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sexta-feira, 7 de dezembro de 2018



PATRIMÓNIO AO DEUS-DARÁ




Gil Canha



Quando assumi funções de vereador da CMF, em finais de 2013, reparei que os operários que trabalhavam nas obras da foz da Ribeira de João Gomes preparavam-se para desmontar os belos arcos de cantaria que existiam “entalhados” nas antigas muralhas do Brigadeiro Oudinot.
Como achava os arcos lindíssimos e bem cinzelados, achava uma consciência perdê-los, desse modo, a Câmara estabeleceu conversações com técnicos do Governo Regional e ficou apalavrado que os arcos seriam cedidos à autarquia. Com esmero e grande cuidado, os operários enumeraram as pedras, desmontaram esta espécie de “puzzle” em basalto, e as pedras de cantaria foram transportadas carinhosamente e depositadas nas traseiras do antigo Matadouro da cidade. Como tinha sido incumbido da delicada tarefa, o Arquiteto Elias Homem de Gouveia, combinamos que, para não se perderem os belíssimos arcos em pedra seriam estes novamente montados, com “argamassa podre”, na base da pequena arriba, a sul do Parque de Santa Catarina (entre o antigo Restaurante a Gruta e a discoteca Vespas). O objetivo, era reutilizá-los no futuro em alguma obra nobre da cidade, ou então, ficarem lá erigidos, como verdadeiros testemunhos dos nossos hábeis mestres do passado, peritos na nobre arte de talhar a pedra. 

Infelizmente, com a minha “defenestração” da autarquia pelo Prof. Paulo Cafôfo, em Maio de 2014, o projeto morreu, e apesar das chamadas de atenção do certos técnicos da Câmara para o assunto, o espírito da altura era para esquecer e apagar o legado do “ressabiado do Canha”.
E sabem senhores leitores o que aconteceu aos meus queridos arcos? Foram votados ao mais completo abandono, algumas peças desapareceram, outras partiram-se, outras ainda foram deslocadas e amontoadas aleatoriamente, como se fossem entulho. (Como prova a foto aqui reproduzida)



Tudo isto me causa tristeza e desolação; ver um Mercado dos Lavradores a ser cruelmente descaracterizado; acordarmos pela manhã e vermos o mamarrachão do Savoy a ferir o nosso anfiteatro (Ah…bando de vilões!), enquanto num canto perdido do antigo Matadouro, as vetustas pedras dos belos arcos do Brigadeiro Oudinot jazem desfeitas, como se o local tivesse sido visitado pelas hordas Mongóis do huno Átila, o flagelo de Deus. 
E dizem estes idiotas que são defensores do património!

22 comentários:

Anónimo disse...

Quando as instituições têm funcionários que são simultaneamente políticos (Arquiteto Elias Homem de Gouveia) é o mesmo que não os ter pois essa gente assume dentro da instituição o segundo papel e não o primeiro. Essa gente, quando pertence ao poder, faz duas carreiras e todas elas à custa dos colegas que fazem apenas uma mas que mesmo assim não conseguem competir com esses super-homens...

Roberto Pereira disse...

Fiz parte da equipa multidisciplinar que desarmou cuidadosamente estas estruturas. Na antiga DRAC, houve a preocupação e o cuidado de inventariar, desenhar, fotografar, meticulosamente estas estruturas, conduzias com cuidado ao armazém da CMF, num camião grua, deposítámos as mesmas com todo o cuidado. Como a obra não podia parar, a salvação foi a salvaguarda e o registo destas peças de cantaria tão bem desenhadas e esculpidas por artesãos. Fiz parte de uma equipa de grande qualidade e empenho, que salvaguardou por diversas vezes estas estruturas magníficas. Não sei o que diga, mas entristece-me verdadeiramente esta atitude de fachada, desleixo...no bom Madeirense, estão "marinbando-se para o património"!!!

Anónimo disse...

Lembro-me dos arcos de pedra como se fosse hoje porque as ratazanas entravam e saiam por ali numa alegria como hoje saem do Governo e da Câmara Municipal.

Anónimo disse...

Como dizia o outro: SÓ À CHAPADA!

Anónimo disse...

Património? Qual património? Pensam que isso preocupa à gente que mal sabe ler e escrever? O que os move é vender mais uns metros de esplanada e os transeuntes que se lixem, vender o maior número possível de barracas de poncha para a noite do Mercado, para deixar ainda mais queimado o miolo dos madeirenses, e alienar os cidadãos com tretas programadas e bem embrulhadas na propaganda diária da desgraçada imprensa que temos! Isso é que move esta trupe cafofiana, e os outros são só um pouco menos maus, reles, analfabetos, ou saloios... Enfim, a culpa é nossa, em boa parte, mas há que tomar consciência das coisas, beber menos cerveja e poncha, e corrercom essa cambada logo que possível. E denunciá-los sempre...

Anónimo disse...

Não são idiotas Canha, são criminosos o que eles são!F...de...u...p...!

Anónimo disse...

