A UM ANO DAS ELEIÇÕES

Jacinta Raquel Nunes

Faltando  pouco menos de um ano para as eleições, tenho despendido mais tempo da minha vida pessoal para analisar os cenários políticos da pré-campanha uma vez que já acabou a dita “silly Season”.

Até ao momento tenho visto “jogadas” de mestre e outras menos boas, dignas sim de “vendedores de banha de cobra”. Todos os dias vejo os matutinos e fico cada vez mais convencida de que estará a haver uma manipulação de informação para aproveitamento político de um dos candidatos. O mais preocupante é que não há sequer interesse em tentar camuflar isso, antes pelo contrário, é mesmo ao dito na gíria madeirense, “há cara podre”. O que será que aconteceu à belíssima elite jornalística que nos presenteava  durante anos sem medo? 

Isto leva-me a que acredite que Luís Paixão Martins cumpriu o que prometeu e conseguiu os seus objectivos. Numa entrevista, no ano de 2016 ao DN, luís Paixão Martins falava no poder dos jornalistas em manipularem a intenção de voto de uma sociedade civil, assim como era possível em Portugal uma “americanização” das eleições. Segundo o mesmo, os jornalistas com um “pequeno” empurrão das agências de comunicação e marketing político deteriam as armas suficientes para derrubar governos e colocarem lá quem eles quisessem, nomeadamente quem mais pagasse. 

Nessa mesma peça, inclusive, fala no grande profissionalismo e capacidade dos gestores de imagem e de marketing político atuais em conseguirem alterar a forma como um candidato é visto aos olhos do povo. O fundador da LPM comunication inclusive dá o mote afirmando que existe uma distinção neste tipo de trabalho de marketing: “ Na publicidade dizemos bem de nós próprios. Na comunicação (public Relations) influenciamos os outros para que digam bem de nós”.

E assim tem sido… pago a preço de ouro para manipular a informação para o povo seja enganado constantemente e para que se mantenha na ignorância. Se isto é um novo modelo de negócios, concordo! Mas não será também uma forma um pouco parecida com o antigo “lápis azul” dos regimes fascistas? Não é uma tentativa de ludibriar os cidadãos sobre a capacidade e intenção de um candidato? Poderá ser uma forma educada de manter as pessoas na ignorância? Estas situações lembram-me as máquinas de propaganda Nazi na longínqua década de 30 do sec.  XX.

Resumindo, cá na ilha da Madeira esta situação é frequente no nosso quotidiano. É os pagamentos as empresas do grupo LPM por parte da autarquia funchalense, como já foi revelado, é o controlo de informação, enfim….será que é isto que queremos? Será que foi para isto que o 25 de Abril aconteceu? Para que voltemos a ser “orientados” e “guiados” para nunca questionar as ações de um líder?

Façam um teste e vejam o quanto os matutinos defendem o candidato Socialista, ou façam melhor, tentem ir as redes sociais e façam um comentário contra Cafofo e iram logo confirmar… virá logo o seu exercito de fanáticos em defende-lo e por vezes com ameaças.

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