Vale a pena Lutar? Vale a pena Votar [i]?
Há uma tendência
para que o individuo que tem vantagem, na esmagadora maioria das situações, a
aumente, tal como descrito na seguinte Parábola:
Parábola
dos talentos (Lc 19,12-27) - 14«Será também como um homem que, ao partir
para fora, chamou os servos e confiou-lhes os seus bens. 15A um deu cinco talentos, a outro dois e a
outro um, a cada qual conforme a sua capacidade; e depois partiu.
16Aquele que recebeu cinco talentos negociou com eles e
ganhou outros cinco. 17Da mesma forma, aquele que recebeu dois
ganhou outros dois. 18Mas aquele que apenas recebeu um foi fazer um
buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19Passado muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e
pediu-lhes contas. 20Aquele que tinha recebido cinco talentos
aproximou-se e entregou-lhe outros cinco, dizendo: ‘Senhor, confiaste-me cinco
talentos; aqui estão outros cinco que eu ganhei.’ 21O senhor disse-lhe: ‘Muito bem, servo bom e
fiel, foste fiel em coisas de pouca monta, muito te confiarei. Entra no gozo do
teu senhor.’
22Veio, em seguida, o que tinha recebido dois talentos:
‘Senhor, disse ele, confiaste-me dois talentos; aqui estão outros dois que eu
ganhei.’ 23O senhor disse-lhe: ‘Muito bem, servo bom e fiel, foste
fiel em coisas de pouca monta, muito te confiarei. Entra no gozo do teu
senhor.’
24Veio, finalmente, o que tinha recebido um só talento:
‘Senhor, disse ele, sempre te conheci como homem duro, que ceifas onde não
semeaste e recolhes onde não espalhaste. 25Por isso, com medo, fui esconder o teu
talento na terra. Aqui está o que te pertence.’ 26O senhor respondeu-lhe: ‘Servo mau e
preguiçoso! Sabias que eu ceifo onde não semeei e recolho onde não espalhei. 27Pois bem, devias ter levado o meu dinheiro
aos banqueiros e, no meu regresso, teria levantado o meu dinheiro com juros.’ 28‘Tirai-lhe, pois, o talento, e dai-o ao que
tem dez talentos. 29Porque ao que tem será dado e terá em
abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. 30A esse servo inútil, lançai-o nas trevas
exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.’»
Mateus, 25:14-30
Infelizmente,
esta verdade está cada vez mais a tornar-se atual: o que tem mais tem tendência
a ter mais, o que tem menos tem tendência ter menos… e os filhos do que tem
mais têm tendência a ter mais, e os filhos do que tem menos têm tendência a
nada ter.
Na opinião de
Horkheimer-Adorno expressa em “Conceito de Iluminismo”:
“É impenetrável,
para qualquer indivíduo, a selva de
camarilhas e instituições que, desde as
supremas alturas
do comando da economia até o último bando de
assaltantes
profissionais, cuidam da permanência ilimitada do status quo[ii].”
Dizem que
Saramago defende: não votar ou o voto nulo.
Discordo
completamente dessa opinião de Saramago, não votar, votar nulo ou votar em
branco não ameaça os políticos, antes pelo contrário, permite-lhes continuar a
fazer o que estão fazendo. Para um político, tal como qualquer outra pessoa, o
que conta é o ordenado no final do mês, pelo que esse conselho de Saramago nada
afeta para além de uns quantos discursos sobre o tema.
Um político
corrupto, ou político mau ou mesmo um bom, não têm razão nenhuma para mudar
devido às pessoas anularem o seu direito a voto, pois essa situação não os
afeta diretamente.
Conclusão da série.
Lutar é duro, e
enche a Vida… para o Bem e para o Mal, a Luta penetra todas as vivências.
A minha escolha
é lutar… aqui ou noutro lugar qualquer[iii].
Quanto ao voto,
que é a mínima expressão de Luta pelo Justiça Social, declaro o seguinte:
“Numa cidade, bem dirigida, todos votam nas
assembleias; sob um mau governo, ninguém aprecia dar um passo para isso fazer,
porque ninguém se toma de interesse pelo que se faz, prevendo que a vontade
geral não prevalecerá, e porque, enfim, os cuidados particulares tudo absorvem.
As boas leis permitem que se façam outras melhores; as más conduzem às piores.
