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quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Coboiada nas Selvagens




NOVA HISTÓRIA TRÁGICO-MARÍTIMA




A 'Operação Selvagens' teve poucos momentos de lucidez e normalidade como este.



Nem oito nem oitenta e oito! Compreendemos a estratégia do homem da Vichysoise, a tal sopinha envenenada servida a Paulo Portas, e bem servida, porque cada um tem o que merece. Compreendemos que este primeiro mandato presidencial é para afectos, com beijos e abraços a tudo o que se mexa e não se mexa. Mas, que diabo, Marcelo Rebelo de Sousa está investido nas funções de Presidente da República! É dever de todos não abusar da confiança que o homem esteja a dar a cão e a gato, ainda que numa proximidade tacticista.

Quando dos fogos na Madeira, vimos Cafôfo caminhar de braço por cima dos ombros do PR, como se o Mayor estivesse a acamaradar com o adjunto da regedoria. Vimos Albuquerque e mais outros fotogénicos de cabeleireiro em pleno combate, não pela extinção dos incêndios, mas pela fotografia com o inquilino de Belém. Agora, durante a visita mais recente de Marcelo, o jantar da Magnólia, supostamente de homenagem a mortos e desalojados dos incêndios, merecendo recolhimento em memória de concidadãos nossos vítimas do sinistro, transformou-se num arraial de copos e despiques, com o povo, secretários e secretárias a cantar e a bailar como na festa do Loreto às 4 da manhã, enquanto Marcelo se submetia a mais uma sessão de beijos e abraços.
Daí a pouco, ainda no hipotético jantar, Marcelo discorria no discurso e... mesmo atrás dele, à vista da plateia e dos estupefactos madeirenses que seguiam a rábula em directo, o presidente do Governo e a secretária da Inclusão trocavam piadas e risos como se o orador fosse o chefe da banda contratada e não o Chefe de Estado em funções oficiais.

Mas o ramalhete não estava definitivamente composto. Faltava o passeio do estilo às Selvagens. Sem novidade nenhuma, porque esta passeata nada tem a ver com afirmações de soberania, mas com a necessidade de encher agendas e ecrans. 
Será que pelo menos no isolamento silencioso do Atlântico aquela malta de folgazões manteve alguma distância com o Presidente da República? Ou mais uma vez todos se esqueceram de que aquilo era serviço - desnecessário, mas serviço - e não um piquenique para enfiar uma bucha e emborcar um quarto de litro?

A coisa não começou da melhor maneira, segundo nos confidencia a nossa K-Kagarra que veio das Selvagens ao Funchal para acompanhar e cobrir para o Fénix o que se tornaria uma história trágico-marítima em matéria de etiqueta, diplomacia e cortesia. 
Marcelo seguiria de hélio, mas entretanto, no Funchal, a companha do 'D. Francisco de Almeida' aparelhava-se para a largada. A primeira anomalia registada, que passou mais ou menos despercebida, foi o embarque de uma passageira clandestina na fragata de guerra. Sem registo na lista de viajantes, poderia ser um quebra-cabeças para a ponte de comando. Lá se compôs o espalhanço. Pelo mar pr'a lá, houve ainda uma disputa de colchões, porque ninguém estava interessado em dormir no convés. Passageiros clandestinos dão nisto.
O pior seria mais adiante.


Marcelo apeou-se do Merlin no planalto da Selvagem Grande e desatou a distribuir afectos a quem primeiro encontrou, julgando estar a ser recebido por representantes da colónia de cagarras. Não sabia onde se estava a meter. Vejam quem está ali à direita na fotografia. Só que a desgraça não estava bem aí. Pergunta-se: onde está o presidente do governo a receber o Chefe de Estado? Bem, era só o começo.  


O Representante Ireneu, por dever do ofício, teve de andar a trepar e a descer escarpas, com as dificuldades que se imaginam. O que leva a dar alguma razão a Jaime Ramos quando nos loucos tempos do desenvolvimentismo acusava os ocupantes de São Lourenço de serem estorvos e atrapalhos à Autonomia Total. A penosa descida foi o que a imagem mostra: o Representante apoiado a uma marinheira. Para cima, levou 5 minutos de avanço e foi o último a chegar, já fora do controlo.


