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domingo, 19 de janeiro de 2014

Congresso do PS-M


VICTOR FREITAS COM OS TRUNFOS TODOS



Unidade interna, cooperação dos demais partidos da oposição, PPD-M a resvalar vertiginosamente para o abismo, povo desesperado à espera de melhorias, onda socialista no Continente. E mais: Victor conta com quase dois anos pela frente para mostrar aos cépticos se é capaz ou não de pegar num governo.



A aprovação da moção de estratégia global, de Victor Freitas, era desenlace obviamente aguardado para este XVI Congresso Regional do Partido Socialista. Mas a unanimidade dos congressistas em torno do documento veio simbolizar uma unidade rara no historial daquela organização política. 

Essa estabilidade resulta do trabalho do líder Victor Freitas. A sua experiência conseguiu fazer ver às poucas vozes discordantes que em tempos ensaiaram a contestação que o projecto em marcha é para seguir viagem. 
E lá vão eles.
O caso é que o líder socialista dispõe de trunfos a mais para que lhe seja perdoado qualquer desaire na busca dos objectivos perseguidos há muito, dos quais o principal é o derrube do PPD, que manda na Região há quase 40 anos. Não se trata propriamente de uma proeza género chegar pela primeira vez à Lua, como metaforizava Carlos Pereira, líder parlamentar do partido. Também não se trata de uma tarefa ao alcance de qualquer um. Digamos que está hoje mais fácil do que já foi. Muito mais fácil.
É que, à unanimidade manifestada ostensivamente no congresso do Casino, com fim marcado para este domingo, na presença de António José Seguro, juntam-se outros trunfos com os quais os antecessores de Victor estiveram longe de contar.
Se Victor dispõe desses trunfos, também tem mérito, porque fez por isso, tem trabalhado para eles.
O PS-Madeira, que nas últimas regionais perdeu o estandarte de principal partido da Oposição, soltou-se nas autárquicas, graças a uma estratégia que se revelaria certeira: o recurso aos independentes. E até neste patamar foi Victor quem descobriu Paulo Cafôfo para encabeçar a lista 'Mudança', sustentada por 6 partidos oposicionistas. Em boa hora o fez.
O PS prossegue agora rumo aos objectivos afagado por uma situação em que o 'eterno' PSD perdeu 7 das 11 câmaras. O PS ganhou 3 delas 'a solo' e apoiou outras que saíram vencedoras. 
Além dessa embalagem, os socialistas contam com o recuo do PP, à conta das autárquicas, e com o descalabro que ameaça destruir irreversivelmente o PPD-M, que Jardim parece apostado em levar consigo para o Lazareto, salvo seja. Cafôfo disse no congresso que aquilo nem com lixívia branqueia - e é um bocado isso.
Evidentemente que se Jardim cair e um Delfim com impacto eleitoral tomar as rédeas do PPD e disputar as próximas regionais com roupagem fresca, virando o Laranjal do avesso, a Oposição terá mais dificuldades. Mas o chefe teima em resistir e o relógio, neste caso, favorece a Oposição.
Outro trunfo para Victor é a situação regional, catastrófica: a economia e as finanças aniquilam a classe média e criam a falange de pobres que se conhece.
Os ares que chegam de Lisboa sopram também favoravelmente à oposição madeirense, incidindo mais na área socialista. Ao nível nacional, caem os partidos da coligação governamental, sobe a esquerda.
Dentro em pouco, há eleições para o Parlamento Europeu e, ao contrário do que se passa com o PSD-M, onde Jardim já deu a entender que dificilmente Nuno Teixeira terá lugar elegível, obviamente que o PS-Madeira mandará representante seu na equipa do PS nacional a entrar no PE. Não existe alternativa para Seguro. Garantir um deputado na Europa é passo impreterível para os socialistas da Madeira, que estão a cartas das regionais.
Victor Freitas, se conta com unanimidade interna à sua volta, também não pode queixar-se dos outros partidos da Oposição. Apesar de o líder socialista se ter chegado à frente sem aviso, candidatando-se a presidente do PS... e do governo regional - apesar disso, a reacção dos outros partidos não foi a que poderia ter sido, hostil à conta da desconsideração e do apagar um pouco o espírito da 'Mudança' nascido no Funchal. Victor perfilou-se e disse: agora, quem quiser que venha para uma coligação connosco.
Pois nada indica que a restante Oposição tenha levado o 'atrevimento' a peito. Percebe-se até haver condições para uma coligação que repita, por cima, o êxito da 'Mudança' na capital. 

Em linguagem desportiva, Victor Freitas depara-se com a baliza escancarada à sua frente. Mas escancarada mesmo. Falhar o golo é imperdoável. Por isso, há-de aproveitar a sua reconhecida sagacidade para construir uma equipa fortíssima, que, contrariando o cepticismo de algumas vozes, cepticismo aliás legítimo e compreensível, convença o eleitorado: vale a pena experimentar a Mudança... com Victor em candidato a presidente do governo.
Assim a esta distância, e pegando na metáfora de Carlos Pereira, não será preciso Victor ir primeiro à Lua.














2 comentários:

Anónimo disse...

Na sondagem do Diário faltou a pergunta . Entre Vitor e Albuquerque. E veríamos os trunfos onde estão.

Anónimo disse...

Sendo o CDS o líder destacado da oposição parlamentar, como é possível o Vitor Freitas ser candidato a Presidente do Governo tendo o CDS como bengala da coligação? Estratégia abortada.