VOTO DE PROTESTO DO PTP
Falta de segurança nas levadas da Madeira
Os trilhos que percorrem as levadas madeirenses
constituem um dos grandes atrativos turísticos da Ilha da Madeira. No seu
total, existem mais de duzentas levadas transitáveis que fazem as delícias dos
amantes da natureza e daqueles que nos visitam.
São muitos os turistas que procuram a Madeira com o
único objetivo de fazer caminhadas ao longo das levadas da ilha. Mas com esse
aumento da procura, infelizmente, temos sido confrontados cada vez mais com
acidentes nestes percursos, a maior parte deles evitáveis, manchando a nossa
maior indústria, o turismo.
Sabemos que a segurança nos trilhos pedestres das
levadas está muito condicionada pelas condições naturais, ou seja, pela parte
geológica e climática. No entanto, também o erro humano se verifica com uma das
grandes causas dos acidentes, fruto do desconhecimento e da falta de preparação
ou até do excesso de confiança.
A maior parte dos acidentes nas levadas da Madeira
ocorrem em consequência de quedas, por descuido ou pelas próprias condições dos
trilhos, que são muitas vezes agravadas pelo desnivelamento do terreno e
vegetação abundante. A falta de sinalética fora dos percursos recomendados, os
deslizamentos de terra ou a queda de rochas constituem outros fatores de risco.
A abrupta mudança climatérica também é uma preocupação podendo levar a casos de
hipotermia.
A falta de informação é uma das deficiências apontadas
tanto pelos profissionais do turismo, como pelos turistas. Não há brochuras
para distribuir a quem nos visita a advertir para os perigos e os cuidados a
ter na montanha. Nem tão pouco existem profissionais ou pontos de informação
nas levadas de maior afluência para orientar os turistas que fazem os percursos
na montanha de uma forma autónoma. Apenas estão instaladas placas com as
informações sobre o percurso.
A ausência de manutenção dos trilhos junto às levadas
é um dos principais fatores da insegurança. Há falta de limpeza e necessidade
de inúmeros arranjos como a construção de pavimentos, de muros de suporte e
varandins que estejam harmonizados com o meio envolvente.
Levando em consideração os problemas e os riscos acima
mencionados, e dada a importância económica, social e ambiental destes
percursos para a RAM é inaceitável a forma como são geridos e mantidos os
percursos pedestres junto às levadas da Região Autónoma da Madeira.
Posto isto, a Assembleia Legislativa da Região
Autónoma da Madeira, manifesta o seu mais veemente protesto pela falta de
segurança nas levadas da Madeira.
Funchal, 30 de novembro de 2018
A Representação Parlamentar do PTP na
ALRAM
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