Mesmo no tempo em que eram rapazinhos bem comportados, os Delfins em embrião sofriam atenta marcação em cima. |
NO BOM E NO MAU:
NENHUM DOS DELFINS DÁ UM ALBERTO JOÃO
O elitismo perde se as massas populares não receberem atenções que as mantenham devidamente entretidas e sem chatear
Quem conhece a cartilha política, aliás vermelha, por onde Jardim aplicou as suas directrizes políticas pessoais entende o porquê de o dinossauro madeirense não perder tempo a tentar controlar os sentimentos do povo pela razão, preferindo logo a via do coração, já que a razão procede do coração - diz a tal cartilha. É uma teoria francamente discutível, mas ela criou líderes hoje eternizados na História e ajudou muitíssimo este que manda na Tabanca insular vai com 40 anos.
Mas se nenhum destes Delfins dará sequer meio Alberto João, ainda bem para o nosso sistema nervoso, dirão muitos. Pior para os Delfins, rebaterão outros.
Não estamos a falar do que é certo ou errado, de ética ou estética. Falamos noutro plano. O plano partidário que leva às vitórias e às derrotas eleitorais. E aqui, por saber como motivar sentimentos, o chefe das Angústias tratou nestas décadas de atacar à sua direita e à sua esquerda. O velho e o vanguardista. Separou o poder político do económico, no sentido de ele estar lá em cima e os patrões, evidentemente de papo cheio, mais abaixo sem lhe fazerem sombra. Filigranou um discurso teoricamente hostil à burguesia. Para finalmente, ficando ele solitário como ariano disponível, arrebatar corações onde mais lhe importava, que era nas massas populares dos votos e das maiorias.
Os votos possíveis num cocktail de técnicos de contas são muito menos do aqueles que saem da missa dominical das 6 da manhã.
Insiste a tal cartilha na força dos sentimentos populares e na importância de agradar às massas, convindo ao pretendente a líder hostilizar, à vista do proletariado e campesinato, a classe dos capitalistas e a burguesia - linguagem panfletária como nos velhos tempos, pois claro. Evidentemente que o sistema capitalista e burguês segue a sua vidinha sem problemas, porque um líder eficaz como este Chefe encegueira os populares com as inaugurações eléctricas e tolda a cabecinha dos eleitores com vinho e espetada, para lá da intoxicação dos subsídios, bola e missa. Há momentos de hesitação popular? Pois é hora de agitar causas - a Autonomia perante os ataques de Lisboa, a Maçonaria, a Trilateral, os comunas internacionalistas.
O povo não vê ataques de Lisboa nem perigosos maçónicos nem trilaterais nem comunas internacionalistas? Vem na cartilha, mas outros mestres também ensinam a tornear a situação. Goebbels dizia que a mentira repetida mil vezes se torna verdade. Voltaire incentivava: menti, menti, que da mentira alguma coisa fica. O próprio Lutero elogiava o uso da mentirinha: que mal havia, costumava dizer, na mentira a favor de uma causa se essa mentirinha era piedosa para os fiéis e útil para a igreja dele?
Portanto, ao mentir com os dentes todos durante esta larga temporada, com teorias da conspiração e outras, daquelas de esmorecer à gargalhada, o homem sabia o que fazia.
Bom, mas isto então é o vale tudo, será que é legítimo deitar mão de todos os expedientes quando se trata de 'abarbatar' o Poder? - estarão a remexer-se uns tantos puristas.
Deixem-se de baboseiras. Estamos a falar na política pragmática. O tema é PPD e eleições internas tendo em vista o futuro - se aquele doido Laranjal, uma vez de pneus recauchutados e com novo figurão ao volante, será capaz de garantir a hegemonia que o chefão ainda no poder montou e conservou nesta eternidade.
Há elitismo e há elitismo. Há um elitismo cheio de canudos, livros e conferências para o currículo. Há outro que se fundamenta em livros que não os compêndios da faculdade. Há cursos brilhantes de tanta gente que ocupa, muito provavelmente, lugares de responsabilidade nos respectivos departamentos. E há quem tenha gasto 10 anos para uma licenciatura e mande na Madeira há 40.
A verdade nua e crua é que reunir popularidade e construir maiorias dá um trabalhão e até obriga a levantar cedo. Jardim é 'peixe na água' quando aplica no adro um segundo sermão aos fiéis que saem da missa, antes de se meter num despique ao rajão com o competente copo de vinho. É natural nele.
