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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

CRISE NO LARANJAL











BARÕES ATERRORIZADOS PREFEREM
SUCESSOR DE 3.ª GERAÇÃO 


Os delfins que se estão a candidatar à liderança do PSD acabarão por se destruir uns aos outros e ao partido. É um receio dos barões da retaguarda laranja. Para estes, a solução deve passar por um salto geracional para o pós-delfins, até um sucessor mais jovem, como por exemplo Nuno Teixeira. 


* A candidatura de Sérgio Marques, apesar de esperada, fez 'saltar a tampa' no efervescente Laranjal

* PSD profundo intrigado com visita de Sérgio às Angústias antes de se apresentar como candidato


* Quanto mais tempo Jardim teimar em ficar, melhor para Miguel Albuquerque... e para a oposição



Em tempos, Jardim gabava-se de estar a preparar um futuro sem a convulsão que no pós-Mota Amaral matou o PSD-Açores. Lá se foi o tempo.



Sérgio Marques sustenta a ideia de que uma corrida com vários pretendentes à liderança do PSD não significa a 'balcanização do partido'. Mas os companheiros do próprio Sérgio no lote de barões e baronetes social-democratas pensam de maneira diferente.

Alguns notáveis com quem falámos esta quarta-feira, depois da original aparição de Sérgio Marques como candidato - lançamento via facebook e cobertura em jornais e blogosfera -, confessam-se aterrorizados com o futuro que antevêem para o PSD. "Os delfins em luta chegarão a cinco ou seis e hão-de eliminar-se uns aos outros, facilitando a vida à oposição", dizia-no um notável, com vasta experiência no dirigismo partidário e na vida parlamentar. "Quando escolhermos finalmente um novo líder, já os partidos da oposição terão encontrado um novo Cafôfo ou outro candidato competente e com força eleitoral, de tal maneira que perderemos as eleições seguintes para ficarmos muito tempo sem voltar ao poder."
É esse o sentimento na facção dos mais antigos social-democratas, "aqueles que percorreram todo este caminho fazendo do PPD o grande partido da Madeira".


Não substituir um 'avô' por outro 'avô'

Este movimento de antigos e actuais social-democratas entende que o futuro do partido passa forçosamente por um salto geracional. Ou seja, que "não serve substituir um avô por outro avô". É preciso recorrer à geração que se segue à dos delfins.
Mas onde encontrar esse jovem capaz de dar a volta à crise laranja? "Temos de ver se, por exemplo, Nuno Teixeira está perto de reunir as condições necessárias, essa é uma boa hipótese",  considera-se no seio do grupo em embrião.
Mas outro barão coloca reservas: "Nuno Teixeira é sem dúvida uma boa escolha, mas tem o senão de estar ligado a um grupo, o de João Cunha e Silva. Eu também penso que o novo líder tem de passar por cima dos Jaimes, Cunhas, Albuquerques, Coitos, Manuel António, Tranquada, Sérgio, tem de ser uma geração mais nova do que esta segunda, dos delfins. Mas precisamos de um  jovem desligado completamente das tendências que continuam a dividir o partido... e que o dividirão mais ainda."
Neste pormenor, convém sublinhar que, vai para pouco tempo, a propósito de Jaime Ramos ter abandonado o Conselho Regional quando Nuno Teixeira se preparava para intervir, falando-se então em ambições do eurodeputado à liderança, Nuno lembrou que a sua posição em matéria de sucessão é pública: apoio incondicional à candidatura de João Cunha e Silva.
Um dos notáveis contrapõe: "Mas Cunha e Silva não é candidato por enquanto e ninguém sabe se não se absteria em favor de Nuno Teixeira."


Jardim não larga os Orçamentos


Se o PPD profundo acha que os delfins andam imprudentemente a 'atirar-se de cabeça', o mesmo PPD também vive assustado antevendo as reles consequências do incurável apego do chefe ao poder.
Os barões receiam que Jardim, além de chamar a si a responsabilidade do Orçamento da Região para 2014... ainda queira dominar o Orçamento para 2015. "No ponto a que isto chegou, julgamos que o interesse dele é lançar as obras que pretende lançar e depois deixá-las paradas a meio, que é para o sucessor ficar com o problema nas mãos", dizem-nos. Depois de mim o caos, ouve-se em toda a parte. 
Ou seja, urge convencer o líder a deixar os outros tratarem do futuro que lhes dirá respeito.
É nessa linha de reflexão que as nossas fontes pretendem "mexer-se" em busca de soluções com um mínimo de garantias. A permanência de Jardim no poder só ajudará Miguel Albuquerque a ganhar terreno, entendem eles, avessos a essa hipótese. Consideram que não será Miguel Albuquerque a devolver o partido às suas verdadeiras origens. Aliás, nem ele nem os outros pré-candidatos assumidos e por assumir.
"Ainda aqui vamos e a desorientação no partido é aquela que se vê", afirmam. "Quando se chegar à linha de partida para a verdadeira prova, estarão todos destroçados." 


