Pior a emenda...

"Socialistas" dos 300 mil

fazem prova de vida 'moribunda' 

(JM)

Depois das farpas que lhes espetámos sobre a ausência de reuniões partidárias para lá de cinco meses, com o alegado chefe das lapas a não pôr os coutos na sede também quase há meio ano, os tipos finalmente sentaram-se em comissão política ontem. 

Melhor era continuarem de 'férias'.

Eles vão dizer: porra, se não reúne é que não reúne, se reúne é que não devia reunir... 

A desculpa do costume.

A verdade é que reuniram por reunir, o que é pior do que não reunir. O Leitor teve pachorra de tentar entender o que disseram lá dentro, segundo as declarações da porta-voz Célia Pessegueiro? Pois: um palavreado referente ao Orçamento do Estado e suas pretensas implicações na Madeira. Coisas de que já 247.432 madeirenses falaram nas esquinas. 

Uma comissão política regional reunida para tratar gratuitamente de uma questão nacional.

Para não cairmos no mesmo erro, atalhemos objectivamente: os "socialistas" que actualmente ocupam o Partido Socialista fizeram uma reunião da comissão política para concluir que o Orçamento para 2019 é "o melhor para as pessoas", aliás PSoas. Célia Pessegueiro foi obrigada a dizer umas balelas à comunicação social, depois da "reunião", que não passaram de lugares-comuns que já fartam o cidadão contribuinte. Um discurso que até o Picareta faria sozinho, sem necessidade qualquer de reuniões. Como aliás acontece de quando em vez. 

Para se defenderem do azedume popular, os tipos atiraram a Presidente da Ponta do Sol para a fogueira dos microfones. E lá veio Célia interpretar as instruções da LPM, falando pelas "Psoas" por dá cá aquela palha. 

Mais dia menos dia, bye bye, esperança política da esquerda.

Quem sabe se eles na discrição da reunião falaram do que deviam, ou seja, de estratégia intra-partidária e inter-partidária e de linhas programáticas para o decisivo ano de 2019? - perguntará o Leitor.

Desiluda-se. O Picareta, no papel de secretário geral dos súcias, abriu as intervenções e ninguém percebeu a ponta de um chavelho do que ele disse. Iglésias arengou uma ideias das quais ninguém fixou uma que fosse. Emanuel Câmara encerrou as hostilidades, berrando mais do que discursando como um líder, não se percebendo aonde queria chegar. 

A nota mais agradável é que houve mulheres em abundância a intervir. Oásis na aridez daqueles terrenos. 

É claro que as reuniões sem Cafôfo não têm interesse nenhum. Tudo quanto se diga ali é papel de música. Profe Mentiras é o candidato indicado ao governo regional e como não filiado não tem assento no conclave. Logo, decidir ali é o mesmo que não decidir. Mas então ele que se faça militante para acabar com a palhaçada a que obriga o partido. Ou então arranjem-lhe uma 'entrada de cachorro', como diz o povo, para que participe nas comissões políticas e debata com os outros sobre estratégia real. A ver se aparecem umas ideias para além da divisão de tachos - valham os tachos 300 mil euros, um luxuoso lugar no Parlamento Europeu ou um bem remunerado assento na câmara ou na Frente Mar.

Como estão as coisas, isto vai ser um fadário pelos meses adiante. 

Não tenho dúvidas: se em 2019 a política der uma volta na Madeira, sairemos do Deserto do Saara para entrar no Deserto do Sinai.

Quando é que se faz exame de competência aos candidatos a políticos?

PS - Registamos a cedência dos súcias, sentando-se numa reunião depois de quase meio ano de bandalheira. Mas a conclusão é que o soneto ficou pior.