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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

GOVERNO



JOÃO SANTOS NÃO ADMITIU ENXOVALHO DE JARDIM


O director regional do Desporto
foi esta manhã à Secretaria
da Educação entregar o 'papelinho'. 

* Às "razões de conveniência" de Jardim, o director regional responde com a "conclusão do serviço público"



* Jaime Freitas, que deveria ter sido o primeiro a demitir-se, aliás como deveria ter feito quando da demissão de Jorge Carvalho, engole mais um vexame para continuar a parecer secretário



* Reacção de Jardim: "Ele é que foi dispensado." 



O director regional do Desporto não podia tomar atitude digna que não a de se demitir das funções. Quarta-feira, divulgara datas para o Congresso do Desporto, dias 22 e 23. Escassas horas depois, o plenário do governo dava ordem para adiar tudo. 
É verdade que as razões do adiamento parecem legítimas. O Congresso não dedicava um painel ao desporto profissional, que é o sector que mais atenção deve merecer em termos de sustentação financeira do futuro. Mas a forma como o governo interveio configura um atentado à ética que deve imperar no relacionamento intra-governamental. Um desastre relacional só possível no ambiente de desgoverno a que a Madeira está entregue.
Acontece que João Santos enviou atempadamente ao executivo a programação com os conteúdos a debater no congresso. Não recebeu observação nenhuma. 
Agentes do desporto profissional manifestaram, aqui e ali, desagrado por ficarem de fora. Ao que o director regional respondeu, publicamente, que o desporto profissional não estava afastado do congresso, já que cabia em vários painéis e podia participar em tudo o que os seus intérpretes quisessem. Mas entende-se que se precisava de um painel específico.
Na apresentação oficial, diante dos jornalistas, João Santos teve a seu lado o secretário da Educação, que supostamente estava por dentro da matéria e não encontrou anomalias a merecer referência - e se as houvesse não teria deixado as coisas para a conferência de imprensa.
Espanto dos espantos, o plenário do governo, certamente pressionado pelos agentes do futebol profissional, passou um 'certificado de incompetência' ao secretário Jaime Freitas e seus colaboradores.
Tudo adiado! - vociferou Jardim. Incluam lá o desporto profissional!
Mais: o assunto foi metido nas conclusões do plenário de governo, divulgadas em público após a reunião.
Perante um vexame de tais dimensões, Jaime Freitas não só não se demitiu imediatamente como explicou mais tarde aos jornalistas que o adiamento do congresso se devia à evidente falta de um painel dedicado a uma área tão importante como o desporto profissional.
Ou seja, o secretário regional, que evidentemente conhecia o projecto, só reparou na falha depois da birra do plenário de governo, que o desautorizou impiedosamente.
Jaime engoliu o enxovalho, tal como fez no caso do anterior director, Jorge Carvalho, e, pior do que isso, em lugar de defender o seu director regional deixou-o cair sob o peso da descortesia inata do presidente do governo.


Segunda fuga cobarde do secretário

João Santos recebeu pasmado aquele desenlace. O resto da quinta-feira foi para reflectir sobre o que fazer à vida. Tinha entrado para director regional num processo convulso que ditou a demissão de Jorge Carvalho daquele cargo. Agora passava-lhe diante dos olhos um adeus não menos atribulado. A ele, que acabava de ser reconduzido no cargo para novo mandato.
Precisava de inteirar-se da situação cabalmente, para perceber-lhe os contornos. Não foi preciso muito tempo. Ao seguir as explicações do secretário no telejornal da RTP, entendeu tudo. Perante os berros do chefe máximo, Jaime Freitas reenviava cobardemente as iras presidenciais para o seu director regional. Foi o que também ouvimos na tv.
Minutos depois, João Santos puxava do teclado para redigir o pedido de demissão.
Já esta manhã de sexta-feira, dirigiu-se à Secretaria Regional da Educação. Sem mais aquelas, anunciou ao dono da tutela que vinha dar por concluído o seu serviço público.
Bem: o assunto é sério e nada tem para rir. Mas, pelo que soubemos, Jaime Freitas ainda achou pertinente perguntar se a demissão se prendia ao adiamento do congresso. 
Hilariante. Triste.
Claro que, perante a patetice, o director regional negou. Qual adiamento, não senhor. Aliás, não havia demissão. Havia "conclusão do serviço público".  
Que outra resposta merecia um secretário que, em vez de estar a arrumar os sacos pretos para desamparar a loja da Educação a ver se ainda conseguia um resto de vida com a cabeça mais ou menos erguida, que resposta merecia ele senão uma frase com meia tonelada de sarcasmo? 


Jardim: "Ele não se demitiu, foi dispensado!"

Agora segue-se novo processo para nomear outro director regional. No cenário de anarquia e desgoverno que é marca da Madeira Nova, não faltarão candidatos ao lugar. Depois, há o exemplo ao tratamento dos que têm vontade própria, mesmo no governo. Basta dizer que, em reacção à demissão de João Santos, Jardim acaba de comentar, cinicamente: "Ele é que foi dispensado."
Inclassificável. 

5 comentários:

Anónimo disse...

Podem-nos tirar quase tudo, mas a dignidade só se permitirmos. Uma saudação solidária ao Prof. João Santos!

Fernando Vouga disse...

Caro Luís Calisto

O dito cujo secretário está cheio de razão. Limitou-se a seguir a linha do chefe que, como bem sabemos, não tem culpa de nada.

Anónimo disse...

finalmente alguém vê que o problema do desporto madeirense é só 1....finalmente...e isto acontece pela segunda vez...

Anónimo disse...

O problema do desporto madeirense, é o futebol profissional. Quem quer ter desporto profissional, que faça como qualquer empresa: gere lucros para viver. Com o dinheiro dos nosso impostos, NÃO !!! O dinheiro dos nossos impostos (que já não dá para mandar cantar um cego), tem que ser usado é onde faz falta: saúde, educação, apoio à terceira idade, ao desemprego, etc. Quem quer viver do jogo da bola, que arranje meios que lhe paguem a paixão.

Anónimo disse...

O Jaime Freitas não se pode demitir, senão volta para a Assembleia e o Rui Coelho, o analfabeto burro de Câmara de Lobos fica sem o tacho.