Era preciso fazer qualquer coisa para os Portugueses não repararem na medonha despesa da brincadeira. Lá se tratou da entrega de um diploma da Polícia Marinha, que agora tem guarita de sentinela na Selvagem Grande. Dado que o agente encarregado da cerimónia é um sósia de Marcelo, será que o PR pode pensar em descarregar as sessões diárias de beijos, por exemplo quando se tratar de velhas e de crianças?


Para encher mais um pouco o dia, seguiu-se uma apresentação debaixo do alpendre da casa dos vigias, quase à beira-água. O Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Macieira Fragoso, pôs-se a explicar o êxito da instalação em apenas 5 semanas do posto onde operará uma equipa da Polícia Marítima. Ora, com o andamento da explicação, Albuquerque dava sinais de enfado. Sentado na plateia, quis chamar a 'Selvagem' para o colo, a fim de se distrair um pouco e fingir diante dos jornalistas que adora cães. Mas o bicho teve mais juízo do que a Sissi. Recusou. Então, o presidente do governo regional resolveu perguntar pelo Roberto. Onde está o Roberto? E Marcelo com dificuldade para ouvir a explicação do Almirante. Albuquerque insistia: já disse, chamem o Roberto! Apresentação estragada. O Almirante a tentar disfarçar a bronca e Marcelo idem, mas estava difícil. E o Roberto que não aparecia. Foram dois assessores dentro da casa e voltaram sem o Roberto. E o Roberto? - insistia Miguel. Quem diabo era o Roberto? K-Kagarra conhece: um técnico daqueles fios e bytes que não esteve para aturar baboseiras e deixou-se ficar onde estava.

Para deitar água na fervura, um polícia marítimo fez umas festinhas à 'Selvagem'. Mas aí, devido ao Miguel perturbador da aula, já ninguém seguia com atenção a apresentação do Almirante. E as coisas só recuperaram quando tocou a rancho e Miguel Albuquerque meteu dentes à obra, sem dar tréguas às saladas de polvo e atum, à espetada, à fruta e ao bolo. Note-se porém que não foi apenas Miguel a correr ao tacho. No capítulo dos tachos, o chefe do governo tinha ali concorrência forte.
Inebriado pelos comes-e-bebes, Miguel pensou: não é tarde nem é cedo, vou é livrar-me mais um bocado do cinzentão. Virando-se para o secretário de Estado da Defesa: Oh Marcos, 'bora dar um mergulho que não estou para aturar essa velhada toda. Marcos Perestrelo, que já anda ressabiado porque o ministro não o deixa brilhar, só o deixa fazer de corpo presente no protocolo, limitou-se a pegar no fato-de-banho e descer até às límpidas águas, lado a lado com o chefe da Madeira.
Seguiu-se o ritual do costume.

Ver se a água está muito fria, porque mergulhar com uma barrigada daquelas!...

Marcos despacha-se.

Lá vai também o patrão do Blue Establishment, de pernas juntas, como na largada para o Cais-Barreirinha na corrida José da Silva 'Saca'. Certamente a resmungar no meio dos peixes, inspirado pelo copo do almoço: o Cafôfo que aproveite para fazer selfies com o cubano.

...Como por encanto, houve uns momentos de sossego nas Selvagens.

Da zona sobranceira, Marcelo e mais alguns membros da comitiva seguiam perplexos os movimentos dos banhistas, que deixaram o Presidente da República ali desamparado, aos papéis, para tomar uma banhoca. Quando Mário Soares esteve nas ilhotas, muita gente foi à água. Mas porque o velhote do socialismo foi o primeiro a mergulhar e ninguém o quis deixar sozinho. Agora foi o contrário. O Presidente Marcelo em terra, queimando tempo com paleio de chacha e circunstância para encher chouriço, enquanto sua ex.ª o Presidente da Madeira nadava. Havia de ser com Sampaio ou Cavaco! Está tudo apanhado pelos ultravioleta!  

