TENDÊNCIA ESPERANÇA EM MOVIMENTO ('TEM')
Figuras do CDS-PP decidiram criar um movimento interno tendo em vista injectar nas novas gerações centristas os princípios democrata-cristãos que estiveram na génese do partido. Chama-se Tendência Esperança e Movimento (TEM) e já se preparam diversos acontecimentos com a participação inclusivamente de antigos líderes do CDS.
Ao que sabemos, o TEM tenciona ir ao encontro da sociedade civil, abrindo e aproximando o partido às suas bases e aos simpatizantes. Prova disso são as recentes adesões ao CDS para fazerem parte do TEM.
O TEM anuncia como principal objetivo dar novamente forte dinâmica doutrinária ao que de melhor o CDS tem, a matriz democrata-cristã.
DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS
POLÍTICOS
De acordo com os Estatutos do
CDS-PP, “as Correntes de Opinião exprimem a diversidade de sensibilidades
políticas, históricas, filosóficas e sociais do espaço político do Partido e
destinam-se a contribuir para o debate democrático e intelectual e a
representação de um maior número de portugueses no seio do CDS - PARTIDO
POPULAR”.
Neste contexto, é criada, de
acordo com os Artigos 42.º e 43.º dos Estatutos do Partido, a "Tendência
ESPERANÇA EM MOVIMENTO (TEM)" que, defendendo e procurando intervir de
forma crítica e construtiva sobre todos os fins do CDS-PP, visa essencialmente
os objectivos expressos nas alíneas b) e f) do Artigo 2.º dos Estatutos do
Partido, respectivamente:
· “Propor para a sociedade portuguesa um
modelo assente nos valores éticos, sociais e democráticos do humanismo
personalista de inspiração cristã”; e
· “Promover a formação cívica e o
esclarecimento e doutrinação política dos cidadãos, difundindo o ideário
democrata-cristão”.
JUSTIFICAÇÃO
A principal razão para a criação
da "Tendência ESPERANÇA EM MOVIMENTO" é a evidência – que já não é
possível ignorar – de que é mesmo preciso defender os nossos valores e afirmar
a nossa identidade.
Com efeito, esses valores – não
só os do nosso partido, mas também os da própria democracia constitucional de
tipo ocidental – estão a ser atacados. Estão a ser assaltados pela agenda
progressista de pendor relativista e nihilista, pelo laicismo radical, pelo
fundamentalismo islâmico e pela ilusão multicultural, pelo liberalismo sem
limites, pela contínua erosão da soberania nacional, garantia primeira da
liberdade do povo português, entre outros factores.
Ora, a democracia constitucional
não é eticamente neutra. Forjada gradualmente sobre a tradição cristã e pela
herança greco-romana, a democracia é antes a fórmula de governo mais coerente
com a afirmação da igual, intrínseca e inviolável dignidade da pessoa humana e
da sua autonomia. São essas fundações que estão a ser ameaçadas na actual crise
civilizacional. E é neste contexto que o ideário da Democracia Cristã readquire
a sua importância e uma nova urgência.
Paralelamente, é também preciso
defender e afirmar a nossa identidade, que está a ser diluída. Assistimos,
sobretudo à direita, a uma certa desideologização e subsequente ‘pragmatização’
do discurso político, levando a que as posições deste lado do espectro político
se tornem por vezes indistinguíveis das propostas dos partidos de extrema-esquerda,
designadamente nas chamadas questões fracturantes.
Portanto, não basta invocar o
‘pragmatismo’, aduzindo que o importante é resolver os problemas reais das
pessoas, em vez de nos perdermos e esgotarmos em discussões bizantinas em torno
de intermináveis querelas ideológicas. A verdade é que a procura de soluções
para os problemas concretos das pessoas não é independente dos critérios ou
padrões de juízo sobre o bem ou o mal, sobre o que é preferível ou
inconveniente e, portanto, não é independente de ideias, valores ou princípios.
A ambiguidade do posicionamento
político sobre os vários problemas e desafios da sociedade actual, para além de
conduzir a sérios riscos de esvaziamento ideológico, não serve o nosso partido,
nem tão-pouco a democracia, em geral. Esta orientação descredibiliza a política
e confunde os eleitores. Para recuperar credibilidade e prestígio, a democracia
precisa de resgatar o debate político racional, apostar na concorrência de
ideias e argumentos e tornar inteligíveis as diferenças face a propostas
rivais.
