DANIEL REAPARECEU E DE BOA SAÚDE
O País livra-se da deprimência em que andava mergulhado desde domingo, mas a polícia tem muito trabalho pela frente. Entretanto, a interrupção precoce das buscas continua a ser absolutamente incompreensível
Divisória de Águas do Atalhinho. Daniel foi encontrado no meio das feiteiras, ali junto. (Foto Raimundo Quintal) |
A proximidade da levada foi um perigo a que a criança escapou. (Divisória de Águas do Atalhinho - foto Raimundo Quintal) |
A grande notícia é que o pequenito Daniel reapareceu. Não só os familiares e vizinhos, mas toda a Madeira e todo o Portugal, descomprimiram às primeiras horas de hoje com a divulgação do feliz desenlace. A criança foi encontrada viva, e fora de perigo, por um levadeiro, ainda de madrugada, a uma distância considerável da casa dos padrinhos, de onde desaparecera no domingo.
Para complementar a boa notícia, que permitiu aos portugueses saírem de uma deprimência bem visível, é imperioso chegar ao fundo do misterioso desaparecimento.
Um especialista do Ambiente conhecedor da zona dos acontecimentos garante-nos que um menino de 18 meses jamais conseguiria trepar caminho até atingir, desde o ponto do desaparecimento, o local onde foi encontrado - uma divisória de águas no Atalhinho, aliás muito bem conservada pelos levadeiros.
As imagens aqui juntas, da autoria do Prof. Raimundo Quintal (registadas em 14 de Dezembro de 2013), documentam a Divisória de Águas do Atalhinho, na Levada que começa na Central Hidroeléctrica da Calheta e termina no sítio do Cabo, freguesia da Ponta do Pargo. O sítio da Divisória é uma área florestal na parte alta da freguesia do Estreito da Calheta.
Foi no meio da feiteira do terreno junto a esta Divisória de Águas que o levadeiro descobriu Daniel.
Quem conhece o local não tem dúvidas de que a criança foi levada para lá. Presumivelmente alguém confiante em que os levadeiros, presença permanente na casa visível nas fotos e arredores, acabassem por encontrar o desaparecido.
O que felizmente acabou por acontecer: um dos levadeiros foi alertado pelo choro do Daniel.
As autoridades certamente não descansarão enquanto não apanharem a ponta da meada que leve à descoberta do autor ou autores do crime de rapto ou outro - dada a impossibilidade de o Daniel percorrer o íngreme percurso.
Muita sorte houve também em a criança não cair na levada perto do local onde foi deixada - dizem-nos ainda.
O Daniel foi encontrado molhado e frio pelo levadeiro, que tratou de o fazer chegar ao centro de saúde do Estreito de Câmara de Lobos. Daí foi transportado para o Hospital do Funchal, para os necessários exames médicos.
Em conferência de imprensa para fornecer o ponto da situação, as entidades hospitalares revelaram que a criança se encontra de muito boa saúde e lúcida.
Daniel está no hospital acompanhado pela mãe. Dorme tranquilamente e amanhã regressa a casa.
Como dizíamos, as autoridades policiais têm muito que investigar.
...Sem prejuízo de uma segunda investigação: quem determinou a suspensão das buscas, logo na segunda-feira, decisão inconcebível cuja responsabilidade todas as entidades envolvidas andam a rejeitar?
...Sem prejuízo de uma segunda investigação: quem determinou a suspensão das buscas, logo na segunda-feira, decisão inconcebível cuja responsabilidade todas as entidades envolvidas andam a rejeitar?
Conferência de imprensa para dizer que o Daniel está de boa saúde. |
Chegada da criança ao hospital (foto JM). |
4 comentários:
já temos o esclarecimento a uma das questões levantadas . Quem mandou suspender as buscas ? soubemos pelo coordenador da PJ que não foi esta policia e que o mesmo referiu que dado a situação poder configurar rapto ia empreender outras ações mas que não suspendeu as buscas . Já sabemos tambem da parte do Presidente da Proteção Civil , coronel de seu nome , que não foi ele que mandou suspender , o que se afigura correto , ele nem mendou suspender nem mandou realizar , só isso explica que a unica entidade especializada em buscas fosse a GNR , não tendo estado presente a equipa de montanha , constituida por elementos das diferentes coorporações e que alem de socorro em altura tem formação e equipamentos para este tipo de ação , devendo ser eles a ter continuado as buscas durante a noite , isto no caso de terem sido ativados , o que pareçe não ter acontecido. aliás Luis Nery já demonstrou que a sua area de especialidade é dar ordens , conforme pode comprovar a equipa da EMIR , assumir responsabilidades aí já é outra conversa
SE já tiver-se concluído que houve intervenção de terceiro(s) podemos tirar várias conclusões:
-O raptor MORA NAS REDONDEZAS ou manteve a criança por lá durante estes dias.
Se assim NÃO fosse seria arriscado lá voltar, de carro ou a pé, para colocar a criança onde foi encontrada. Por outro lado se simplesmente a quisesse devolver e não morasse lá podia abandoná-la noutro local "público" sem se arriscar a lá voltar mas por outro lado se lá morasse seria arriscado sair do sítio, mesmo em carro próprio, caso o tivesse, se não tivesse carro mais difícil seria, para a abandonar nesse local "público".
- O raptor ao deixar a criança onde deixou pretendeu deixá-la lá PARA MORRER pois deixou-a afastada da vereda 30 metros sem qualquer sinal ou aviso anónimo que permitisse que ela fosse encontrada.
-O raptor pretendia que a criança fosse encontrada já em tal estado que não fosse possível apurar-se se teria estado ou não 3 dias exposta ao frio e fosse credível pensar-se que não tinha havido intervenção de terceiros e que ela simplesmente tinha chegado por seus próprios meios até ali e morrera de frio, fome e sede.
Não é a minha área profissional mas creio que o responsável mora ou trabalha por ali e que a criança esteve recolhida durante estes dias por lá (numa casa, palheiro, com o raptor o tempo todo ou não).
A suspensão das buscas levanta outras questões:
- que coordenava no local ? Protecção Civil, PJ, PSP ou GNR ?
- estavam reunidas as condições para continuar as buscas madrugada fora ? Não sei os procedimentos da equipa cinotécnica da GNR, mas por vezes, as equipas de resgate e socorro em montanha dos bombeiros tem de parar as operações por falta de condições para garantir a sua segurança e do individuo em apuros e a eficiência do resgate.
o comentador das 23.03 tem toda a razão nos comentarios . agora a paragem das operações por falta de condições de segurança é algo que naquelas circunstancias não se colocava segundo sabemos , a grande questão é porque é que não foi convocada a equipa que tem os equipamentos apropriados para continuar durante a noite , equipa essa que vemos nas ações de publicidade a trabalhar com a GNR e que todos temos visto a trabalhar e bem com as forças armadas quando o sr Nery se quer promover.
porque esta ausencia completa do Serviço de Proteção Civil , que só no fim apareçe a dizer que as culpas são dos outros.
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