PATRIMÓNIO AO DEUS-DARÁ
Gil Canha
Quando assumi
funções de vereador da CMF, em finais de 2013, reparei que os operários que
trabalhavam nas obras da foz da Ribeira de João Gomes preparavam-se para
desmontar os belos arcos de cantaria que existiam “entalhados” nas antigas
muralhas do Brigadeiro Oudinot.
Como achava
os arcos lindíssimos e bem cinzelados, achava uma consciência perdê-los, desse
modo, a Câmara estabeleceu conversações com técnicos do Governo Regional e
ficou apalavrado que os arcos seriam cedidos à autarquia. Com esmero e grande
cuidado, os operários enumeraram as pedras, desmontaram esta espécie de
“puzzle” em basalto, e as pedras de cantaria foram transportadas carinhosamente
e depositadas nas traseiras do antigo Matadouro da cidade. Como tinha sido
incumbido da delicada tarefa, o Arquiteto Elias Homem de Gouveia, combinamos
que, para não se perderem os belíssimos arcos em pedra seriam estes novamente
montados, com “argamassa podre”, na base da pequena arriba, a sul do Parque de
Santa Catarina (entre o antigo Restaurante a Gruta e a discoteca Vespas). O
objetivo, era reutilizá-los no futuro em alguma obra nobre da cidade, ou então,
ficarem lá erigidos, como verdadeiros testemunhos dos nossos hábeis mestres do
passado, peritos na nobre arte de talhar a pedra.
Infelizmente,
com a minha “defenestração” da autarquia pelo Prof. Paulo Cafôfo, em Maio de
2014, o projeto morreu, e apesar das chamadas de atenção do certos técnicos da
Câmara para o assunto, o espírito da altura era para esquecer e apagar o legado
do “ressabiado do Canha”.
E sabem
senhores leitores o que aconteceu aos meus queridos arcos? Foram votados ao
mais completo abandono, algumas peças desapareceram, outras partiram-se, outras
ainda foram deslocadas e amontoadas aleatoriamente, como se fossem entulho.
(Como prova a foto aqui reproduzida)
Tudo isto me causa tristeza e desolação; ver um Mercado dos
Lavradores a ser cruelmente descaracterizado; acordarmos pela manhã e vermos o
mamarrachão do Savoy a ferir o nosso anfiteatro (Ah…bando de vilões!), enquanto
num canto perdido do antigo Matadouro, as vetustas pedras dos belos arcos do
Brigadeiro Oudinot jazem desfeitas, como se o local tivesse sido visitado pelas
hordas Mongóis do huno Átila, o flagelo de Deus.
E dizem estes idiotas que são defensores do património!
22 comentários:
Quando as instituições têm funcionários que são simultaneamente políticos (Arquiteto Elias Homem de Gouveia) é o mesmo que não os ter pois essa gente assume dentro da instituição o segundo papel e não o primeiro. Essa gente, quando pertence ao poder, faz duas carreiras e todas elas à custa dos colegas que fazem apenas uma mas que mesmo assim não conseguem competir com esses super-homens...
Fiz parte da equipa multidisciplinar que desarmou cuidadosamente estas estruturas. Na antiga DRAC, houve a preocupação e o cuidado de inventariar, desenhar, fotografar, meticulosamente estas estruturas, conduzias com cuidado ao armazém da CMF, num camião grua, deposítámos as mesmas com todo o cuidado. Como a obra não podia parar, a salvação foi a salvaguarda e o registo destas peças de cantaria tão bem desenhadas e esculpidas por artesãos. Fiz parte de uma equipa de grande qualidade e empenho, que salvaguardou por diversas vezes estas estruturas magníficas. Não sei o que diga, mas entristece-me verdadeiramente esta atitude de fachada, desleixo...no bom Madeirense, estão "marinbando-se para o património"!!!
Lembro-me dos arcos de pedra como se fosse hoje porque as ratazanas entravam e saiam por ali numa alegria como hoje saem do Governo e da Câmara Municipal.
Como dizia o outro: SÓ À CHAPADA!
Património? Qual património? Pensam que isso preocupa à gente que mal sabe ler e escrever? O que os move é vender mais uns metros de esplanada e os transeuntes que se lixem, vender o maior número possível de barracas de poncha para a noite do Mercado, para deixar ainda mais queimado o miolo dos madeirenses, e alienar os cidadãos com tretas programadas e bem embrulhadas na propaganda diária da desgraçada imprensa que temos! Isso é que move esta trupe cafofiana, e os outros são só um pouco menos maus, reles, analfabetos, ou saloios... Enfim, a culpa é nossa, em boa parte, mas há que tomar consciência das coisas, beber menos cerveja e poncha, e corrercom essa cambada logo que possível. E denunciá-los sempre...
