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sábado, 4 de fevereiro de 2017

O Santo



A Reposição da Justiça
  
De acordo com os Antigos, o conflito inicia-se quando a Defesa faz o primeiro engajamento, i.e., tenta contrariar as aspirações do Atacante.
Isto significa que a Defesa tem que mobilizar meios, gastar os preciosos tempo e dinheiro. Um exemplo público desta situação foi quando um titular de um cargo político disse algo do género: “queres lutar pelo património arquitetónico regional? Então contrata um advogado!”
Tal como um dos filmes da série “O Padrinho”, é inimigo aquele que defende a inexistência de conflito, aquele que alega “O bonito é ser humilde… saber subir sem derrubar ninguém” ou “o tipo vai cair sozinho…”, aquele que defende a “paz” acima de todas as outras virtudes[i]. A este assunto voltarei mais tarde.
As questões que aconselho que se devem pôr antes de entrar num conflito são:
1.       O Senciente está disponível para tomar a responsabilidade de uma decisão.
2.       O que é que está em jogo no conflito? Quais são os fatores decisivos para o resultado do conflito?
3.       Qual o histórico desta situação? Porque é que este conflito emerge? O conflito é inevitável? “As batalhas do futuro preparam-se hoje
4.       Quanto tempo tem o Senciente disponível para dedicar ao Conflito, sabendo que continuará a ter a maior parte das suas tarefas rotineiras para executar? Quais as tarefas que irá desprezar? Que tempo de análise irá diminuir?
5.       O que é que interessa (valores, etc..) ao Senciente neste conflito? O que é que o Senciente prometeu sobre este assunto? O que acontecerá se nada for feito? Quais são os possíveis resultados do conflito? O conflito é benéfico ao Senciente?
6.       Quem são os contendores? Quais os Aliados que cada um tem? Quem são os Juízes[ii]? Quem são os espetadores?
7.       Qual a razão de forças entre os contendores?
8.       O resultado do conflito pode ser benéfico a curto prazo para o Senciente? E a longo prazo? E, se o Senciente vencer o Conflito, será que está numa melhor posição?
9.       O que é que o Senciente coloca em risco com o conflito? Qual o maior perigo que poderá ocorrer ao Senciente por participar no conflito?
10.   Qual é o resultado Natural do conflito? Qual é o resultado mais provável do conflito? Quais são os possíveis resultados do conflito?
11.   Se o conflito ocorrer no Futuro, quais as relações de forças que naturalmente existirão? Qual o momento ideal para iniciar os engajamentos?
12.   Quais as regras do conflito? Quais os princípios, normas, estratégias e estilos de argumentação que poderão ser utilizados no conflito?
13.   E se este conflito fosse sobre outra pessoa, o que é que o Senciente iria aconselhar?
14.   Quais são os prós e contras de diferentes riscos, normas, solidariedades, restrições e compromissos rivais? O que é que isso significa para os princípios, normas, estratégias e estilo de argumentação a utilizar no conflito? O que é que isso significa em termos de resultado Natural e Mais provável do Conflito?
15.   O decisor está disponível para tomar uma decisão?
16.   O decisor está disposto a ter responsabilidade pela decisão: aceitando as consequências da sua decisão, incluindo os prós e contras, os custos da oportunidade, e aceitar as consequências negativas previsíveis como o preço a pagar pelos valores e/ou oportunidades a que o decisor adere.
Após responder estas questões poderá escolher se vai lutar pelos seus direitos…


Eu, O Santo



[i] È muito fácil aconselhar os outros a sofrer.
[ii] Indivíduos que decidem a vitória no conflito, como por exemplo, juízes, árbitros, funcionários públicos, chefes,… nalguns casos público em geral.

1 comentário:

amsf disse...

Convinha unificar a terminologia pois "juizes" e "decisores" terão o mesmo significado e a nota de rodapé só remete para "juizes".