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domingo, 19 de janeiro de 2014

PPD-MADEIRA


Sexta-feira negra para o ainda líder


PARTIDO DESOBEDECE A JARDIM
E NÃO EXPULSA MIGUEL ALBUQUERQUE





O líder do Laranjal já entrou na comissão política sob o peso de uma derrota cruel, averbada no pior dia da sua liderança partidária.


* Grande chefe debalde trabalhou desesperadamente para chegar à comissão política com a expulsão de Albuquerque na mão


* A comissão política ouviu o desobedecido líder avisar por duas vezes que a sua recandidatura não está posta de parte


Chefe Jardim planeava sair da comissão política do PPD-M de sexta-feira com dois grandes objectivos pessoais aprovados: expulsão de Miguel Albuquerque e rejeição do congresso antecipado. Ambos eles aglutinados num terceiro propósito: a sua recandidatura à liderança do partido, no fim do ano. Mas as coisas mudaram no PPD-M. Muito.



No seguimento de artigos e declarações públicas para criar o ambiente que lhe interessava, Jardim gastou algum tempo da semana preparando a condução dos trabalhos de sexta-feira à noite, de modo a conseguir, como sempre conseguiu, um desenlace de acordo com os seus desejos. 
O JM publicado no dia da comissão política trazia um artigo para tirar ilusões a algum comissário que andasse a programar para o encontro da noite nova gracinha na cansada questão do congresso antecipado. Porque Miguel Albuquerque não é o único a massacrar a tecla. Assim, chefe encarregou determinado jornalista do jornal oficioso para redigir, ou pelo menos assinar, a cirúrgica encomenda, subordinada à manchete “O conselho regional já definiu datas das eleições e do congresso no PSD-Madeira”. Seguia-se o texto afim. 
À noite, os comissários, avisados pelo artigo oficioso, não teriam senão de ratificar - mais uma vez! - as datas estabelecidas. Não lhes cabe esse papel, mas Jardim gosta de exibir apoios.
Atenção! Chefe ambicionava, ainda com mais veemência, chegar à reunião munido de outro trunfo: a consumação da expulsão de Miguel Albuquerque. Ele queria, sobretudo nesse 'pratinho de bifes', receber a bênção dos colegas de comissão, para a eventualidade de posterior polémica.

O contexto da semana ajudava. Desde segunda-feira que se denunciavam (aqui no ‘Fénix’) as intenções do chefe de expulsar Albuquerque. A que se juntariam depois notícias de que outros candidatos assumidos desistiriam da corrida se o conselho de jurisdição concretizasse efectivamente essa machadada no processo da sucessão. 
Pensou Jardim: com que então, se Miguel for posto fora, outros também saem? Mas que melhor clareira para progredir em condições de, mais cedo ou mais tarde, anunciar a recandidatura e continuar no poder!
Era questão, pois, de ‘trabalhar’ as zonas do partido com influência na decisão de expulsar uma figura com o peso de Albuquerque. Os barões mais carismáticos. Os decisores. Coisa que, se o Pico Ruivo não se tinha mudado nas últimas horas para as Desertas, o chefe conseguiria facilmente com a força de líder eterno, indiscutível. 
Mal sabia ele a trágica sexta-feira que o esperava! 


Pessoal das Angústias tremeu o dia todo


Aquelas paredes da Quinta das Angústias, ainda de manhã, tremeram com os movimentos bruscos, os gritos e as imprecações do inquilino presidencial – conforme nos conta testemunha ocular dos acontecimentos. A irritação do homem não passou despercebida, nem a contínuos nem a secretárias, para não falar dos operacionais da casa.
Diligências, telefonemas para baixo, telefonemas para cima, convocações, pressões, recados, discussões, blasfémias, ameaças. 
Mas o homem já não manda no partido. Essa é que é essa. Já não faz ninguém ir-se abaixo das 'canetas', lá no Laranjal. 
Parecia conluio do mais perfeito que há: falasse fosse com quem fosse, Jardim recebia a promessa de que o assunto em apreço seria resolvido de um modo ou de outro. Mas depois a promessa de expulsão não passava disso. Havia entraves que o chefe não entendia.
O partido profundo, que não os jardinistas instalados no conselho regional, dizia-lhe ‘não’. Jardim ordenava expulsão. Já. 
No terreno, nem uma coisa nem outra. O tempo a passar. E passou. 
Raios! A Madeira em situação de golpe de estado palaciano? Então já não se obedece a um monarca com quase 40 anos de reinado? 