Barões desconfiados: que foi Sérgio 
fazer à Quinta Vigia antes de avançar?

Da sua parte, como prevíamos, Sérgio Marques não aceitou esperar mais tempo. Julgamos que fez bem. Os barões pensam o contrário. Alguns deles, contactados para o efeito, aconselharam Sérgio a reflectir mais tempo antes de se decidir. Ele declinou a recomendação e assumiu-se aos primeiros minutos desta quarta-feira.
Agora, alguns notáveis, depois de lerem o manifesto de ruptura escrito por Sérgio, interrogam-se admirados: "Então, que foi ele fazer à Presidência na semana passada?"
E colocam dúvidas: "Obviamente que ele não iria lá acima falar do tempo. Não iria sem dar cavaco ao chefe sobre a decisão de se candidatar. Mas... anunciou apenas o que iria fazer? Ou estamos perante uma estratégia concertada com o líder? É legítimo pensarmos tudo, a partir do momento em que soubemos que o Sérgio esteve com o presidente dias antes de avançar."
Essa dúvida ganha alguma consistência quando se percebe que os propósitos político-partidários apresentados por Sérgio no facebook se confundem muito com aqueles que Miguel Albuquerque desde sempre divulgou como linhas mestras do seu projecto. 
Numa palavra, Sérgio no terreno significa disputa directa na área onde se movimenta Albuquerque. Ambos falam de romper com o passado. Essa competição dentro da competição (Albuquerque-Sérgio) facilita o trabalho dos outros candidatos, mais ou menos pró-Jardim.
Os barões meneiam a cabeça.
Sérgio Marques é indiscutivelmente um candidato forte. Com prestígio ao nível regional, incluindo no seio do PSD. Constituirá ele o adversário ideal para, em benefício dos desejos de Jardim, disputar espaço ao ex-presidente da Câmara?
Eis o que alguns notáveis andaram a magicar hoje. Normal. A suspeita banalizou-se na Rua dos Netos. É elevado o grau de desconfianças e suspeitas. Ninguém sabe quem está com quem. Quase ninguém sabe quem está contra quem. Ninguém sabe os reais objectivos de ninguém.

Da nossa parte, não acreditamos que o novo candidato esteja no terreno para outra coisa que não ganhar o partido. É um sonho do antigo eurodeputado que não nasceu hoje nem ontem. Já chega de se deixar embalar nas estratégias urdidas para benefício dos outros - do grande chefe, por exemplo. O seu silêncio de 4 anos terminou, como diz no manifesto. 
Os notáveis reconhecem-lhe competência e credibilidade. Mas a unanimidade no PSD já morreu. Um desses barões assume atitude bem contundente perante o novo candidato: "Ele (Sérgio) parece querer passar uma imagem de independente, mas vamos lembrar-lhe que se os Sousas são hoje os donos dos portos muito devem a ele." 
É o recordar de outras épocas que, entre candidatos, não vai parar até ao último dia de batalha. 

Falta a 'surpresa das surpresas'

A luta será renhida. 
Falta ainda o papel neste processo de políticos como os da família Ramos. Os outros barões do PSD profundo não confiam neles. Acham que Jaime Ernesto e Jaime Filipe não estão para trabalhar a favor de ninguém, mas de si próprios. "Eles jogam em todos os tabuleiros e ainda mais nesta fase decadente, em que manda a lei da  sobrevivência", diz-nos um antigo 'unha com carne' de Jaime.


Lá se ficam os barões da retaguarda a estudar como fazer vingar a solução ideal que a cabeça lhes dita nesta altura, o tal salto geracional: um candidato mais novo, pós-delfins, que possa contar com os 'pesos pesados' e os mais jovens militantes, e, com esses apoios, devolver ao partido a chama fulgente e vencedora do velho PPD.

Isso de sucessor... A surpresa das surpresas ainda está para surgir! É um social-democrata normalmente bem informado que nos garante, à última hora.
Outra surpresa?
Desistimos. Assim, não chegamos a nenhuma conclusão com pés e cabeça.

4 comentários:

Anónimo disse...

(Hic! Eu é sou o candidato surpresa (hic! ) Eu sou sóbrio! (hic) Vai mais uma rodada, oh pá?

Anónimo disse...

O Nuninho candidato, ah, ah, ah, ah, ah, ah, ah. Vai mas é dar uma corrida na Estrada Monumental e engatar umas checas em Bruxelas.

Anónimo disse...

A dúvida persiste: quem será o "cafofo" do PSD??? Sobrará um palmo de PSD?

Anónimo disse...

anedota total...sergio marques...nuno teixeira??????....nem o clube naval conseguiu ganhar...seria 1 derrota monstruosa em qualquer eleição....