MIGUEL DE SOUSA
VAI À POSSE
DE PAULO CAFÔFO
Miguel Mendonça, como Jardim, só tem mandado representante às câmaras do PSD. No Funchal, muda de postura
A Assembleia Legislativa da Madeira estará representada na instalação dos novos corpos autárquicos do Funchal, segunda-feira que vem. O presidente José Miguel Mendonça delegou em Miguel de Sousa, vice da Mesa parlamentar, a missão de estar presente na principal das cerimónias de tomada de posse das câmaras saídas das eleições de 29 - cerimónias essas marcadas por uma inédita controvérsia.
O próprio Parlamento, através da sua presidência, tem optado por estar presente nuns concelhos e ausente de outros. Por coincidência, é um supor, Miguel Mendonça tem enviado um representante seu aos concelhos onde o PSD ganhou. Ainda esta sexta-feira, Paulo Fontes assistiu à posse de Rui Marques, na Ponta do Sol, e Miguel de Sousa à de Pedro Coelho, em Câmara de Lobos. Já no Porto Santo, onde Filipe Menezes tomou posse depois de eleito pelo PS, e além da ausência de qualquer secretário regional, não houve presidente nem vice da ALM.
O mesmo se verificou no Norte da Madeira, onde assumiu funções José António Garcês, líder do movimento Unidos por São Vicente.
Naquele concelho, como dissemos em peça anterior, não compareceu qualquer membro do governo regional, circunstância denunciada por Garcês no seu primeiro discurso como presidente da Câmara.
Como também dissemos no referido texto, essa ausência de secretários decorreu de um despacho interno do próprio chefe Jardim: "por razões de ética, o governo não se fará representar em São Vicente", mandou o chefe. E não foi ninguém.
Mas quem achou a tomada de posse dos Unidos muito ética foi o povo nortenho, que compareceu em força na cerimónia, aplaudiu todos os eleitos, da maioria independente mas também do próprio PSD, e ainda festejou a histórica data com bolo, laranjada e vinho, numas mesas colocadas diante dos paços do concelho. Não precisamos de identificar aqui o tema comum de todas as conversas. Só avançamos que Jardim deve ter passado a tarde com as orelhas a queimar.
Entende-se. Invocar razões éticas - ou outras - poderia perceber-se, embora condenando, por parte do líder do PSD. Mas quem determinou a proibição de os governantes irem ao Norte foi o presidente do governo. Que promiscuidade, 30 e tantos anos depois!
Em todo o caso, não faltaram lá figuras conhecidas da política, por exemplo dos partidos que apoiaram os Unidos. José Manuel Rodrigues, do PP, Luís Miguel França e Jaime Leandro, do PS. Cabral Fernandes, antigo líder do CDS-PP. Presença curiosa: Maria do Monte, deputada social-democrata, natural do Norte. Não viu nada de anti-ético no processo e a sua presença foi referenciada pelo presidente empossado. Humberto Vasconcelos, antigo presidente da Câmara e actual adversário de Jardim, também marcou presença entre os convidados.
Voltando à Ponta do Sol, acompanhou Paulo Fontes, vice da ALM, o secretário do Ambiente, Manuel António Correia - filho da terra. O governante tinha estado de manhã em Câmara de Lobos, para assistir à posse de Pedro Coelho, mas não em representação do governo, tarefa que coube a Jardim Ramos, secretário dos Assuntos Sociais. Foi de uma fila da frente, ao lado do presidente cessante Arlindo Gomes, que Manuel António ouviu o novo número um da Câmara cometer por duas vezes a mesma gafe protocolar. Ao invocar as personalidades presentes, nomeou primeiro o representante do chefe do governo, Jardim Ramos, e só depois o representante do presidente da Assembleia, Miguel de Sousa. Calinada esquisita num deputado experiente... e num discurso escrito.
...Incidente quase imperceptível. Não tirou brilho à cerimónia que marca uma viragem importante na vida municipal camaralobense.
Segunda-feira há instalação de outras câmaras, com saliência para a do Funchal. A capital caiu do laranjal e está nas mãos de independentes que foram apoiados por seis partidos de oposição. Paulo Cafôfo continua a ganhar adeptos e, para já, soubemos que o Parlamento não se atreve a faltar. Miguel de Sousa está incumbido de lá ir. António José Seguro e João Semedo também comparecerão. E membro do governo regional? Não há-de faltar um, apostamos. É coisa para dar trabalho a um Jaime Freitas ou Jardim Ramos. Ou Ventura Garcês, no máximo.
3 comentários:
Luis Miguel França e Jaime Leandro, do PSD? PSD?..?
Só uma correcção:
"...Luís Miguel França e Jaime Leandro, do PSD."
É melhor "desfiliá-los" da Rua dos Netos.
Ui! Com tanta gente a sair do PSD e nós aqui a metermos 'reforços' lá para dentro... e que gente!
Já corrigimos a gafe 'dactilográfica'. Obrigado aos atentos Leitores e as nossas certamente inaceitáveis desculpas aos nossos Amigos Miguel França e Jaime Leandro.
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