Tão logo diga alguém, referindo-se aos assuntos do Estado, que me importo?
pode-se ter a certeza de que o Estado está perdido.”
Jean-Jacques Rousseau, do Contrato social
“Assim que o
serviço público cessa de ser a principal preocupação dos cidadãos, ao qual
melhor preferem servir com a bolsa que pessoalmente, já se encontra o Estado
próximo da ruína.”
Jean-Jacques
Rousseau, do Contrato social
Depois da dívida
ter sido contratualizada, já só resta ao cidadão a pagar… e a paga não só com
dinheiro mas também com direitos, liberdade e garantias[iv].
Desejo e peço
aos cidadãos, que mostrem amor por aqueles que amam, votando naqueles dos quais
fundamentadamente suspeitam que não são corruptos nem grandessíssimos imbecis.
Eu, O Santo
[i] Há o mito que qualquer
entidade pública antes de indigitar alguém num qualquer cargo, pergunta na
Junta de freguesia sobre essa pessoa, incluindo se vota.
[ii] Exemplo para manter o status quo:
colocar nos anúncios públicos para cargos de dirigente: “privilegia-se a
experiência em cargos de direção” pelo que ou já foi dirigente (pelo que faz
parte da “camarilha”) ou foi nomeado
discricionariamente em regime de substituição (pelo que suas qualidades agradam
ao dirigente máximo). Outra maneira, é não considerar para a avaliação a
Formação e Currículo do Candidato.
[iii] Uma conta bancária recheada, torna a vida confortável em qualquer lugar.
Pelo contrário, viver num “Paraíso”, com pouco poder desfrutar é
desconfortável. Também é claro que esse
“paraíso” em pouco tempo virará inferno.
[iv] Exemplo. A pensão de reforma. Se conseguirem manter o emprego até
ao final da vida active – 67 anos – receberão no máximo cerca de metade do
ultimo ordenado. Será que isso vos chega?
Por outro lado, também é justo para os
que não votam: ao não votar estão a ajudar os que roubam o vosso concidadão, a
vosso consorte, os vossos pais, os vossos a migos, os vossos filhos, os
colegas….
[1] Há o mito que qualquer
entidade pública antes de indigitar alguém num qualquer cargo, pergunta na
Junta de freguesia sobre essa pessoa, incluindo se vota.
[1] Exemplo para manter o status quo:
colocar nos anúncios públicos para cargos de dirigente: “privilegia-se a
experiência em cargos de direção” pelo que ou já foi dirigente (pelo que faz
parte da “camarilha”) ou foi nomeado
discricionariamente em regime de substituição (pelo que suas qualidades agradam
ao dirigente máximo). Outra maneira, é não considerar para a avaliação a
Formação e Currículo do Candidato.
[1] Uma conta bancária recheada, torna a vida confortável em qualquer lugar.
Pelo contrário, viver num “Paraíso”, com pouco poder desfrutar é
desconfortável. Também é claro que esse
“paraíso” em pouco tempo virará inferno.
[1] Exemplo. A pensão de reforma. Se conseguirem manter o emprego até
ao final da vida active – 67 anos – receberão no máximo cerca de metade do
ultimo ordenado. Será que isso vos chega?
Por outro lado, também é justo para os
que não votam: ao não votar estão a ajudar os que roubam o vosso concidadão, a
vosso consorte, os vossos pais, os vossos amigos, os vossos filhos, os
colegas….
2 comentários:
Tenho a certeza que ficaríamos mais bem servidos, nos vários níveis de poder, se os cargos fossem simplesmente tirados à sorte entre pessoas que tivessem um mínimo de habilitações, não tivessem cadastro e não sofressem de atraso ou doença mental. Cada cargo seria sorteado entre pessoas com habilitações específicas cujo nível de exigência teria que ver com o nível de exigência do cargo político. Os cargos de uma assembleia e junta de freguesia seriam sorteados entre aqueles que tivessem no mínimo a escolaridade obrigatória. Etc, etc...
Quem pensar um pouco perceberá que a Bíblia é composta de meias verdades, ideias simplistas, e não podia ser de outra forma pois foi escrita por homens que não tiveram a vantagem de conhecer o percurso da humanidade nos últimos séculos. Nem equaciona a possibilidade de haver perda do investimento.
Rousseau também escreve umas coisas agradáveis se não tivermos em conta a verdadeira natureza humana.
Tal como em tempos propus.
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