RESULTADOS ELEITORAIS REEDITAM
PRESSÕES A JARDIM PARA REMODELAR GR
Jardim continua a pedir opiniões, mas depois ouve mal. |
O presidente do governo regional está a recorrer aos social-democratas que considera insuspeitos e fiéis à sua liderança para que o ajudem a perceber o momento que o PSD atravessa e deles ouvir propostas de receitas para curar os males. Essa uma diligência à margem das reuniões da comissão política regional, que servem exclusivamente para legitimar as estratégias do chefe.
Remodelação, remodelação, remodelação! Jardim não quis ouvir nos últimos tempos o que lhe disse Jaime Ramos, - antes da zanga entre ambos - e outras figuras da sua confiança. Pois chegou a hora de aguentar, ainda com mais insistência, os apelos à mudança de caras no governo regional.
Antes que nos perguntem, dizemos já que, depois de ouvir as propostas concretas sobre quem deve sair e quem deve entrar no fraquíssimo executivo, Jardim guardou silêncio absoluto, não avançando com um 'sim' ou com um 'não' a cada nome proposto. Portanto, desiluda-se quem pensar que mais abaixo encontrará novidades de impacto na matéria em apreço.
Governo: ninguém fala com ninguém
Que ouviu Jardim dos seus indefectíveis, que já são tão poucos? Vamos à ideia mais extremista: fica Ventura Garcês, porque é difícil arranjar alguém para as Finanças nesta fase, e o resto vai todo à vida. É radical, sem dúvida. Mas o autor da proposta leva em conta que não pode funcionar normalmente um governo em que os departamentos comunicam entre si, não secretário a secretário, não entre os chefes de gabinete, mas unicamente... por fax formal!
A verdade é que já não são apenas Cunha e Silva e Manuel António incompatibilizados a ponto de não se falarem. O mal-estar alastrou a outros pelouros.
Estamos a imaginar um plenário em que chefe Jardim tem de fazer uma pergunta a um secretário e transmitir a resposta a outro.
Há também outros social-democratas que, solicitados a opinar, transmitiram a Jardim a ideia maquiavélica de comprometer delfins rebeldes convidando-os para o governo. Eles aí teriam de se queimar, forçosamente: acedendo a ficar numa situação subalterna relativamente a Jardim; ou recusando o convite sujeitando-se à notícia de que afinal só querem dividir as hostes. Falamos por exemplo de Miguel Albuquerque.
Conhecemos um caso em que o consultado propôs esta desesperada táctica a Jardim: homem, mude o que quiser, mas remodele urgentemente o governo, mude nem que seja por mudar.
Algumas destas propostas têm poucas horas. Nada sabemos da reacção de Jardim. Ele foi sempre adversário das remodelações. Quem pode - pode.
Se ignorar as pressões, ao menos está a ser lógico. O cúmulo da incoerência seria correr outros do governo e continuar ele na liderança, enquanto réu do descalabro que nos arrasta para o abismo.
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