Quando, um pouco antes das 5 da tarde, segundo a nossa fonte local, Jardim saiu do palácio das Angústias a expirar labaredas, com destino à inauguração da segunda fase de um lar, jogou-se para dentro do 'carro da bandeirinha' com um semblante carregadíssimo, assustador para as próprias araras lá da casa.


Jardim rende-se ao partido e à evidência

Nessa ocasião, chefe já se tinha rendido à nova evidência. Que remédio. A solução era disfarçar o estado de coisas, para evitar que a rebelião interna constasse.
Sem o suficiente poder no partido para impor a expulsão do antigo presidente da Câmara, ele já mandara para as redacções dos jornais um curto comunicado com 2 pontos, atribuindo ao DN mais uma “mentira torpe”. Ele, Jardim, não tentava expulsar Albuquerque. Aquele jornal é que inventara o problema. Ou seja, mais uma "mentira torpe" do chefe.
Divulgado esse texto pelo on line dos diários da Madeira, o derrotado chefe sentia-se mais confortável para enfrentar com alguma naturalidade a comunicação social presente no lar inaugurado. 
Sentiu-se mais confortável, possivelmente, mas não foi isso que se notou. O homem, perturbado com a perda do antigo poder absoluto, confundiu-se ao ponto de dizer aos jornalistas que nunca pretendeu expulsar quem quer que fosse - esquecendo-se dos processos que desencadeou e das expulsões já consumadas. Nem sequer se lembrou do mediatizado caso de Humberto Vasconcelos, um dos expulsos!
Mais do que se confundir, mentia. Ou melhor, dizia uma 'verdade política'.


Mentira persistiu na comissão política

Foi vergado ao peso do penoso revés que ele entrou na sala dos Netos, à noitinha, para presidir a uma comissão política que, do mal o menos, desconhecia as suas diligências desenfreadas para 'limpar' o partido na pessoa de Albuquerque.
Para simular que mantém mão no leme, abalançou-se a uma longa introdução aos
trabalhos, grande parte dela, aliás, dedicada ao caso Miguel Albuquerque. Para dizer que nunca o quis expulsar. Que isso era invenção da imprensa, como escrevera em comunicado.
Evidentemente que o chefe escondeu o seu insucesso do dia. Apenas referiu que o conselho jurisdicional parecia disposto a 'roer a corda'. Que estava com medo de assumir a expulsão de Albuquerque. E que algumas figuras do partido agiam com tibieza. Em suma, ele declarou lá dentro que o conselho jurisdicional não iria decidir-se pela expulsão.
Perguntamos nós: mas é claro, se o sr. presidente diz que a expulsão foi invenção da imprensa e não ordem sua, então o CJ age muito bem ao não fazer a vontade à imprensa!
Ora adeus, sr. presidente! 
No fundo, o que ele esperava  era que algum comissário - que poderia ser o seu incondicional Miguel Mendonça - desencadeasse um contra-ataque. Criando na comissão uma vaga de fundo para salvar a honra do chefe, vítima de críticas injustas na imprensa pela pena de Albuquerque, conforme diz a queixa entrada no conselho jurisdicional. Então, por que não impor-se a própria comissão política, enquanto órgão importante do partido, acompanhando o chefe numa queixa mais abrangente, mais consistente e democrática? Que barões ou baronetes teriam coragem de impedir a sentença fatal para Albuquerque?
Falou um comissário, falou outro, e outro e outro. Jardim a ouvir, sem interromper. O grito de solidariedade com o chefe não chegou. 
Ingratos! 
Condenava-se a atitude de Miguel, ao falar do líder na praça pública, e censurava-se até a importância que o partido lhe dá. E mais nada, para desespero do chefe.
Dado o contexto, quem se livrou de ficar com as orelhas em chamas foi Sérgio Marques, outro candidato que em poucos dias mandou a comissão política às urtigas e avisou que, se expulsassem algum candidato, desistia da corrida. Em algumas intervenções da noite, o nome de Sérgio andou no ar, porém sem atrair as iras do chefe. Milagre.

