laranja devem ter percebido já que o seu 'amigo' do governo tudo faz para as trazer cá para baixo, tenta baixá-las de nível, ao pé-de-chinelo. Para serem acusadas de afinal fazerem o mesmo que ele fez em 30 anos. 
E não é que ele, o chefe, já o conseguiu em alguns casos?
Não se trata de calculismo, mas os eleitos que vieram refrescar a Região por via autárquica deviam projectar desde já que nota lhes darão as populações daqui a 4 anos.
É só uma ideia, desculpem lá.