SAUDADES

NATALÍCIAS

Não está certo, justamente quando chegam as iluminações de Natal e os carrinhos eléctricos, a gente procurar com os olhos os amados líderes e encontrarmos apenas aquele doloroso vazio no consulado cubano da Praça do Município e no palácio real, às Angústias. Os nossos emigrantes merecem tudo e o Profe Mentiras precisa de estreitar laços da Madeira com a diáspora, que para isso foi eleito. Ao Blue Chief também compete andar lá por fora zelando pelos interesses do povo. Reconhecemos. Mas embarcam logo nesta altura do ano, quando as famílias se reúnem para fazer o licor e tratar da lapinha?!

É certo que o Mentiras não anda numa excursão. Mesmo em Londres, segundo a imprensa oficial de hoje, ele não se esquece das suas obrigações municipais, resolvendo problemas do Sesaram, engendrando uma receita para acabar com as listas de espera e preparando milagreira poção para injectar na classe dos enfermeiros. 

Cafofo está a fazer um trabalho tão profícuo junto das comunidades que a emigração na Madeira cresce a olhos vistos. Quem é que não quer embarcar para um lugar que o edil costume visitar, já que aqui só o vemos em fotografia, na TV ou nos cartazes da pepsodent?! 

É certo que, com o homem longe, as trapalhadas no Funchal descem drasticamente, como acontece ao PSD nas sondagens do Avelino/LPM. Mas o mês de Dezembro amolece-nos o coração e exigimos que ele, Mentiras de uma figa, venha o quanto antes. Mesmo que chegue com mais umas loucuras na manga para rebentar com o resto da capital e traga novas geminações que nos custam almoços, prendas e viagens.

O sr. Miguel Albuquerque também escolheu o mês de Dezembro para nos partir o coração, viajando rumo ao Cabo das Tormentas. Aceitamos que o criador do Blue Establishment tenha necessidade de se sacrificar com essas estopadas aéreas em busca de investimento para a Tabanka. Já teríamos falido se não fosse a captação de capitais que ele tem conseguido no Canadá, USA, RSA, Venezuela, Europa - que agora já só lhe falta um sumo de coco em Bora Bora.

Porém, uma coisa: faz favor, sr. Miguel, faz favor de se despachar a tempo de estar cá pelo menos no início das missas do parto. Não somos de ferro e morremos de saudades dos nossos ídolos. Com os nossos ídolos constantemente lá fora, passamos nós a ser os emigrantes aqui na nossa terra. Não se faz!

Uma pessoa nem sabe o que diga, com estes ataques de nostalgia. Agora andam os comentadores da LPM numa contra-informação intensiva atirando para cima dos carros a culpa dos engarrafamentos. Lamentam que todos queiram sair ao mesmo tempo da cidade e etc. Têm alguma razão. Podia fazer-se uma escala entre os automobilistas para aplicar de manhã e à noite. Uns entram às 7.20 e saem às 18.02, outros... 
E dizem os mesmos agentes secretos da LPM que sim senhor, o Mentiras faz bem em fechar as ruas ou reduzi-las a uma faixa única porque a cidade é para as PSoas, não é para os carros. Que as PSoas estão primeiro do que os carros. E por aí fora. 

No meu tempo, os carros não andavam sozinhos, andavam com PSoas dentro. Logo, os carros - se é que ainda levam alguém dentro - precisam de direitos na malha viária. Uma pessoa que tem horário a cumprir no trabalho não deve ser chateada pelo exibicionismo de um Mentiras que quer mostrar serviço como aquelas imbecilidades no trânsito, há que tempos. Uma família que paga brutalidades para utilizar o seu carro - meio de transporte que no nosso caso nem sequer dá para passear ao Algarve ou a Paris - merece que não lhe comam o juízo com engarrafamentos monstruosos, lombas de elefante, semáforos no 'verde' para carros e peões em simultâneo, calçadas de basalto selvagem, crateras no asfalto e essa porra toda que a gente sabe.

Para os abutres que, na Frente Bar, esperam nervosos  a sua vez de nos sugar os bolsos, depois de tanto criticarem os antecessores, a divisão é simples: PSoas para um lado, carros para outro. Dá um ar ecológico à política dos sevandijas. 
E eu a pensar que uma considerável percentagem das famílias da Madeira tem carro, e às vezes mais de um.

Para os tipos que já se sentem com a chave do wc nas unhas, o contribuinte só é pessoa quando anda a pé. Quando anda de carro, é considerado um insignificante monte de lata. E logo aqueles tipos, que só andam de carro pra cá e pra lá. Com chaufer e tudo. Não é? 
Quando nos lembramos de que há quatro décadas uma Junta Geral composta por três elementos governava a Tabanka e as câmaras funcionavam com presidentes não profissionais, dá vontade de chorar. Sim, porque hoje qualquer fatela arvorado em vereador tem carro, motorista, secretária, adjuntos e adjuntas, assessores e assessoras e cartão dourado para gastos.

Em tempos que já lá vão, quando presidente da capital, o nosso Blue também foi atacado pela tara do 'verde', resolvendo decretar: tiramos aos automóveis uma faixa à Manuel Arriaga e damos o espaço livre ao povo. Saíram os carros da faixa sul do lado do Teatro. E pronto, ganharam as pessoas - mas as que quiserem sentar-se em esplanadas, porque andar a pé onde os carros circulavam não se pode.

Pronto, foi uma descarga de veneno anti-democrático para não se perder o vício. Retomemos o espírito natalício. Mentiras! Blue! Despachem-se, voem para cá! Prometemos deixar para Janeiro os 40 mil 'deles' que a Câmara do Funchal nos tirou do bolso para pagar um mero guia pedonal - do Lido - e deixamos também em paz as sondagens que vão escaqueirar o PSD, se o laranjal não fechar entretanto.

PS - O diabo seja surdo, mas... leiam qualquer coisa sobre as actualidades na Andaluzia.