Como se esperava, a reunião de ontem não serviu para falar da grave situação económico-financeira da Madeira, das formas de anular as tristes e perigosas consequências conhecidas.
De coisas sérias, com repercussões regionais, Jardim apenas referiu aquele recente encontro com Passos Coelho - ideias que repetiria na posterior conferência de imprensa, já madrugada, porque a comissão prolongou-se como nunca.
Quanto à sua deslocação a Belém, os comissários ficaram sem saber dos 'grandes temas' que terão estado à mesa dos dois dinossauros. 
Compreende-se que não se tenha falado mais na economia regional. O interesse único de Jardim - não há por onde fugir - é tornar inevitável a sua recandidatura à liderança. 


Jardim lembrou por duas vezes que não é 'carta fora do baralho'

Pode o Leitor duvidar do que estamos a escrever, mas os comissários são testemunhas. O chefe social-democrata voltou a confirmar o que sempre afirmamos: que a porta da sua recandidatura está entreaberta. 
Fê-lo sexta-feira por duas vezes, quando a oratória subia de tom.
Que disse ele? Disse que a sua entrada na corrida marcada para Dezembro não está posta de parte. Que ainda não disse taxativamente que vai embora. 
O que é outra mentira. O homem não faz senão dizer isso na imprensa. Que não se recandidata. Já fez esse bluff várias vezes em plena comissão política.
Di-lo a ver se pega alguma vaga de fundo a favor da sua continuidade. Ele tenciona recandidatar-se, mas, se fosse por obrigação, por exigência das massas que já o idolatraram, que bonito!


A primeira noite mal dormida

Esta foi, sem discussão, a primeira vez que Jardim se apercebeu de uma realidade que vem de há uns anos, sem ele a querer aceitar. Entendeu nesta sexta-feira negra que já pouco manda. E, se é que mantém um pouco da velha perspicácia, percebeu que vegeta na política praticamente sozinho. Sem apoios. 
Teria ganho se o admitisse há mais tempo.
Assim, que noite mal dormida.
Desta vez não foi empate técnico, como nas eleições internas, foi vitória de Albuquerque!
Ninguém ignora que o PPD-M sempre foi um partido com liderança cruel e arrogante. Que jamais alguém se mostrou capaz de sacudir o jugo cabralino por lá instalado. Até, finalmente, os Delfins haverem entendido que não têm de definhar à espera que o chefe seja internado no Lazareto. 
Em resposta, ameaçado pelo futuro, e à semelhança do que já vimos pela TV em ditaduras árabes, chefe resolveu barricar-se na Rua dos Netos, com o partido sob sequestro. Ainda lá está. Mas as munições restantes não passam de umas bombas de escudo, que não assustam uma barata.


(Fotos site PSD-M)

12 comentários:

Anónimo disse...

E um lugarzinho na lista às Europeias, terá sido negociado na reunião com a agenda secreta com Pedro Passos Coelho?

Fernando Vouga disse...

Caro Luís Calisto

Sempre fui de opinião de que Jardim anda a namorar um tacho lá fora. Passa lá tanto tempo!
E será um bom estratagema para não sofrer a humilhação de andar pelas ruas do Funchal como um cidadão comum e, além do mais, sujeito a passar muito tempo no tribunal.
Pelo que não estou em desacordo com o anónimo das 01:47...

Anónimo disse...

