Maquiavel, n’O Príncipe, aconselhava os
soberanos sempre a tomar um partido em qualquer conflito para ter Aliados para
os seus próprios.
Plutarco conta o seguinte de Sólon:
“De todas as outras suas leis, é
especialmente peculiar e paradoxal a que ordena a privação dos direitos cívicos
à pessoa que, em caso de sedição, não tome o partido de nenhum dos lados. O
propósito consiste, ao que parece, em evitar a apatia e a indiferença perante a
comunidade, colocando a salvo os interesses pessoais e gloriando‑se de não
haver partilhado as desgraças e males da pátria. Pelo contrário, importa juntar‑se,
desde logo, aos que evidenciarem um comportamento melhor e mais justo, correr
os mesmos perigos e prestar‑lhes auxílio, em vez de aguardar, em segurança, as
disposições dos vencedores.”
Plutarco, Vidas Paralelas: Sólon e Publícola
Tocqueville, n’A Democracia na América, afirma
que o maior perigo deste tipo de constituição é o individualismo, do qual
saliento a conduta de apatia sobre os assuntos da Coisa Pública e da Justiça.
Plutarco conta o seguinte de Sólon:
“Com efeito, questionado, ao que parece, sobre qual seria a
melhor cidade para se viver, ele respondeu: “Aquela onde mesmo os que não foram
vítimas de injustiça perseguem e punem os culpados com não menor zelo do que os
que sofreram a afronta.” “
Plutarco, Vidas Paralelas: Sólon e Publícola
Penso que a maioria das pessoas são virtuosas,
pelo que “os maus só vencem quando os bons não combatem”[i].
Obviamente, apoiar outrem num Conflito é
basicamente o mesmo que entrar em conflito (pelo que deve apreciar a situação
tal como foi publicado noutro lugar), com a ressalva que, à exceção de amizades
e inimizades, pouco se ganha em caso de vitória e, pouco se perde em caso de
derrota. Existem exceções, como por exemplo:
· o apoiado
tem muito maior probabilidade de vencer que o apoiante (devido a um qualquer
conjunto de razões);
· a regra
(i.e., a Paz) imposta pelo apoiado beneficia ou prejudica enormemente o
eventual apoiante (como por exemplo, a aquisição ou perda de um direito por um
trabalhador afeta todos os trabalhadores. A lei Bosman).
· aprender a
ter um conflito. Um conflito, tal como vai ser publicado mais tarde, produz
muitos efeitos negativos no conflituante… pelo que aquele que não está
“calejado” no combate, tem tendência a perder.
· experimentar,
tal como dizem que a Alemanha de Hitler fez na Guerra Civil
Espanhola.
· quem se
deseja mostrar à Sociedade.
Os maiores riscos de apoiar outrem num Conflito
são: 1) ser enganado pelo apoiado; 2) a desistência do apoiado, pois “enquanto
houver vontade de lutar haverá esperança de vencer.” Santo Agostinho
Eu, O Santo
[i] O que é que estes parágrafos nos dizem sobre a necessidade de
impor o voto obrigatório? Para mim, é claro que com o voto obrigatório o PSD-M
não teria uma maioria de deputados confortável, talvez nem tivesse maioria.
Também existiriam muito mais partidos na Assembleia a lutar por interesses
distintos e a querer mostrar trabalho de fiscalização do GR. Será que o cidadão
seria beneficiado?
4 comentários:
O voto obrigatório não transforma os vigaristas em santinhos. Ou seja, os males que nos afligem vão continuar, mas com uma capa diferente.
Pois a ênfase na obrigatoriedade do voto mais me parece ter como motivo a falta de representatividade dos "eleitos" actuais, que é real e começa a fazer mossa envergonhada nas burocracias partidárias que pelos outros motivos apresentados.
Têm toda a legitimidade, mas com abstenções superiores a 50% não se pode dizer que "representem" os portugueses...
Os partidos em modo suicídio de credibilidade. Ou será homicídio descomprometido da responsabilidade e consequências das escolhas que fazem?
Boa tarde.
Acredito que as pessoas não votam por não acreditarem no Sistema nem nos candidatos.(o contrário seria "as pessoas não votam pois sabem quem vai ganhar ou pensam que a gestão da Coisa Pública será igual seja lá quem for que seja eleito").
De acordo com a minha opinião sobre o assunto, se os cidadaõs fossem obrigados a votar, fariam votos de protesto: nulos, abstenções e em pequenos partidos). Estes pequenos partidos lutariam para continuar a representar a populaçao e a maneira mais fácil e segura de o fazer é fiscalizando/criticando o Governo, especialmente a corrupção, o favorecimento pessoal, o abuso de poder e a incompetência.
Qualquer destas críticas custa votos aos partidos do Poder, pelo que teriam que tomar medidas para as evitar.
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