Não são idiotas Canha, são criminosos o que eles são!F...de...u...p...!
Os cafofos montaram uma estrutura para invisuais na Praia Formosa. A estrutura custou 100 mil euros e foi utilizada duas vezes: Uma no dia da inauguração para a TV e para os jornais, e no dia seguinte para a TVI. Depois nunca mais foi usada até vir a levadia e levar a cangalhada do Cafofo.
O futuro das cantarias deverá fazer parte do programa que o Picareta Falante diz que o partido das PS'oas do arroz de lapas apresentará como credivel às regionais de 2019.
Caríssimo Gil Canha,
Tendo ainda presente a conversa estabelecida por via legal com a autarquia, devido a não termos depósito legal afeto à Direção Regional dos Assuntos Culturais (DRAC), para o normativo armazenamento/guarda daquele espólio arqueológico exumado/retirado no âmbito da intervenção arqueológica de obra para as canalizações das ribeiras de João Gomes e de Santa Luzia do Funchal. Solicitamos então, o acondicionamento à Câmara Municipal do Funchal (C.M.F.), tendo-se para o efeito desenhado, numerado, desmontado e transportado para o depósito indicado pela C.M.F. Neste sentido, sublinhamos, que o supracitado espólio arqueológico, foi devidamente documentado e acompanhado de desenhos arqueológicos à escala 1. 20, com a numeração por nós atribuída, correspondente à numeração do registo gráfico - desenho.
Neste contexto, relembro ainda, que todo o espólio exumado e/ou de alguma forma proveniente de uma Intervenção Arqueológica, é Património Nacional, conforme fixa a Lei de Bases do Património Cultural, nomeadamente no convencionado (na Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro), no n.º 3, do Artigo 74.º; e/ou no Regulamento de Trabalhos Arqueológicos (RTA - Decreto-Lei n.º 164/2014, de 4 de novembro), designadamente, no que refere o n.º 1 do Artigo 18.º.
Assim, e não pondo em causa o exposto em notícia por V. Ex.ª, vejamos, o fixado no Artigo n.º 107, da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, onde fixa que: "A negligência é punível". Logo, terá que haver apuramentos de responsabilidades, no que concerne à eventual profanação de património nacional e/ou ao eventual desaparecimento de peças (classificadas),devidamente, registadas, desmontadas e armazenadas, provenientes de uma intervenção arqueológica.
Sem palavras... mudaram os porcos mas o chiqueiro é o mesmo.
Isto não é crime? Não há responsáveis?! Avance MP já!....
O que é que estavam à espera com broquilhas que o jardinismo licenciou nas universidades, mas que de património, urbanismo e paisagem vêem da mesma maneira que um "boi olha para um palácio"?
Iglesias e se fosses de volta para a figueira?
Ja agora levavas o teu sócio o Vitinho, já que a empresa de salvados só deu prejuízo.
Vieste para aqui a mando do Indiano, mas o tiro vai te sair pela culatra.
Mais uma que prova que o Cafofo é oco por dentro como um toco de bananeira.
O que dá dó na alma é ver o Mercado dos lavradores com bancas vazias, com esplanadas e bolsas dentro de ciganos, tudo muito mau e com um ar de abandono. Se ele está assim, as pedras como é que não estarão?
SERÁ MESMO VERDADE QUE O CAFOFO SEJA FORMADO EM HISTÓRIA COMO AFIRMA?
É QUE NÃO ME PASSA PELA CABEÇA QUE UM INDIVIDUO COM TAL FORMAÇÃO ACADÉMICA PERMITA TAIS ATENTADOS AO PATRIMÓNIO.
O Diário vendido dos Blandys não diz nada?
Já meteram a Felisberta no papel do DN para abafar esta pouca vergonha,ein?
Essa pedra ainda vai dar para construir um mausoléu em honra dum KIM-JONG-DIM...ou dum KIM-JONG-QUEQUE...ou dum KIM-JONG-FÔFO
Desleixo camarário tem de ser punido nas urnas.
Anónimo 7 de dezembro de 2018 às 11:41
Isso (uma estrutura para invisuais na Praia Formosa) foi "obra" dum "sem abrigo" que "enterrou" milhares de Euros em bicicletas eléctricas julgando que os funcionários da CMF iriam prescindir dos "pópós" da CMF com ar condicionado e podendo transportar a família e amigos. O mesmo "sem abrigo" que deu a volta ao mundo a expensas da CMF (...numa dessas excursões ocorreu um grande incendio).
Um verdadeiro crime contra a Historia de uma Ilha e de todos aqueles que trabalharam arduamente e muitas vezes gratuitamente para nos transmitir um legado histórico incomparavel.
Gil não te cales...
Rua com estes bandidos da CMF
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