QUE O VOO PERTO DO CÉU
ILUMINE O BISPO DO FUNCHAL
Esperemos que o prelado tenha recebido as influências dos bispos desassombrados. |
Oxalá que D. António Carrilho não tenha teimado em manter fechada a cabeça conservadora e traga outra dinâmica de actuação como pastor de uma diocese em terra desesperada, neste seu regresso à Madeira, depois de curta ausência.
Seria bom que Sua Excelência Reverendíssima perfilhasse o pensamento que acaba de sair da Conferência Episcopal Portuguesa. Ainda esta quinta-feira, em Fátima, os bispos apelaram para os bons ofícios dos senhores que mandam no País, no sentido de proibirem a criação de empregos quando feita à custa do desrespeito pelos direitos dos trabalhadores.
A mensagem dos prelados portugueses aborda os "desafios éticos do trabalho humano", excelente tema para concluir os trabalhos que decorreram desde o início da semana.
Essa mensagem manifesta "profunda solidariedade e proximidade aos que não encontram trabalho e vivem situações de angústia". Mas vai além desse propósito já de si louvável: tece críticas que não deixam ninguém na classe política e no empresariado com as orelhas frias. Mais, apresenta propostas concretas para que se criem postos de trabalho.
Agora que, neste princípio de noite, viaja para o Funchal a 10 mil metros de altura, mais perto do Criador, o bispo que ponha o breviário de lado por um bocadinho - empreste-o à hospedeira, por exemplo - e reflicta no que pode fazer aqui na Região para levantar o moral das desgraçadas ovelhas do seu redil - cercadas por lobos famintos que as exploram e lhes aumentam o desemprego e a pobreza extrema.
Seja activo.
É que se o chefe das 4 Fontes vem resolvido a continuar circunscrito aos crismas e a debitar sermões pedindo fé, rezas, círios e compreensão a quem não tem que comer, como faz sempre que há incenso na rua para agradar ao benemérito Laranjal, então muito obrigado, que vamos para outro confessionário.
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