Pelo buraco da agulha
Gil Canha
“Beija a mão daquele que não podes morder”. Nunca um
provérbio acertou tão bem, como a entrada “forçada” de Gonçalo Maia Camelo como vice-presidente na lista candidata às próximas eleições da ACIF, liderada
por Jorge Veiga França.
Como o grupo Sousa não gosta de perder nem a feijões e depois
de anos e anos de controlo absoluto sobre esta associação, aliás com a
cumplicidade manhosa de um conclave de sócios-de-peso (leia-se tubarões) que
chegaram ao cúmulo terceiro-mundista de alterar os estatutos da ACIF para
permitir que uma sócia/funcionária dos Sousas usufruísse de mais um mandato
pela porta-do-cavalo, neste caso pela porta-da-estiva, que nunca iriam deixar
de ter um homem-de-mão, uma espécie de “toupeira”, dentro da liderança da
organização, seguindo a velha fórmula siciliana de “meter a cauda onde a cabeça
não entra”.
E quando Jorge Veiga França, na sua candura e singeleza
diplomática, diz que a inclusão penetra do ex-membro da lista rival é uma
forma “para encontrar consensos”, devia era seguir o conselho do divino
Virgílio, quando nas suas Éclogas alertou
os ingénuos para os perigos ocultos da - latet anguis in herba (esconde-se
uma serpente debaixo da erva), ou de uma forma mais prosaica - cuidado, não
estejam a chocar serpentes num ninho de gaviões!
Outra coisa surpreendente é que não se percebe como é que Gonçalo
Camelo, que é jurista de profissão, irá ser vice-presidente de uma associação
de comerciantes e industriais! Tem conhecimentos dessas atividades? Tem algum
negócio ou pequena indústria sem ser a sua ligação umbilical ao grupo Sousa?
Um dia, Jesus disse que era “mais fácil passar um camelo pelo
fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus”, fenómeno bíblico
surpreendente gravado na vetusta escultura em pedra da Igreja de São Bonifácio,
em Dortmund, na Alemanha, e que se poderá repetir na pedraria desta ilha da
costa ocidental africana.
14 comentários:
Antigamente para pertencer aos corpos sociais da ACIF, era preciso ser empresário ou industrial.
Desde há uns anos gasta ser um funcionário de uma empresa.
Tudo desvirtuado.
Onde anteriormente está a palavra "gasta", deve ler-se basta.
O Camelo em questão, de resto, para além de debitar opiniões jurídicas ao nível de recém-licenciado a diversos serviços públicos a troco de chorudas avenças mensais, ainda tem lugar cativo nas páginas do matutino dito independente.
Portanto, caro amigo Luís Calisto, "buracos de agulha" para este Camelo são amplas avenidas nesta terra que mantém o estranho hábito de acolher melhor as aves de arribação do que os seus próprios filhos.
Um porradão de cascar pessegueiros! O Veiga França ainda vai se arrepender, acreditem...
Credo em Cruz, a sousalhada sempre meteu um gajo na lista do Vesga Franca
Gil, o DDT, o DN, o PS levaram uma das maiores derrotas dos últimos tempos ao ponto de terem que dar a cabeça do coitado do Sérgio Gonçalves em bandeja de prata, terem desistido de apresentar lista, terem construído uma ridícula narrariva para a capitulação à volta de politizacao da ACiF (de Sérgio era bem visível, não consigo descortinar outra).
Ainda vai agradecer à direção de Jorge Veiga França por desenterrar um tema que lhe é caro, dos custos pronograficos dos transportes marítimos, que está arrumado numa gaveta da ACIF há mais de uma dúzia de anos...
A parábola do envangelho na mamadeira nunca se cumpre! Os camelos aqui passam sempre pelo buraco da agulha!
caro amigo Luís Calisto, ainda há-de tirar o chapéu à nova direccao da ACIF que fez frente aos Sousa e ao Diário de Notícias.
Um Camelo não faz uma direção, como uma andorinha não faz uma Primavera
Na minha simples opinião a ACIF é uma associação de vendilhões
Um advogado numa associação de comércio ? A que propósito ? Não há comerciantes ou industriais capazes? E madeirenses ?
Caros anonimos, ninguém diz que vão tirar os esqueleto do porto do arma´rio, mas vão ter sempre um dromedário a espreitar e a chibar. clarifique-se!
ACIF...ALGO A ABATER...NAO SERVE PRA NADA...
Mesmo com o Camelo lá dentro os Sousas e o Diário foram derrotados.
Já dizia minha avó: - Meter uma criada de má-nome em casa de Senhores nunca deu certo!
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