Nem todos os líderes do mundo ganharam poder à custa de pregar nos adros e tomar uns copos com a populaça. Cada Delfim pode e deve escolher o seu próprio estilo. Mas, por favor, não vá o apreciador de caviar e lagosta tentar mostrar que também come um dentinho de gaiado seco e manda ao chão o resto do vinho no fundo do copo, porque a rábula sai mal. Ainda há dias, andou Sérgio Marques na Festa da Lapa, no Paul do Mar. Mas quem o viu por lá concluiu, com ironia, que é preciso saber estar e andar até num arraial. Cá para nós, Sérgio é capaz de não ter ido alguma vez ao Monte ou à Ponta Delgada.
Ok, é verdade que as eleições são internas e não para as grandes massas. Mas de onde emergem as pequenas massas que vão votar?
Miguel de Sousa também arriscou a Feira do Gado, mas aquilo no meio das vacas e das cabras, como davam a entender comentários à nossa notícia sobre essa tirada de Miguel, aquilo é diferente de um snooker no Joe's Bar, agradável ambiente onde também Cunha e Silva se sente melhor do que a visitar obras 'enlameiradas'. O povo é perito em seleccionar o natural do artificial. Jardim pode muitas vezes preferir prolongar a sesta depois do almoço nas Angústias a mais uma seca no meio dos regantes do Jamboto. Mas assim que ele chega ao palco sente-se em casa. É um actor.
Uhhhh, que ruído!
Já sei que Chefe - pronto, Meio Chefe - entretanto se deixou vir por aí abaixo em popularidade e credibilidade, mais o que quiserem - é verdade. Mas isso é capaz de ser ainda mais ingrato para os Delfins e a própria Oposição.
O PPD está partido aos pedaços. Insultos entre mil facções, ataques mútuos dos Delfins. Até Jaime já se julga um potencial salvador da unidade e tenta pescar filiados aqui e ali. A Madeira vive afogada num buraco financeiro de onde só sairá quando as galinhas tiverem dentes. As autárquicas foram a razia que se viu. Lisboa não liga nenhuma à Tabanca do Chefe. Autonomia, pior do que a administrativa de 1895.
...E porém, vai-se ver as sondagens - como a do PP que publicámos - e o Laranjal sobe para quase 40%. Ora, quem lidera este Laranjal, se não houve golpe de estado esta noite, é o Rei da Tabanca. Que é isto?!
O JM foi lá acima e diz que está tudo nos conformes para o arraial. |
Julgávamos - mão à palmatória - que a venda de bilhetes de camioneta para a festa de domingo na Herdade prenunciava já um fiasco, apesar do custo simbólico de 1 € ida e volta. Pois esta manhã fomos saber junto dos organizadores e afinal até há pedidos de mais camionetas em algumas freguesias. Na ocasião, estavam a despachar mais uma para São Martinho. Quem nos afiançou isso foi um amigo pessoal, não um aparelhista exclusivamente interessado em empolar números para reanimar os descontentes e fazê-los subir ao planalto. Foi um amigo a dizer com palavra de honra.
Então, Delfins, então, Oposição? Têm falado ultimamente com o eleitorado?
Chefe, lá ele continua sonhando com a vaga de fundo, se calhar na Festa. Sim, julgamos quase impossível - mas não dispensamos o 'quase'. Tratando-se deste povo oportunista...
Os Delfins precisam de rever cada qual a sua campanha.
Um político só vence eleições se perceber de agitação e propaganda em termos de convencer e motivar o eleitorado que lhe interessa. E, francamente, não vemos em nenhum dos actuais Delfins quem seja uma ténue sombra do Chefe em técnica de agitação e propaganda. Sem essa capacidade, ele não conseguiria marcar agenda como marcou durante 40 anos - para mal dos nossos pecados. E os pretendentes de que serão capazes? Até prova em contrário, no bom e no mau não dão meio Jardim. O que dá resto zero e facilita as contas.
Mas pronto, acabou. Os Delfins dizem que não ligam já ao que diz o Chefe - deixá-lo falar que não faísca. Mas podem acreditar que ele não lhes facilitará a vida - o que é mais uma nódoa na triste retirada, de resto.
Miguel de Sousa, sobretudo, e Miguel Albuquerque têm respondido à letra quando Meio Chefe os ataca. No mais, a campanha é uma tortura - ou talvez tertúlia.
