BRAVATAS DE GRAVATA
* Zé Manel do PP ainda acredita que o hábito faz o monge
José Manuel Rodrigues, depois de tantos anos a tratar da imagem para chegar com 'charme' aos consumidores de noticiários televisivos, resolveu recorrer a lições do bem vestir e bem falar. E já se vê o resultado, no terreno.
Não foi o caso desta segunda-feira, em que o líder e candidato do PP à Câmara do Funchal fez uma viagem no restaurante flutuante 'Tamisa' para debitar umas ideias sobre a nossa baía. A ocasião não se prestava à discussão de modelos e cores de gravatas - e o político popular fez bem na escolha de um pólo, por sinal cor-de-rosa, para navegar diante dos tetrápodes do aterro.
Na generalidade das suas actividades, porém, Zé mete-se naquela farpela de calça e casaco mais a tal gravata de que ouviu falar há dias, quando da Convenção do seu partido.
Na presunção de mostrar que o hábito faz o monge, esteve diante dos candidatos populares, no centro de congressos do Hotel Vidamar, em 31 de Agosto, Nuno Miguel Henriques, que julgamos ser um actor encenador politicamente da área do PSD e que se divide também por diversas actividades de publicista.
Pois o Nuno Henriques que esteve na Convenção PP ensinou como se deve falar ao povo - com as mãos agitadas, para animar, não em baixo ou atrás das costas. Também explicou que, quando os candidatos estiverem juntos numa acção de campanha, o cabeça-de-lista deve ir com uma gravata que o distinga dos colegas, a fim de facilmente ser referenciado pela plateia.
Fomos desenterrar estas lições já com 10 dias porque reparámos no jeito de Zé, ultimamente.
Vejamos a foto abaixo:
Como se vê, o líder não puxou dos galões, mas puxou da gravata para mostrar quem manda ali. Ou seja, indica visualmente quem é o cabeça-de-lista em quem o povo precisa de votar.
Mas, caro Zé Manel, por mais que o tal 'diseur' de poesia Nuno Henriques fale na necessidade que há de o povo reconhecer o candidato principal, será que é o caso? Quem é que na RAM, honra te seja feita, não conhece a vedeta do antigo jornalismo e do grande salto no PP em número de deputados? É mesmo preciso pôr em conjunto o chefe tão catita, de gravata, e os restantes em colarinho aberto?
Vejamos mesmo esta foto a preto-branco:
É preciso muito esforço para se descobrir o líder aqui? Fazia falta a gravata? Para não falar no encanto das candidatas, entendemos que nem a falta do adereço em causa deixa mal na fotografia Pity, Gonçalo, Rosa, Chico e companhia.
A propósito, essas lições do publicista fazem lembrar uns sul-americanos que andaram pela Europa (incluindo a Madeira) ensinando o 'pai nosso' do jornalismo pelas redacções. Só que ensinavam o 'pai nosso' errado aos 'vigários', porque não conheciam 'boi' da realidade das aldeias - a não ser que havia uns ingénuos a quem sacar balúrdios.
Assim, caro Zé Manel, que pode o actor de teatro ensinar a um veterano político e jornalista como vossa excelência, caro Amigo? Generalidades. Isso, sim. Generalidades 'actualizadas'. Mas isso vê-se na net. O principal, que dá voto, é com cada um.
Vamos a um exemplo prático:
Uma indumentária destas tem conserto estético seja de que costureiro for? Camisa matizada, gravata às riscas com cores berrantes, casaco xadrez... Mas e depois? Não é este atentado ao bom gosto que ajuda a mandar na Madeira há 40 anos?
Passemos à capa do programa PPD para o Funchal.
O facto de Atouguia e João Rodrigues usarem gravata igual alguma vez põe em perigo a notoriedade do cabeça-de-lista, nesta foto? Toda a gente conhece Bruno Pereira. Ou alguém o confundirá com o prof. Anacleto ou o Eng.º Rui Nunes? Quem não quiser votar naquela lista não tem que enganar.
Em suma, caro José Manuel Rodrigues, é aconselhável trabalhar pela própria cabeça. O tal 'diseur' já tentou uma incursão na política, ameaçando disputar o PSD a Passos Coelho - e o resultado está à vista. Não se ouve falar dele, a não ser nos debates sobre gravatas.
Finalmente, atentemos na tradicional fotografia de sua excelência no adro de uma igreja de São Vicente.