Foi com uma descontracção cheirando a indiferença e irresponsabilidade que Miguel saiu do azul selvagem para o duche. Talvez num rebate de alarme, tentou a todo o custo convencer Cafôfo a ir também meter água, oferecendo-se para emprestar o fato-de-banho ao Mayor funchalense. Ou por não saber nadar ou por ter a cabeça no lugar certo, Cafôfo dispensou o presente envenenado.

Com o regresso da equipa de banhistas a terra firme, estava dado o mote para a bandalheira geral. Ali já não havia Presidente da República nem Almirante nem regedores do establishment, mas um grupo amigo e coeso, imbuído do mesmo espírito de luso-porreirismo, que a vida são dois dias. E os castelhanos que também entrassem ali com os seus voos rasantes e a pesca sorrateira, porque é tudo pessoal da mesma península. Daí em diante, eram as anedotas e os dichotes de soldados rasos para figuras de Estado, rapaziada de calção e pé descalço a tirar fotografias ao inquilino de Belém. Já antes, o assessor de Marcelo pegara na secretária do Ambiente ao colo para sentá-la em cima do muro, já que não havia lugar no alpendre. Susana Prada que não se esquecera de levar na bagagem duas caixas de queijadas para os excursionistas matarem uma roeza.   


 Moral da história: de certeza que Marcelo não volta a meter-se noutra. Só se for mesmo em cima das eleições para o segundo mandato, se as sondagens estiverem tremidas.

18 comentários:

Anónimo disse...

Andei nestas andanças e nunca vi nada igual, aliás, chega a ser confrangedor ver Miguel Albuquerque e Paulo Cafofo a disputarem palmo a palmo a atenção do Presidente da Republica e seu staff. Parecem dois bebés grandes, mas tenho que reconhecer que o pior nesta bajulação indígena provinciana foi o sr. Cafofo. O tipo parece uma lapa e só dizia tontices, já não há educação nem Sentido de Estado, e pior, respeito! concluindo, um BANDO DE VILÕES!

Anónimo disse...

O sr. Presidente da Republica dá muitas familiaridades e depois leva com estas coisas. Nos países do norte da Europa os governantes são assim, mas tem uma população instruída que sabe estar e ocupar o seu lugar. Em Portugal, dar um dedo,para os matarruanos, é dar o corpo, a alma e o cargo.

pravdaolheu disse...

Bons comentários amigo Calisto sobre esta ida do Marcelo às Selvagens!

Anónimo disse...

Paga Zé Povo. Eles divertem-se e no mundo real morre-se queimado.

Anónimo disse...

Sim, mas a verdade é que Cafôfo levantou-se bem de manhã porque pensava que Marcelo ia dar um mergulho. Coitado de cafôfo. Nem as selvagens conseguia governar...

Anónimo disse...

Se o Marcelo fosse a água iam ver o Cafofo a correr atras. E ele apoiou o Sampaio da novoa nas presidenciais... Mas agora deve ser marcelista. Bom, a verdade e que ele nem sabe o que é. Quando quer saber, pergunta ao seu único neuronio , o cubano Iglesias.

Anónimo disse...

Hilariante, hilariante. obrigada Sr. Calisto!!!

Anónimo disse...

A falta de paciência e de respeito do Al-bu-queque não é de agora. E pode acrescentar a falta de educação que teve na visita às zonas queimadas, e às pessoas que ficaram sem nada. Numa zona de casas afectadas abaixo das babosas, virou-se po Brazão e disse "vamos embora que estou farto de aturar gente tonta". Não o disse baixinho ou em código. Disse-o normalmente e de boca cheia.

Unknown disse...

Fico atónito como é que gente que se quer fazer de nobre e sangue azul comporta-se como um verdadeiro garoto do calhau...

Anónimo disse...

Foi às Selvagens poluir as águas cristalinas. É um artista sem respeito pelas pessoas. Basta ver a falta de educação que teve na Quinta Magnólia quando o Presidente da República estava a falar para a população, estava aos cochichos com a jarra da Rubina Leal

Anónimo disse...