Na próxima sexta-feira... Bom, não vamos dizer que Miguel de Sousa vai sexta-feira a São Vicente apresentar o programa a quem o for ouvir. Não queremos prejudicar esse Delfim - e assim temos procedido com outros - no seu negócio dos "exclusivos" com a imprensa. Para sublimar a perda de audiência que 'Fénix' regista sempre que saem lá fora esses retumbantes "exclusivos" das torturas sobre mergulho, rapel e atrasos dos aviões, fazemos as nossas próprias tertúlias - também elas umas bonitas torturas, deixem ficar.
Como também lemos umas cartilhas, dispensamos as notícias 'dos' Delfins. Preferimos de longe as notícias 'sobre' os Delfins.
10 comentários:
Belo retrato este feito pelo Luís Calisto. Mesmo sem querer, acaba por ser um grande reconhecimento das capacidades politicas, únicas, de Alberto João Jardim. Quanto ao estado do PSD, esta aqui tudo dito e bem.
Sergio Marques na Feira da Lapa foi de rir até a casca saltar! Miguel de Sousa na Feira do Gado foi um pagode digno de rodeo do Pantanal. Então o Rei do Gado vai 6f a São Vicente?!?
Caro Luís Calisto
É com mágoa que reconheço que o/a Miss Take está cheio/a de razão, porque um bom política não é necessariamente um bom governante.
A política é apenas a arte de conquistar e manter o poder; enquanto que a governação tem a ver com a criação e distribuição da riqueza, segurança e bem-estar.
Ou como diz o povo, Caro Coronel, contra factos não há argumentos.
Bem,caro Calisto ,a sua leitura resumiu-se a três delfins...isso quer dizer que os outros supostamente iguais ao grande chefe,lançam abraços e beijos,sorrisos e brindes...e ...tratam o povo como patas rapadas...bem...paulo portas beijava todos as velhas que lhe apareceram pela frente e veja o que lhes fez ás reformas. Pergunte ao povo se quer um politico que os abrace , sorriso de orelha a orelha e depois lhe de cortes atrás de cortes ou se querem um politico que se manifeste pouco, mas, que os ajude bastante. promessas,beijos ,abraços sorrisos largos....está o povo farto,tudo isso não me trás mais ordenado,menos impostos
Calisto há tanta notícia para comentar:
1) Albuquerque apresenta 200 subscrições (mais do dobro do que é necessário) e é oficialmente candidato
2) Albuquerque junta dois médicos para palestra sobre Saúde
3) Albuquerque afina o discurso pelo CDS e diz querer novo hospital
4) Miguel Sousa é alvo de comentários hostis na sua própria página de Facebook
5) Miguel Sousa visado nos bonecos do Meio-Chefe
6) Jaime Ramos ameaça impugnar eleições internas
7) 7 é o Cristiano Ronaldo. Desculpem os artilheiros delfins!
8) O Autonomia 21 é alvo de críticas do Meio-Chefe e este grupinho é recebido na Assembleia e pelo PSD do continente
9) Cunha e Silva reúne os médicos todos para debater a saúde
10) Manuel António recebe o apoio do Virgílio Pereira;
11) As cartas de leitor ambientais
12) Sergio Marques tem a sua agenda pautada pelas notícias do DN. Comenta tudo no dia seguinte. Se ao menos tivesse uma boa ideia
13) Os militantes que jogam em mais do que um ou dois tabuleiros
14) As forças vivas do passado querem recandidatura do Meio-Chefe (entrevista do presidente da assembleia)
Você é apoiante do Albuquerque mas recomendo-lhe que fale só dele e não dos outros porque senão tem que dar uns cheirinhos para ver se passa o nervosos miudinho.. a única candidatura que vem a perder militantes para as outras é a do MIGUEL Albuquerque que está mais fraco do que nunca!
Dr. Miguel Albuquerque é o único oficialmente candidato, com o apoio de 200 subscrições e é que vai na frente da sondagem do DN. Albuquerque para presidente. Precisamos de um homem de visão como este que criou as hortas urbanas, o Funchal jazz, promoveu tanto a nossa cultura e é um homem das artes e da sabedoria
Anónimo das 12:20-Miguel Albuquerque promoveu a Cultura lolol o teatro nos últimos 25 anos foi a maior vergonha de sempre. Mas bem ele pode ter êxito em muita coisa menos nas favelas da ajuda e na cultura. Ele foi o que desgraçou a cultura no Funchal. o único bom exemplo foi o Funchal Jazz na área cultural porque era feito por gente de fora.
E também é bom a promover umas porradinhas no Chão da Lagoa. Viva aos pugilistas de Albuquerque
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