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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

CÂMARA DE LOBOS


'COOLOBOS' DESPEDE TRABALHADORES
PARA EVITAR... DESPEDIMENTOS

Arlindo Gomes já foi presidente da Cooperativa e julga-se que a ideia consiste em 'limpar' os quadros daquela organização para quando ele, edil cessante da Câmara Municipal, a reencontrar, depois das autárquicas

O despedimento colectivo
coincide com a saída de Arlindo
Gomes da Câmara Municipal.
Salvaguardar o maior número possível de postos de trabalho é um dos motivos apresentados pela Direcção da Cooperativa de Habitação Económica de Câmara de Lobos aos funcionários a quem está a mandar cartas de despedimento.
No berçário e no infantário geridos pela Cooperativa, já se fez a 'limpeza', prevendo-se, apesar disso, que aquelas unidades não durarão muito tempo. E isso mesmo com o pessoal técnico pago pelo erário. Em matéria de berçário e de  infantário, a Direcção invoca "forte redução da taxa de ocupação". Leitura pouco convincente no meio.
Além desse argumento, a Cooperativa justifica-se com uma "forte redução dos apoios institucionais" - apoios esses em atraso e a motivar muita incerteza, acrescenta.

A carta enviada aos funcionários a despedir, cuja prestação de trabalho já foi suspensa "até ordem em contrário", refere uma "insuficiência de receitas para pagamento de salários e despesas correntes, ordinárias e extraordinárias". Assim como "a exigência judicial e extrajudicial de pagamento de bens e serviços".
Em causa, igualmente, o atraso no pagamento de "elevados impostos e contribuições à Segurança Social". 
A situação veio trazer, diz a Direcção, uma "redução drástica do volume de trabalho" nos serviços da Cooperativa e a "impossibilidade de obtenção de meios de tesouraria que permitam honrar todos os compromissos salariais e sociais".
Tudo pesado, a conclusão é uma: "inviabilidade de lançar mão de outros meios que não o despedimento colectivo". 
Numa palavra: não se prevendo, no actual contexto, "melhoria ou alteração das circunstâncias a curto ou médio prazo", os trabalhadores são chamados a pagar a factura da crise, com o seu posto de trabalho.

Enfim, são medidas drásticas para safar a Cooperativa do "risco de sobrevivência". Porém, entre os despedidos persiste a seguinte ideia: Arlindo Gomes, bancário de profissão, que sai agora da presidência da Câmara, pretende reencontrar menos pesada a máquina da Cooperativa de que em tempos foi presidente. Existirá consistência alguma nesta leitura?
Segundo nos informaram, houve eleições há pouco para a Direcção da Coolobos, com uma única lista. Se for possível, alguém que nos cite os eleitos, a ver se têm relação com o presidente de câmara cessante.

8 comentários:

Anónimo disse...

Caro Luis Calisto. Com a lista única (e vencedora, claro) para a Coolobos, está como presidente o Arlindo Gomes, está também o Lourenço, que é cunhado do Arlindo e assessor deste na câmara (escusado será dizer quem é que lhe arranjou este lugarzinho), como secretário, o João Firmo, que é presidente da Câmara de Lobos Viva e "chapa" do Arlindo há muitos anos, como tesoureiro. Na lista vencedora encontra-se ainda o Fidélio, irmão do Arlindo e proprietário de uma grande oficina (Auto-Fidélio) de mecânica e bate-chapa de Câmara de Lobos. Entre outros elementos conta ainda na lista para a direção da cooperativa uma cunhada do Arlindo, que por acaso é auxiliar de educação infantil num dos Golfinhos, e que, segundo corre à boca pequena, foi uma das colaboradoras na facilitação de nomes para o rol das vítimas do despedimento, configurando ainda aqui, segundo dizem, alguns ajustes de contas para com funcionários afetos às preferências de anteriores elementos da direção da Coolobos e de inimigos políticos de Arlindo em brigas antigas na esfera do PSD de CLobos.

Luís Calisto disse...

A situação é mais complicada do que julgávamos. Nem sequer sabíamos que se pode acumular a presidência de uma câmara com a de uma cooperativa de habitação.
Uma nota: quanto a Lourenço de Freitas, meu conterrâneo e amigo, já tinha emprego, e com estabilidade, quando foi convidado para a câmara.

Anónimo disse...

Luis Calisto, também não sei até que ponto esta situação é legal. Contudo, e relativamente ao Lourenço de Freitas e apenas para acrescentar, a situação dele no JM apesar de ser estável, financeiramente não é em nada comparável à deste momento na câmara... para melhor entenda-se!

Luís Calisto disse...

Não me leve a mal, caro Leitor, mas é preciso corrigir uma imprecisão: o Lourenço, quando foi para a Câmara, trabalhava no DN e não no JM. Transferiu-se pelo sistema de licença sem vencimento.

Anónimo disse...

Correto, a imprecisão foi minha. Por tal fato as minhas desculpas. Eu sabia que era DN mas não sei porquê que me escapou JM.

Anónimo disse...

Caríssimo, gostaria apenas de fazer uma pequena correção à informação que prestei no primeiro comentário. O cargo de tesoureiro é exercido pelo Lourenço Freitas, e o João Firmo de Jesus (mais conhecido no meio camaralobense pelo "sete palmos") como secretário. Assim é que está correta a informação.

Luís Calisto disse...

Está então completa a equipa da Coolobos.
Obrigado, caro Comentador.

Anónimo disse...

a questão das incompatibilidades é complexa , porque mesmo que a camara não apoie financeiramente a cooperativa , apoia atravez de isenções e outros actos administrativos. a legislação Portuguesa é prepositadamente confusa , mas tambem á a realçar o facto de o Ministerio Publico , entidade a quem compete velar em nome do cidadão pela legalidade , nunca ter levantado formalmente estas questões.