A presença de toda esta gente em terra ... a presença ao largo duma fragata e lanchas rápidas da Marinha... a presença de um helicóptero da FAP, estava demonstrada a soberania por terra/mar/ar. Faltava demonstra-la em meio Sub-aquático, não fosse um qualquer submarino ou mergulhadores ignora-la, daí nada melhor que o mergulho destes 2 ilustres voluntários.

Anónimo disse...

Sempre que há tragédias os políticos safam-se sempre. O 20 de Fevereiro foi o balão de oxigénio de Alberto João e restante camarilha. Os incêndios foi ouro para o Cafofo e embora Albuquerque se esforçasse, não teve a ousadia trágico-cómica de Cafofo de andar de mascara e óculos na cara.Um pequeno pormenor, que o beneficiou no circo mediático à volta da desgraça das pessoas. E nas Selvagens disseram-me que pareciam leões à volta da gazela Marcelo. Sr. Calisto os meus parabéns por destapar a careca ao Albuquerque porque o Cafofo nem é necessário esse trabalho.

Anónimo disse...

Este Presidente do Governo Regional tudo indica que tem os dias contados, depois das Autárquicas. Não chega a 2019

Anónimo disse...

ao anónimo das 23.25. de facto este DES.governo precisa de um valente abanão. não acredito em remodelações, pelos motivos que o anterior PGR utilizava, pelo que a ideia será ir surfando nas paginas do DN, veja-se hoje tentando como o Passos fazia moldar a realidade ao seu pensamento. Agora vamos ver ser o pagode aqui tera a mesma lucidez que teve o Povão no país e mostra o dito cartão amarelo abrindo as portas à geringonça. Tb aqui valerá máxima pior não pode ficar.

Anónimo disse...

Dá-me um enorme prazer ler vários posts de Socialistas ressabiados e Cafofianos sedentos de poder. Coitado do Pereira que já foi e ainda não se apercebeu.
Este Iglésias andava nos incêndios a ligar para o Cafofo a informar de onde estava as Câmaras de modo a que ele se desloca-se para lá para ser visto, contam alguns elementos dos BM que assistiram a isto e afirmam que o Iglésias tinah tudo na sua mão.
E á agora, acho que o Sr. Calisto deveria tentar descobrir e partilhar connosco, dentro dos seus conhecimentos, o que raio se passa com a comunicação social. Porquê que o Iglésias anda sempre de volta dos jornalistas a dar ordens aos mesmos, eu assisti a isso à dias na visita do Marcelo. Ele a chamar os jornalistas e a dizer : " Vocês não saem daqui sem falar com o Paulo, percebido? " e eram jornalistas do DN, JM, FN e Tribuna. Eles que seja jornalistas a serio e expliquem o que se passa e porquê que as noticias sobre a autarquia e o Presidente Paulo Cafofo saem sempre a favor do mesmo, quando dentro da CMF sabemos que não é assim e vivemos dia a dia deste drama. Torna-se repugnante, fomos abandonados por uns e estamos a ser comidos por outros.

Anónimo disse...

Caro Calisto. Quando eu estava na tropa (na rija) se não fizesse continência à bandeira Nacional ficava um fim de semana de castigo a campinar, e esse tempo (o fim de semana) não contava para a tropa. Calisto, agora imagine eu aparecer ao comandante de fato de banho......... Abraço

Anónimo disse...

O que intriga mesmo é essa passageira imprevista que lá entrou no navio á última da hora: como é que uma coisa dessas acontece em programa militar e do PR? Só mostra como o blue establishment é um bando de malucos com as benesses do poder. E pobres de nós, madeirenses, que lhes pagamos o ordenado, juntamente com as patranhas diárias no boletim Dnoticias... Mas será que essa passageira é a que aparece na foto? Então como é que fazem um programa desses e se esqueciam da patroa da freira e das cagarras? Mas, uma vez que lá chegou, porque é que não vestiu os trapinhos, que se supõe exíguos, para acompanhar o chefe no mergulho azul? Isso faria toda a diferença no espírito e na tensão (sim, tensão!) da comitiva...

Anónimo disse...

Apenas mudaram as moscas.