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quinta-feira, 28 de junho de 2018

Comunicado da Presidência



RUP expressam em Bruxelas 
reivindicações para o pós-2020


O secretário regional dos Equipamentos e Infraestruturas, Amilcar Gonçalves, em representação do presidente do Governo Regional da Madeira, participou em Bruxelas, ontem e hoje, num conjunto de reuniões organizadas no âmbito da Conferência de Presidentes das Regiões Ultraperiféricas (CP RUP), que este ano é presidida por Canárias.


No encontro com o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, os presidentes das diferentes Regiões Ultraperiféricas reivindicaram os interesses específicos destas Regiões, sendo que esta foi a primeira reação política às propostas da Comissão Europeia para o Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027, bem como aos projetos de regulamentos setoriais das diferentes políticas europeias.

No que se refere à Política de Coesão, a Conferência de Presidentes das RUP defendeu que, quanto à vertente de crescimento e desenvolvimento regional, esta deve manter o orçamento do período anterior, o que permitiria continuar a principal política de investimento e de criação de emprego nestas Regiões.

Na sua intervenção, a Madeira reforçou a ideia de que «as Regiões Ultraperiféricas (RUP) constituem uma realidade regional europeia única, de facto e de direito». Amilcar Gonçalves sublinhou que, «apesar dos constrangimentos estruturais permanentes, as nossas regiões dispõem também de múltiplos trunfos e conferem um valor acrescentado inegável à União Europeia em numerosos domínios».

«Efetivamente, as RUP dão à Europa uma dimensão oceânica e internacional forte num momento em que a União pretende afirmar-se no mundo. Por outro lado, as RUP contribuem para a consolidação e promoção dos valores europeus e do papel da União nas suas fronteiras externas», acrescentou.

O secretário regional dos Equipamentos e Infraestruturas apelou para que «o Parlamento Europeu mantenha o empenho político que sempre demonstrou na defesa da ultraperiferia». Destacou igualmente que «o Governo Regional da Madeira sempre rejeitou e rejeitará qualquer visão redutora da Política de Coesão, defendendo que os recursos afetos àquela política no próximo QFP devem, no mínimo, ser mantidos aos níveis do atual período».

Acresce a esta situação o facto de, ao nível das taxas de cofinanciamento, ser também proposto um aumento da comparticipação nacional, com o qual não concorda.

A Conferência manifestou-se especialmente contra o corte anunciado no Fundo de Coesão, muito superior ao dos outros fundos, o que pode comprometer o cumprimento dos objetivos propostos.

Embora se tenha congratulado com a manutenção de uma dotação adicional FEDER para as RUP, a Conferência de Presidentes lamentou que este montante não tenha sido aumentado, pois este é o principal instrumento de resposta aos efeitos decorrentes das condicionantes estruturais e permanentes das regiões ultraperiféricas.

Os diversos representantes da Regiões Ultraperiféricas que participaram neste encontro de alto nível com o Presidente do Parlamento Europeu, defenderam ainda a manutenção da taxa de cofinanciamento tradicional para as RUP na Política de Coesão que tem sido os 85%.

Por outro lado, foi sublinhado que em relação à Política Agrícola Comum, «apesar das RUP se caraterizarem por um importante conjunto de handicaps graves e permanentes que condicionam irrefutavelmente o seu desenvolvimento, a Comissão Europeia opta por reduzir a dotação orçamental dos Programas POSEI, quando, pelo contrário, existe a necessidade de ser reforçada, de modo a que estas possam enfrentar os novos desafios que lhes são colocados».

«O Governo Regional da Madeira, conjuntamente com todas as RUP, não pode aceitar esta posição», reiterou o governante madeirense.

Neste encontro, Amilcar Gonçalves teve ainda a oportunidade de anunciar que, «conscientes do contexto no qual vão decorrer estas negociações do quadro financeiro plurianual pós-2020, o Governo Regional da Madeira apela para uma aplicação efetiva e plena do artigo 349.º do Tratado de Funcionamento da União Europeia, de modo a permitir que as RUP alcancem uma verdadeira igualdade de oportunidades no seio da EU».

«Reiteramos a importância para as nossas regiões de uma política de coesão ambiciosa, para um acesso ao mercado único europeu efetivo e de uma PAC competitiva, numa economia europeia cada vez mais aberta e marcada pela existência de Acordos de Comércio Livre, que ideologicamente não rejeitamos, mas que afetarão necessariamente a nossa competitividade, atendendo à reduzida dimensão dos nossos mercados», complementou.

Para além deste encontro, realizaram-se encontros com o presidente do Comité das Regiões, Karl Lambertz e com o diretor geral da DG REGIO, Marc Lemaître, com os quais foi possível debater as perspetivas das Regiões Ultraperiféricas quanto às propostas que estão em cima da mesa e reafirmar as posições em defesa da Madeira para o período 2021-2027.

Funchal, 28 de junho de 2018


O Gabinete da Presidência do Governo Regional da Madeira


3 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem aqui Bruxelas a dar o respetivo valor a Madeira e estar atenta ao que de bom se passa na Europa e as pessoas nobres. Este Secretário (será que fez a barba)foi dar formação e explicar aquele celebre sinal de transito com + 10 e -10 assim como nos melhoramentos de um edifício se começa pela pintura dos exteriores.

Anónimo disse...

Eles lá em Bruxelas já devem conhecer o sinal, porque já existe há anos em França. Não precisam das explicações do Amilcar.
Talvez o Picareta Falante, porque fala de tudo, seja melhor para esclarecer porque é que o governo da república voltou atrás nos 30 milhões anteriormente prometidos. Tem mais interesse que o sinal, ou o prédio da pintura.

Anónimo disse...

Com essa lá se foi os 10 por cento do Jaiminho que já estava contando com essa beneses. De certeza que já andavam gaivotas aguardando pelo peixe.