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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Efeméride





EM MEMÓRIA DOS VALENTES
QUE ENFRENTARAM A TIRANIA

Combatentes de 1891: acontecesse o que acontecesse, urgia combater o regime caduco da tirania.

Na madrugada de 31 de Janeiro de 1891, faz esta sexta-feira 123 anos, tropas militares e paramilitares rebelaram-se na cidade do Porto tendo em vista derrubar o regime caduco e aparelhista da monarquia. Tratou-se de um movimento incipiente, mas que, ainda por cima esporeado pelas cedências da realeza aos ingleses na questão do Ultimato, humilhação nacional perpetrada no ano anterior, servia para abrir caminho a um golpe decisivo que acabasse com o poder hereditário da monarquia. E, já se vê, com os partidos monárquicos que serviam rotativamente as classes instaladas.
A Madeira viveu intensamente essa época, na linha da tradicional irreverência do povo, não reflectida na classe política subserviente aos paços de Lisboa. Em 1882, recordemos, a Madeira dera um exemplo de progressismo e democracia ao eleger um deputado republicano - Manuel Arriaga -, acontecimento histórico que mereceu prolongado destaque na imprensa livre de Portugal inteiro. Os esbirros da monarquia, nas eleições seguintes, assassinaram friamente muita gente na Ribeira Brava, para evitar a reeleição de um republicano. Mas o destino estava traçado, como se veria com o virar das décadas.

Em 31 de Janeiro de 1891, a rebelião republicana portuense desencadeou-se à base de sargentos e praças, mas chegou a declarar a implantação da República frente à Câmara da cidade, pela voz do dr. Alves da Veiga, com hastear da bandeira verde-rubra e ao som de foguetório e fanfarra.
O golpe acabaria neutralizado, como se temia. Mas os revoltosos deram luta às forças leais ao regime caduco, superiores em número e armamento, registando-se uma dúzia de mortos e 4 dezenas de feridos.

Dos revolucionários, alguns conseguiram fugir para França e Brasil, outros não escaparam ao julgamento a bordo de navios, frente a Leixões, e ao sequente degredo nas costas de África. 
Mas o seu exemplo de valentes democratas, que não se acomodaram nem acobardaram perante a tirania instalada no País, preferindo enfrentar o destino a viver no pântano da ignomínia, serviu de rampa de lançamento à revolução triunfal de 5 de Outubro de 1910, que pôs a mexer o mofento regime da velhada.

Os festejos na actualidade relevam a façanha de Outubro de 1910, golpe que ocorreu já numa fase de monarquia perdida.
Nós não esquecemos os bravos de 1891, que ofereceram o peito às balas para que outros pudessem aproveitar a onda e transformar finalmente Portugal.

Prisioneiros do 31 de Janeiro, a bordo do 'Índia'.

2 comentários:

Anónimo disse...

A Fénix pode juntar a esses os que enfrentam a tirania regional-M Albuquerque, Sérgio Marques e outros recentemente expulsos.

Anónimo disse...

Agora também temos uma República caduca..É preciso nova revolução!