PAULO PEREIRA, O UNIFICADOR
GAUDÊNCIO FIGUEIRA
Em tempo de grande dramatização da opinião pública, alguém sob este pseudónimo, agitou as águas. O nosso homem revelando-se exímio no uso das técnicas da propaganda, uniu os Madeirenses contra o “inimigo externo”.
Não somos o único Povo que apresenta esta patologia. Oitenta anos de vivência sob regimes totalitários deixam sequelas nos Povos. O fim do “Homo Sovieticus”, assemelha-se ao fim do “Homo Madeirensis”. Os sentimentos das pessoas que, obnubiladas pelo Totalitarismo Estalinista, tiveram de adaptar-se a nova realidade, não diferem daquilo que aconteceu com o “Homo Madeirensis”, em 2012, com a assinatura do PAEF. Explicar a um Ucraniano que a catástrofe nuclear em Chernobyl não era culpa do Ocidente, não lhes entrava na cabeça. Como era isso possível, se o Poder e a respectiva propaganda, mandavam combater os “inimigos ocidentais”, de arma na mão, e sem protecção contra as radiações? Enorme é a força da propaganda e dos mitos na cabeça das pessoas! Paulo Pereira, provocou os mitos do “Povo Superior”.
Vejamos as “mentiras” do ingrato e desconhecido Conimbricense que deveriam ter feito pensar os “apaixonados da desgraça”. A questão do clima é coisa sobre a qual cada um terá sua opinião. O mesmo não se pode dizer daquilo que é mensurável.
Temos, ou não, os combustíveis mais caros do País? Temos um só Centro de Inspecção Auto. Porém, ele andou envolvido num processo onde a Lei e a Ética foram maltratadas. Isto é bonito? O Paulo não disse, mas eu digo, que tal aquele aval aos Irmãos Castro, para preparar o Porto Santo para o séc. XXI? É um orgulho! Os bens de primeira necessidade são, incontestavelmente, mais caros por cá. Terá o “Cubano Ingrato” culpa de o LIDL não ter chegado à Madeira? Sendo este um “interesse específico” da RAM, alguém o salvaguardou? Falar de pobreza gerou forte reacção. Os Ucranianos aceitavam que a tragédia que lhes batera à porta era culpa dos ocidentais. Aqui chegados a Magui, – digna representante do “Homo Madeirensis”, com seus mitos e opinião nas cartas do leitor do DN, dia 13p.p. – garante que os madeirenses são ricos por terem paisagem e turismo. Será verdade, Magui? Já não destruíram a paisagem e vão continuar a destruir, construindo mais hotéis? Quando saírem, 50 autocarros com turistas, do Novo Savoy não vão ser precisos parques de estacionamento, no Ribº. Frio e Rabaçal? Onde ficará a paisagem? Vá lá Magui, esquece os mitos e pensa nos teus verdadeiros interesses.
Pode sempre entreter-se a opinião pública com retóricas jurídico-económicas envolvendo, Estatuto da RAM, Revisão Constitucional, Lei das Finanças Regionais etc. Durante 34 anos, a retórica foi habilmente sustentada com recurso a “bancos amigos” e à dívida agora em litigância no Tribunal. A “valentia retórica” da propaganda sucumbiu. Os adolescentes que partiram os vidros da escola, têm de o confessar e, juntamente com aqueles que viram e calaram a desgraça, trazerem solução.
13 comentários:
Fiquei envergonhado pela reação que vários madeirenses tiveram à critica, diz mais deles do que de quem expressou a sua opinião.
Ah O senhor e ele são a mesma coisa?
Eu escrevi dois comentários, um na carta original, outro na que se seguiu, em que pretendia defender o autor das críticas perante o talibanismo radical a que foi sujeito. Mesmo não concordando na íntegra com as mesmas, o homem tem todo o direito a opinar o que bem entender, era o que faltava e algumas das críticas tinham, e têm, todo o sentido.
Bem, nenhum deles foi publicado, mesmo não contendo qualquer insulto ou limitação à liberdade alheia. Mas é o que temos quando a comunicação "social" depende de "incentivos" públicos...
Agora, o custo de vida será sempre mais elevado num território ultraperiférico que numa capital do centro da Europa. Quem arranjar uma solução eficaz para o problema tem fortuna garantida...
O escritor deste texto disse, e bem, que quem preparou a carta mostrou-se um exímio utilizador de técnicas de comunicação política universais. Mas parece-me que aquele não terá notado que esse domínio das técnicas de propaganda só ficou visível na segunda carta, que ridiculariza a tal união, mostrando, à lupa, o ridículo de algumas reações. Estando certamente as duas cartas planeadas desde o início, temos artista.
Caro Senhor, com tanta e boa Iluminação sobre a coisa pública, não nos lembramos de V. Excia ter deixado no governo quando lá esteve com o Dr Jardim,indícios de alguma perspetiva de planificação para esta pobre e desgraçada terra, que o Senhor teima em viver, desgastando a sua mente e sabedoria.
Já agora, como as autárquicas recebem candidaturas independentes, vá em frente e contribua para que esta destruída terrinha fique um pouco melhor...
A reação da maioria dos madeirenses revela uma mentalidade fechada e até limitada.
É que a maior parte das coisas que o tal Pereira disse até eram verdade: temos produtos caríssimos no supermercado, não há concorrência, não há um barco a fazer ligações ao continente, viagens de avião são um escândalo, os negócios e a política são dominadas por uma máfia que pisa constantemente o povo a seu belo prazer, etc.
Por isso que eu acho que o Alberto João inventou aquela história do "Povo Superior" para tentar compensar um certo complexo de inferioridade que os madeirenses têm, para assim poder agitar as hostes contra os "cubanos".
As reações à carta do Pereira foram demasiado inflamadas. Meus caros conterraneos tenham calma, não somos superiores nem inferiores, não era preciso ficarem tão sentidos, ainda por cima o que ele disse era verdade sobre esta terrinha que tantas vezes nos envergonha por causa dos esquemas, monopólios, etc, etc, etc
Pois é o anónimo das 13:13 tem razão. O autor do texto pôs fez-nos pensar. Parabéns aos dois. Vai sendo tempo de não nos comerem por lorpas!
O Paulo Pereira de "Coimbra" parece o Klaus Freidrich da "Alemanha".
O primeiro diz mal, agora. O segundo, dizia bem, antes.
Como 2 + 2 ainda continua a ser 4...
Meu Caro Calisto
Como sabe não comento anónimos, mas desta vez apraz-me registar a urbanidade dos comentários. Quem, como eu, suportou a má educação regional durante tem o dever de registar a mudança.
O Senhor Figueira tá farto de comentar anónimos com recadinhos "anónimos"...deixando no ar o seu ressabiamento...e vergonha por ter pertencido ao Governo de Jardim, mas que a Memória e a história não podem apagar a sua jura ao grande Mestre Jardim,..
Um texto bonito de dr. Gaudencio, meus parabéns.
Ainda não percebi como é que alguém pode pensar que o PP é de Coimbra. Leiam os comentários do artigo anterior sobre este tema. Esta viloada que vai atrás da provocação barata envergonha-me de ser madeirense.
Critiquem o que vai mal na nossa terra, mas não papem tudo o que vos põe no prato.
Se a carta fosse assinada por um PP nascido na Madeira, teria apenas duas ou três respostas.
Não se menorizem perante estes manobradores pseudoturistas.
Mas há alguém que ache que o Paulo Pereira é de Coimbra ?
E alguém acha que o Klaus Freidrich é da Alemanha ?
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