Presidentes no Porto Santo
Discurso de Miguel Albuquerque nos 600 anos da descoberta
"Muitos parabéns às gerações e
gerações de Porto Santenses que ao longo de seis séculos, enfrentando todo o
tipo de adversidades e infortúnios, fizeram desta Ilha um local único de
Beleza, Paz, Resistência e Esperança.
Homens e Mulheres de uma coragem
extraordinária, que sempre se recusaram a soçobrar ante as imensas dificuldades
materiais, geográficas e políticas que foram surgindo ao longo da história.
Homens e Mulheres, cuja tenacidade,
capacidade de trabalho, e firmeza nos propósitos, lograram moldar ao longo dos
séculos uma comunidade viva e activa, alicerçada nos princípios do humanismo
cristão personalista, onde o valor da Dignidade da Pessoa Humana era – e
continua a ser – matriz primordial, sede da primeira expansão portuguesa e
europeia para o grande Oceano Atlântico e seus territórios circundantes.
Hoje é tempo de nos curvarmos
respeitosamente ante a Memória destes Homens e Mulheres cuja Obra Monumental e
Exemplo nos permitem estar aqui, a proclamar bem alto o orgulho que temos no
nosso passado e que nos motivam a trabalhar para um porvir de maior
desenvolvimento, justiça e esperança.
No actual momento histórico, temos a
obrigação de continuar este percurso de coragem e de luta; mas mais do que
isso;
Rejeitando um quadro político nacional que
vive um vazio de valores sem projecto, nem grandeza para o futuro do País.
E combatendo, com todas as nossas forças,
a emergência de exóticas estratégias centralistas, para impor a partir de
Lisboa, em pleno século XXI, novos jugos e tutelas coloniais sobre os Povos das
Ilhas.
Tais acintes contra o Poder Regional não
são de hoje, e correspondem de facto à expressão de um “centralismo
democrático”, que, evidentemente, de “democrático”, nada tem.
As recentes investidas contra a Região e a
correspondente instrumentalização de alguns poderes do Estado para estrangular
e subjugar a Autonomia tão durante conquistada, são o exemplo concreto do que
aqui afirmei.
Expoente máximo desta violação e
desrespeito pelo estatuto das Autonomias é o que se passa com o embuste
vergonhoso do financiamento do Novo Hospital da Madeira.
Não há nenhuma motivação política ou
eleitoral que justifique tal desplante e tal desrespeito pelos Madeirenses e
Porto Santenses.
Nestes mais de seiscentos anos de
história, mesmo sofrendo múltiplas iniquidades, o nosso Povo, no mais profundo
da sua alma, sempre lutou contra o autoritarismo e a injustiça.
Está na nossa forma de Ser e de Viver. Faz
parte da nossa Tempera.
Olhemos para esta Ilha e as suas gentes,
contemplemos quão duro foi o percurso de sacrifícios e a determinação
necessária para nascer e viver, e prosperar neste solo abençoado, ínfimo no
meio do grande Mar, ligado ao resto do Mundo durante séculos por embarcações
rudimentares que amiúde não chegavam a nenhum destino.
Recorde-se a determinação com que partimos
depois, sem medo de nada, para o resto do Mundo, desvendando novos territórios,
semeando novos campos, erguendo a partir do nada novas cidades e catedrais.
Veja-se como resistimos;
Compreenda-se como ultrapassamos os
obstáculos;
Vislumbre-se como alcançamos aquilo que ao
comum dos mortais parecia impossível.
E é, justamente, por aquilo que somos, e
por aquilo que ao longo de decénios e decénios edificamos nesta Ilha e no
Atlântico, que honramos o passado e nos congratulamos com o presente.
E tudo celebramos hoje nestes 600 Anos do
Porto Santo.
Mas seria trágico se esta comemoração –
homenagem à Memória dos que nos fizeram e do que somos – significasse qualquer
conformismo em relação ao presente ou qualquer recuo quanto à vontade indómita
de continuarmos a decidir em liberdade o nosso futuro colectivo.
Seja-me permitido agradecer e saudar a
presença estimada, de V. Exª. o Senhor Presidente da República, neste dia tão
especial para todos nós.
A presença de V. Exª., honra-nos e é
particularmente importante a homenagem que presta à gesta dos Portugueses que a
partir desta Ilha consolidaram e expandiram o Mundo Português no Atlântico.
600 Anos depois, em termos geopolíticos,
continuamos a ser tão importantes como fomos nessa altura.
Saiba, Portugal, hoje, como souberam os
nossos antepassados, potenciar a dimensão atlântica do País nas suas múltiplas
dimensões.
Tal como no passado, o futuro do País está
na sua abertura ao Mundo a partir do Atlântico.
Assim queiram, e haja coragem e visão para
o fazer.
Senhor Bispo do Funchal, Excelência
Reverendíssima
É indiscutível que a evangelização cristã
moldou muito do que somos e do que temos.
O Valor da Dignidade da Pessoa Humana, o
Património Edificado, a Cultura, a Educação e a Solidariedade.
Senhor Presidente da Câmara, Senhoras e
Senhores Vereadores, Senhora Presidente da Assembleia Municipal, Senhora
Presidente da Junta, demais entidades presentes.
Na pessoa de V. Exªs. saúdo calorosamente
o Povo do Porto Santo e toda a sua diáspora, enaltecendo os valores de
perseverança, trabalho, solidariedade e espírito de entreajuda que sempre foram
apanágio desta população.
8 comentários:
O povo paga tudo! Aumenta-se combustíveis, IVA Taxas SS etc para sustentar isto! neste país pequeno à beira mar, o que mais sabem fazer é, m.............
já anunciaram o túnel do Jardim da Serra para o P. Santo?
E a ala da pediatria oncológica do S João já começou a ser construída depois de tantos anúncios ?
Nestes tempos exóticos o que é grave são os colonialistas que nos governam na Madeira.O povo é que paga quando vai em conversas.
E o discurso do Presidente da República?
Anónimo 2 de novembro de 2018 às 10:36
...se os governantes não levassem companhia para estes banquetes, quanto não se pouparia?
Calisto, temos saudades do k-saúde. Então numa semana não há falta de medicamentos, na semana a seguir faz-se um protocolo para não haver falta de medicamentos?
Lembra-se dos 3 dias de férias para toda a gente, e um protocolo com o Calado? Vai haver, mas para toda a gente só para o ano...
o SESARAM está uma vergonha, anda tudo desmotivado. Pessoas com a mesma função a receber diferente, chefias agachadas para não perder o posto, perseguição aos técnicos que não compactuam com as "amizades"... nunca teve tão mal!
Boa, boa está a saúde no paraíso Açores.
Para ser tratado ao cancro, um doente teve que reclamar da sua situação no Livro de Reclamações do hospital do Divino Espírito Santo. Agora aguardará a resposta.
Vide Açoriano Oriental de hoje.
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