Aqui, dá-se qualquer coisa de curioso: não só o povo conhece perfeitamente o caudilho regional, já fora de prazo, como conhece os caciques locais, incluindo o retirado Gabriel, com aquela barriguinha que horrorizaria o 'diseur'... e ainda se dá o caso de os políticos conhecerem, um a um, os elementos do povo obrigados a ficar ali, porque são tão poucos e cada vez menos os que se sujeitam à estopada.
As coisas andam tão ruins para os lados do laranjal que, segundo nos contam das Angústias para fora, sua excelência está prestes a explodir. Não por causa dos resultados das autárquicas. Tanto lhe dá que Bruno ganhe como perca, ou que Romeira fique em vereador ou em presidente. O homem está à beira de um ataque de nervos, sim, por querer parecer-lhe (finalmente) que não conseguirá bater Miguel Albuquerque nas internas de Dezembro-2014.
Assim, dá-lhe frequentemente para pegar numa garrafita de tinto e pregar-lhe umas pancadas, na solidão do gabinete das araras. Depois, toca a subir ao 1.º andar e 'bater uma sorna' num daqueles quartos Luís XIV. Acorda com a boca 'a saber a papel de música' e, perdido a velas, perdido a remos, vai mais um trago... e depois mais uma soneca, até à hora de ir inaugurar um wc ou coisa que o valha.
Assim desorientado, não admira que o homem ande a dizer por aí que nada tem a ver com o PSD liderado por Pedro Passos Coelho. As anestesias devem tê-lo feito interiorizar que o mandatário de Passos Coelho na Madeira foi o Semeador.
* Eng.º Rui Alves apela ao voto na oposição e presta um bom serviço ao 'flop' Miguel Albuquerque
Miguel Albuquerque não sai da cabeça do 'Meio Chefe'. Ainda por cima, com as ajudas em falso que de vez em quando chegam às Angústias, daqui e dali.
Ainda hoje, foi o Eng.º Rui Alves. O líder do Nacional aparece numa entrevista enorme a desancar no ainda presidente da Câmara do Funchal. A tentar defender Jardim. E a baralhar-se ao falar de Bruno Pereira.
O Eng.º Rui Alves, nosso grande rival desportivo e Amigo pessoal, só consegue o contrário dos efeitos pretendidos, com essa entrevista ao JM.
Obriga os madeirenses a saírem em defesa do atacado Miguel Albuquerque, como em tanto lado da cidade ouvimos hoje.
Na prática, critica duramente Jardim, ao acusar o grande chefe de manter à frente da Câmara durante 20 anos um presidente que não fez obra nenhuma, que só fechou ruas e que adoptou um sistema de permanente combate ao governo.
Pode perdoar-se a alguém - no caso Jardim - que tenha impingido à capital, como denuncia Rui Alves, um presidente de Câmara que não deixa nenhuma obra emblemática, que deixa, sim uma série de erros e pecados capitais? Como perdoar a Jardim que nos tenha castigado, não apenas durante 4, 8 ou 12, mas durante 20 longos anos, com "um grande flop de gestão autárquica"à frente da capital?
Claro que o povo não pensa isso, nem pouco mais ou menos, conforme documentos juntos, mas Jardim não se livra das farpas que sobrevoam a Câmara para subirem o Infante e cravarem-se nas Angústias.
O resultado é que o presidente do Nacional trama também o candidato laranja Bruno Pereira, que, como vice de Miguel na Câmara, acompanhou a gestão ruinosa de que a entrevista dá conta.
O Eng.º Rui Alves consegue dois efeitos que não agradarão a 'Meio Chefe': incentiva os eleitores a votarem na oposição, já que o PSD com Bruno será mais do mesmo; e ajuda Miguel Albuquerque a demarcar-se ainda mais das figuras do regime.
E assim decorre a via-sacra das autárquicas, com algumas gravatas e montes de bravatas.
E assim decorre a via-sacra das autárquicas, com algumas gravatas e montes de bravatas.
3 comentários:
E o que é que Rui Alves fez pelo urbanismo da cidade? Tretas... Albuquerque vai fazer a lista...
Basta de favores ao UI para desancar nos desalinhados....
Ao que chegou o.....isso mesmo!
embora o proprietário do blog refira uma relação de amizade pessoal com o Eng Rui Alves, não resito a afirmar que aquela entrevista é um nojo , incoerente , de um labebotismo exajerado e ultrapassado , destilando um odio pessoal bem visivel, de facto como refere o proprietario do blog esta entrevista é dos melhores serviços que alguem pode prestar a Miguel Albuquerque, esperemos agora que Jaime Ramos dê uma igual.
Ingénuo leitor, Jaime é o nome do ventriloquo que segura o boneco Albuquerque.
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