Raquel Coelho (PTP) no encerramento
do debate sobre o Orçamento 2019
"OS VÍCIOS DO PASSADO SUBSISTEM
EM DETRIMENTO DO INTERESSE PÚBLICO"
Com o suposto fim da austeridade julgávamos que ar seria mais
respirável, tanto na Madeira como no território continental. Mas o PSD optou
por desperdiçar um conjunto de 11 propostas que o PTP apresentou no âmbito do
Orçamento Regional para 2019, que em muito iriam dignificar a vida regional
A verdade é que o neoliberalismo tomou conta do nosso país, com
ajuda dos partidos do arco do poder e nem uma maioria parlamentar de esquerda
conseguiu por cobro à situação e por isso a nossa democracia e o Estado de Direito
estão cada vez mais postos em causa.
Os partidos da geringonça pouco têm feito para combater esse
sistema de rapinagem contra o povo. Tanta a esquerda no Continente, como a
direita na Madeira mantêm uma elevada carga fiscal, promove baixos salários e
reformas e congelamento das carreiras na função pública.
O actual, Governo da República, que se reclama socialista e
canta a internacional mantém todos os privilégios e sinecuras dos altos
gestores e quadros do Estado. Mostra-se incapaz de inverter todas estas
políticas da direita, mantêm-nas para extorquirem cada vez mais dinheiro aos
contribuintes a fim de sustentarem as suas políticas de subsidiodependência e assegurarem
a onerosa máquina repressiva do estado sobre o povo, que chega ao cúmulo de
decretar prisão por delito de opinião.
Qual foi o país que se desenvolveu espartilhando a massa crítica
e os intelectuais? Nenhum, independentemente, da ideologia. No entanto,
insistimos em replicar esta fórmula de repressão que tem tanto tem atrasado o
desenvolvimento da nossa civilização.
Metade do vencimento dos trabalhadores é para pagar impostos. Cada
vez mais a máquina fiscal se abate impiedosamente sobre o nosso povo criando miséria,
exclusão social, desemprego e emigração forçada. Limitam-se as liberdades cívicas,
económicas e sociais. Há polícias para tudo e mais alguma coisa, mas direitos
para os trabalhadores cada vez menos. Listas de espera intermináveis para
consultas, exames e cirurgias, falta profissionais de saúde.
Dizia Álvaro cunhal, nos anos 80 e 90, que se o PCP chegasse ao
governo bastaria apenas e só um dia para derrubar e anular todas as políticas
repressivas da direita contra o nosso povo. Mas com a gerigonça não é isso que
está a acontecer. O PCP e o BE vão acenando com a ideia peregrina dos amanhãs
que cantam e nunca acontecem.
Os madeirenses e porto-santenses, temem pelo seu futuro e o dos
seus descendentes. Sofrem em silêncio, por verem os seus filhos partirem em
busca de uma vida melhor, para fora da terra que os viu nascer, por falta de
oportunidades de emprego na Região.
Embora tenhamos assistido a uma maior abertura para a
democratização e dignificação da política regional, a propalada renovação no
governo regional acabou por se revelar um verdadeiro logro.
Os vícios do passado subsistem em detrimento do interesse
público. A submissão aos grandes grupos económicos continua. E os problemas das
populações prosseguem sem solução à vista, nomeadamente, na garantia da
continuidade territorial, na política de transportes para o arquipélago, no
elevado custo de vida, na dupla insularidade do Porto Santo, no desemprego, na
pobreza e na emigração forçada.
Para além do embuste da denominada renovação do PSD, verificamos
que as forças da oposição que conquistaram o poder local, em vez de inverterem
as más práticas encetadas pelas governações anteriores, passaram a assumir o
mesmo tipo de vícios e práticas do PSD, apostando no caciquismo, na subjugação
da participação cívica das populações e no controlo da imprensa. Particularmente,
a Câmara Municipal do Funchal.
Ao contrário daquilo que a esmagadora maioria da população
julga, não vivemos só uma crise financeira, junta-se agora uma nova equação aos
problemas regionais, a crise moral…
O desespero daqueles que estão no poder e dos que querem lá
chegar podem ter aberto a caixa de pandora para o pior da política: usarmos a
moral e a fragilidade humana, como arma de arremesso.
E cabe aos democratas e autonomistas, às pessoas de bem desta
terra impedir que a política do vale tudo, ganhe as próximas eleições
legislativas regionais.
2 comentários:
Oh drª Raquel Coelho! Como é que quer acabar com a rapinagem do nosso orçamento pelos tubarões do regime, se o secretário das Finanças é o criado do srº Farinha e do srº Pestana? e o srº Paulo Cafôfo o criado dos Sousas? Estamos bem lixados, enquanto o povo não abrir os olhos!
Simplesmente brilhante esta Senhora
Ela deveria dispensar o seu ajudante
Fale só com a Senhoras de costume
Bata até a voz lhe doer no afadesvias e na soisada
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