'COOLOBOS' DESPEDE TRABALHADORES
PARA EVITAR... DESPEDIMENTOS
Arlindo Gomes já foi presidente da Cooperativa e julga-se que a ideia consiste em 'limpar' os quadros daquela organização para quando ele, edil cessante da Câmara Municipal, a reencontrar, depois das autárquicas
O despedimento colectivo coincide com a saída de Arlindo Gomes da Câmara Municipal. |
No berçário e no infantário geridos pela Cooperativa, já se fez a 'limpeza', prevendo-se, apesar disso, que aquelas unidades não durarão muito tempo. E isso mesmo com o pessoal técnico pago pelo erário. Em matéria de berçário e de infantário, a Direcção invoca "forte redução da taxa de ocupação". Leitura pouco convincente no meio.
Além desse argumento, a Cooperativa justifica-se com uma "forte redução dos apoios institucionais" - apoios esses em atraso e a motivar muita incerteza, acrescenta.
A carta enviada aos funcionários a despedir, cuja prestação de trabalho já foi suspensa "até ordem em contrário", refere uma "insuficiência de receitas para pagamento de salários e despesas correntes, ordinárias e extraordinárias". Assim como "a exigência judicial e extrajudicial de pagamento de bens e serviços".
Em causa, igualmente, o atraso no pagamento de "elevados impostos e contribuições à Segurança Social".
A situação veio trazer, diz a Direcção, uma "redução drástica do volume de trabalho" nos serviços da Cooperativa e a "impossibilidade de obtenção de meios de tesouraria que permitam honrar todos os compromissos salariais e sociais".
Tudo pesado, a conclusão é uma: "inviabilidade de lançar mão de outros meios que não o despedimento colectivo".
Numa palavra: não se prevendo, no actual contexto, "melhoria ou alteração das circunstâncias a curto ou médio prazo", os trabalhadores são chamados a pagar a factura da crise, com o seu posto de trabalho.
Enfim, são medidas drásticas para safar a Cooperativa do "risco de sobrevivência". Porém, entre os despedidos persiste a seguinte ideia: Arlindo Gomes, bancário de profissão, que sai agora da presidência da Câmara, pretende reencontrar menos pesada a máquina da Cooperativa de que em tempos foi presidente. Existirá consistência alguma nesta leitura?
Segundo nos informaram, houve eleições há pouco para a Direcção da Coolobos, com uma única lista. Se for possível, alguém que nos cite os eleitos, a ver se têm relação com o presidente de câmara cessante.
8 comentários:
Caro Luis Calisto. Com a lista única (e vencedora, claro) para a Coolobos, está como presidente o Arlindo Gomes, está também o Lourenço, que é cunhado do Arlindo e assessor deste na câmara (escusado será dizer quem é que lhe arranjou este lugarzinho), como secretário, o João Firmo, que é presidente da Câmara de Lobos Viva e "chapa" do Arlindo há muitos anos, como tesoureiro. Na lista vencedora encontra-se ainda o Fidélio, irmão do Arlindo e proprietário de uma grande oficina (Auto-Fidélio) de mecânica e bate-chapa de Câmara de Lobos. Entre outros elementos conta ainda na lista para a direção da cooperativa uma cunhada do Arlindo, que por acaso é auxiliar de educação infantil num dos Golfinhos, e que, segundo corre à boca pequena, foi uma das colaboradoras na facilitação de nomes para o rol das vítimas do despedimento, configurando ainda aqui, segundo dizem, alguns ajustes de contas para com funcionários afetos às preferências de anteriores elementos da direção da Coolobos e de inimigos políticos de Arlindo em brigas antigas na esfera do PSD de CLobos.
A situação é mais complicada do que julgávamos. Nem sequer sabíamos que se pode acumular a presidência de uma câmara com a de uma cooperativa de habitação.
Uma nota: quanto a Lourenço de Freitas, meu conterrâneo e amigo, já tinha emprego, e com estabilidade, quando foi convidado para a câmara.
Luis Calisto, também não sei até que ponto esta situação é legal. Contudo, e relativamente ao Lourenço de Freitas e apenas para acrescentar, a situação dele no JM apesar de ser estável, financeiramente não é em nada comparável à deste momento na câmara... para melhor entenda-se!
Não me leve a mal, caro Leitor, mas é preciso corrigir uma imprecisão: o Lourenço, quando foi para a Câmara, trabalhava no DN e não no JM. Transferiu-se pelo sistema de licença sem vencimento.
Correto, a imprecisão foi minha. Por tal fato as minhas desculpas. Eu sabia que era DN mas não sei porquê que me escapou JM.
Caríssimo, gostaria apenas de fazer uma pequena correção à informação que prestei no primeiro comentário. O cargo de tesoureiro é exercido pelo Lourenço Freitas, e o João Firmo de Jesus (mais conhecido no meio camaralobense pelo "sete palmos") como secretário. Assim é que está correta a informação.
Está então completa a equipa da Coolobos.
Obrigado, caro Comentador.
a questão das incompatibilidades é complexa , porque mesmo que a camara não apoie financeiramente a cooperativa , apoia atravez de isenções e outros actos administrativos. a legislação Portuguesa é prepositadamente confusa , mas tambem á a realçar o facto de o Ministerio Publico , entidade a quem compete velar em nome do cidadão pela legalidade , nunca ter levantado formalmente estas questões.
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