Os cafofos montaram uma estrutura para invisuais na Praia Formosa. A estrutura custou 100 mil euros e foi utilizada duas vezes: Uma no dia da inauguração para a TV e para os jornais, e no dia seguinte para a TVI. Depois nunca mais foi usada até vir a levadia e levar a cangalhada do Cafofo.

Anónimo disse...

O futuro das cantarias deverá fazer parte do programa que o Picareta Falante diz que o partido das PS'oas do arroz de lapas apresentará como credivel às regionais de 2019.

Daniel Sousa disse...

Caríssimo Gil Canha,

Tendo ainda presente a conversa estabelecida por via legal com a autarquia, devido a não termos depósito legal afeto à Direção Regional dos Assuntos Culturais (DRAC), para o normativo armazenamento/guarda daquele espólio arqueológico exumado/retirado no âmbito da intervenção arqueológica de obra para as canalizações das ribeiras de João Gomes e de Santa Luzia do Funchal. Solicitamos então, o acondicionamento à Câmara Municipal do Funchal (C.M.F.), tendo-se para o efeito desenhado, numerado, desmontado e transportado para o depósito indicado pela C.M.F. Neste sentido, sublinhamos, que o supracitado espólio arqueológico, foi devidamente documentado e acompanhado de desenhos arqueológicos à escala 1. 20, com a numeração por nós atribuída, correspondente à numeração do registo gráfico - desenho.
Neste contexto, relembro ainda, que todo o espólio exumado e/ou de alguma forma proveniente de uma Intervenção Arqueológica, é Património Nacional, conforme fixa a Lei de Bases do Património Cultural, nomeadamente no convencionado (na Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro), no n.º 3, do Artigo 74.º; e/ou no Regulamento de Trabalhos Arqueológicos (RTA - Decreto-Lei n.º 164/2014, de 4 de novembro), designadamente, no que refere o n.º 1 do Artigo 18.º.
Assim, e não pondo em causa o exposto em notícia por V. Ex.ª, vejamos, o fixado no Artigo n.º 107, da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, onde fixa que: "A negligência é punível". Logo, terá que haver apuramentos de responsabilidades, no que concerne à eventual profanação de património nacional e/ou ao eventual desaparecimento de peças (classificadas),devidamente, registadas, desmontadas e armazenadas, provenientes de uma intervenção arqueológica.

Anónimo disse...

Sem palavras... mudaram os porcos mas o chiqueiro é o mesmo.

Anónimo disse...

Isto não é crime? Não há responsáveis?! Avance MP já!....

Anónimo disse...

O que é que estavam à espera com broquilhas que o jardinismo licenciou nas universidades, mas que de património, urbanismo e paisagem vêem da mesma maneira que um "boi olha para um palácio"?

Anónimo disse...

Iglesias e se fosses de volta para a figueira?

Ja agora levavas o teu sócio o Vitinho, já que a empresa de salvados só deu prejuízo.

Vieste para aqui a mando do Indiano, mas o tiro vai te sair pela culatra.

Anónimo disse...

Mais uma que prova que o Cafofo é oco por dentro como um toco de bananeira.

Anónimo disse...

O que dá dó na alma é ver o Mercado dos lavradores com bancas vazias, com esplanadas e bolsas dentro de ciganos, tudo muito mau e com um ar de abandono. Se ele está assim, as pedras como é que não estarão?

Anónimo disse...

SERÁ MESMO VERDADE QUE O CAFOFO SEJA FORMADO EM HISTÓRIA COMO AFIRMA?
É QUE NÃO ME PASSA PELA CABEÇA QUE UM INDIVIDUO COM TAL FORMAÇÃO ACADÉMICA PERMITA TAIS ATENTADOS AO PATRIMÓNIO.

Anónimo disse...

O Diário vendido dos Blandys não diz nada?

Anónimo disse...

Já meteram a Felisberta no papel do DN para abafar esta pouca vergonha,ein?

Anónimo disse...

Essa pedra ainda vai dar para construir um mausoléu em honra dum KIM-JONG-DIM...ou dum KIM-JONG-QUEQUE...ou dum KIM-JONG-FÔFO

Anónimo disse...

Desleixo camarário tem de ser punido nas urnas.

Anónimo disse...

Anónimo 7 de dezembro de 2018 às 11:41

Isso (uma estrutura para invisuais na Praia Formosa) foi "obra" dum "sem abrigo" que "enterrou" milhares de Euros em bicicletas eléctricas julgando que os funcionários da CMF iriam prescindir dos "pópós" da CMF com ar condicionado e podendo transportar a família e amigos. O mesmo "sem abrigo" que deu a volta ao mundo a expensas da CMF (...numa dessas excursões ocorreu um grande incendio).

Anónimo disse...

Um verdadeiro crime contra a Historia de uma Ilha e de todos aqueles que trabalharam arduamente e muitas vezes gratuitamente para nos transmitir um legado histórico incomparavel.
Gil não te cales...
Rua com estes bandidos da CMF