Assim, desejamos que o CDS-PP se
apresente ao povo português como um partido estável e fiel aos seus princípios
fundacionais, como forma de fortalecer o elo de confiança com o eleitorado que
é apenas alcançável através da clareza e da coerência com as nossas convicções
políticas. Deste modo, pretendemos intervir democraticamente no seio do
partido, sem complexos, comprometidos com a independência, unidade e dignidade
da nação portuguesa, no sentido de promover os princípios ético-políticos de
matriz democrata cristã.
PRINCÍPIOS
Como é sabido, o cristianismo não
preconiza (nem é apropriável por) nenhum programa político particular. Por sua
vez, o CDS não é um partido confessional. Não é também um partido moralista: os
problemas do governo não são apenas matéria de boas intenções, mas de prudência
e coragem políticas.
Contudo, a herança cristã
proporciona uma ética política básica que pode ser assumida por crentes – ou
não crentes – de diversas religiões, como acontece no nosso partido.
Entre esses valores, encontram-se
em primeiro lugar os princípios gerais do Estado de Direito: o primado da Lei,
o respeito pela dignidade da pessoa humana e a garantia dos seus direitos
fundamentais, a liberdade e o pluralismo, a limitação e separação de poderes, o
governo fundado no consentimento e a igualdade perante a Lei.
A Democracia Cristã valoriza
simultaneamente a liberdade individual, a responsabilidade pessoal e a
solidariedade. Mais especificamente, favorece uma economia de mercado
competitiva e a liberdade de escolha, nunca atentando contra o bem comum.
Recusa a exclusividade do Estado
como motor do desenvolvimento económico, mas defende um Estado forte, regulador
e protector, provido de amplos meios de actuação, a quem deve competir a
salvaguarda dos mais necessitados, prestando apoio sempre que necessário na
educação, na saúde e na previdência social, de acordo com o princípio da
subsidiariedade.
Mas rejeita também a concepção
individualista de pessoa e o modelo economicista de sociedade. Defende o
princípio do mérito; mas leva a sério os laços sociais e a responsabilidade da
comunidade e dos indivíduos face aos seus semelhantes, não como limite ou
restrição à liberdade de cada um, mas como condição da liberdade e plenitude humana
de todos. Valoriza a família tradicional como um ‘bem público’, célula básica
da sociedade, também como resposta ao problema demográfico.
Respeita a vida humana desde o
momento da concepção até à morte natural. Assume a responsabilidade do Estado
pelos membros mais vulneráveis da sociedade, de forma a permitir vidas decentes
para todos, mas favorecendo a sua autonomia. E reconhece o papel insubstituível
das instituições sociais básicas e intermédias, como as famílias, escolas,
religiões, universidades, associações voluntárias, etc., relativamente às quais
o Estado deve desempenhar uma função subsidiária, superando a tentação
vanguardista de se arvorar em mestre-escola dos cidadãos e dispensando
experiências de engenharia social.
Finalmente, Portugal é uma nação
soberana, fortemente ligada ao mundo - a Portugalidade - que os portugueses
descobriram e desenvolveram. Esse espaço que constitui um fórum privilegiado de
inserção para o Estado português, garantia da sua liberdade pode, se
inteligentemente explorado e aprofundado, tornar-se ponte para uma nova era de
prosperidade económica e centralidade diplomática.
Os representantes da TEM serão
escolhidos pelos respectivos membros de cada núcleo distrital, sendo que estes
decidirão da forma de se representarem a nível nacional.
Nunca até hoje se constituiu uma
Corrente de Opinião no seio do CDS-PP.
Agora, não é cedo, nem é tarde,
para que ela surja.
8 comentários:
O PS e o PSD também precisam de movimentos parecidos!
Que serve estes movimentos, se muitos estão inquinados à partida, visto que alguns dos antigos líderes negoceiam nas costas do povo com as "máfia no bom sentido" para se perpetuar os monopólios e as oligarquias nesta terreola africana! Veja-se o caso dos portos, CINM, Casinos, vias expresso e outros queijandos! Ah povo enganado!
Basta ver o advogado Ricardo vieira a fiscalizar o governo e a fraturar aí jornal da madeira grande
Já não há movimento que livre o CDS. desilusões atrás de desilusões.
A grande desilusão chama-se Rui Barreto. Juntou-se ao pior que o CDS tem. E podia ter feito tão tão melhor. Pôs a fasquia por baixo. Afinal, nada de novo e mais do mesmo.
O CDS que não arranje um candidato para as Autárquicas em Santa Cruz, que vai ver o que lhe acontece: desaparece do mapa.
Enquanto não derem um pontapé ao advogado pago para lambuzar o líder e à psicóloga barata, este partido não levanta cabeça!
Os comensais andam nervosos, o casalinho manipulador que confunde lealdade com o livro de cheques anda a tirar nos pés cada vez que mexe no teclado. Uma tristeza.
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