O UI disse na TV em grande entrevista, que Bruxelas não estava nos planos, mas que depois da Presidência ainda ia dar que falar. Penso que a ideia é Lisboa, para fazer os discursos rebeldes que tão bem sabe fazer...E assim continua com imunidade e foge aos montes de processos que aguardam a sua saída política. Mas isso só será possível se o novo líder o candidatar pela Madeira, pois o UI já não ganha votos...

Anónimo disse...

Esta semana e esta reunião foram das mais produtivas para Miguel Albuquerque. Agora parece que ninguém o agarra. Até os concorrentes Sérgio e MSousa estiveram ao lado dele , além da carta lida na Comissão Politica. E o UI continua cego e não vê que o tapete já lhe fugiu, mesmo para o seu maior inimigo de sucessão. E ele a promovê-lo. Nem Maquiavel, nem as táticas psicológicas militares, o ajudam

Anónimo disse...

Albuquerque continua a somar pontos, mesmo na Comissão Politica. Ninguém o quer expulsar, exceto o Meio Chefe. Tem grande significado. Cada vez mais, senão fizer asneiras, se arranjar uma boa equipa de candidatura, será homem para ganhar o partido e a Madeira

Fernando Vouga disse...

Caro comentador das 11:39

Se Jardim disse que Bruxelas não está nos seus planos é porque não quer outra coisa.

Anónimo disse...

Há um escriba hoje no jornalito que de Infante e de justo não tem nada. Manda para os outros tudo o que anda à sua volta há mais de 30 anos. Então quando se abrem eleições, os candidatos terão de concordar sempre com o líder anterior? E essa dos empresários. Não andam todos à volta do Justo Infante? Ele não vai hoje a um jantar dos ditos empresários em vez de homenagear um conterrâneo de nome mundial? É ele que tem andado e anda com eles. Enfim, esse Injustino desinfante, é uma surpresa diária... Só uma carta de meia dúzia é mto pouco. Assinem mais de 50% ou demitam-se...Deixem o Injustino sózinho, como ele deixa os outros.

Anónimo disse...

o autor do blog diz que Alberto João lembrou que " não é carta fora do baralho " eu julgo que ele é uma carta completamente baralhada , o homem de alguns anos a esta parte não acerta uma , é derrota sobre derrota , desautorização sobre desautorização , a pena são os abutres que andam á roda a tentar sacar mais uns pedaços de carniça .
concordo absolutamente com o Cor Fernando Vouga , o homem tem de sair da Madeira se não arrisca-se a ficar trancado em casa com medo de ser insultado, e de facto ainda á aquela historia dos tribunais , eles esperam .

Luís Calisto disse...

Sobre o escriba 'Justino Infante', mais propriamente 'Injustino Desinfante', como muito bem diz o nosso Comentador, veja-se como se gastam os impostos do povo esfomeado: 4 milhões por ano para o 'Barricado do Laranjal' andar a fazer a sua propaganda e a insultar, a coberto desses 'Injustinos' e 'Horácios Silvas'. Um 'Estoira-vergas', como costuma dizer o Prof. André Escórcio.
- Também concordo com o nosso Caríssimo Coronel Fernando Vouga. Na íntegra.


Anónimo disse...

Querem é levar o Albuquerque ao colo mas já toda a gente viu que é farinha do mesmo saco da do alberto joao!

Anónimo disse...

A farinha do Injustino Desinfante é negra! Desse saco não há mais!

Anónimo disse...

São sim farinha do mesmo saco sr Calisto. Um toldado pelo ódio ao outro ,e outro alimentado pelo ódio ao primeiro. Nenhum deles quer já saber do partido para nada,que se dane se não sobrar pedra sobre pedra. O que não for para eles não há-de ser para ninguém. Lucra a oposição que vai chegando ao poder sem perceber como foi,sem qualquer mérito apenas graças a implosão do ppd. Sempre percebemos que só assim. E o pior é que entretanto o povo que se dane também ,e ainda acham estranho que a gente não grame os políticos . Queremos la saber desses dois. Que se matem. Era um alívio para o défice da RAM.