CONTRA-ATAQUE

ALBUQUERQUE NÃO ESTÁ FARTO DO PPD

NEM QUER CRIAR OUTRO PARTIDO 

O candidato à liderança, ao contrário de chefe Jardim, não troca a camisola laranja.

A última de Jardim é 'de bradar aos céus'. Ele, que expulsa companheiros acusando-os de trair o PPD, afirma-se afinal farto do laranja e disposto a criar um partido diferente, para combater aquele que lidera actualmente. Miguel Albuquerque, um dos social-democratas e candidato à liderança sob mira de expulsão, obviamente não perdeu tempo.

Através do facebook, já roda um texto do ex-presidente do Funchal a criticar o chefe, sem lhe referir o nome, e que também funciona como recado ao Conselho Regional que no sábado vota sobre a antecipação ou não do congresso electivo.

Eis o texto de Albuquerque:

"Não estou cansado do PSD/M, Partido a que pertenço há muitos anos.

Nem pretendo apoiar a criação de outro Partido Político.

Desejo – como muitos militantes – um PSD/M 

reformista, inconformado face à estagnação, apto a reafirmar todos os dias um espírito de transformação positiva – como já fizemos no passado; disposto a liderar causas, mobilizar pessoas e comunidades, e a buscar com pragmatismo a solução para os problemas que a nossa Região enfrenta.

A minha candidatura é uma candidatura de renovação mas também de unidade. Comigo ninguém será excluído ou preterido em função das suas opiniões e convicções. E não prescindo dos competentes quadros que o PSD/M dispõe em todas as áreas da nossa sociedade.

Hoje é mais do que evidente.

Há um ciclo político que se fechou.

E o PSD/M, sem dramas, tem de se saber reinventar para os novos tempos, abrindo-se mais à sociedade, reforçando a sua relação natural e fluída com a sua base de apoio e com as novas gerações.

O PSD/M liderou sempre as mais importantes e profundas causas regionais.

E ainda hoje está dentro do nosso Partido a única alternativa credível para continuar a liderar os destinos da Região com uma base parlamentar maioritária.

Mas o PSD/M só manterá essa liderança se romper com o actual ciclo político que se esgotou, e apresentar rapidamente aos Madeirenses e Portosantenses uma liderança rejuvenescida, uma equipa dirigente renovada e competente, e um novo programa político capaz de apresentar novos caminhos de esperança e desenvolvimento para o nosso Povo.

O PSD/M não tem que ter medo do Povo.

Nem do juízo sereno dos seus militantes.

Nem de eleições.

Nem das causas que defende.

O PSD/M precisa de ter confiança em si próprio.

Defendemos que o momento certo para realizar o novo Congresso electivo é Junho deste ano, e não Dezembro.

Pois não é oportuno nem inteligente manter o nosso Partido por muito mais tempo sem soluções, enfraquecido e prostrado, em perda de credibilidade, condicionado porventura a uma lógica de transmissão de poderes que apenas poderá beneficiar os nossos adversários políticos.

Esperar por 2015 é prolongar a frustração das pessoas, famílias, empresas e instituições. E adiar, sem qualquer necessidade, novas soluções para a “res publica”. Se nada se fizer para alterar o “status quo” vigente o PSD/M que nas últimas eleições autárquicas sofreu uma pesada derrota, ficará ainda mais fragilizado politicamente junto da população.

O nosso Povo, no passado, sempre soube reconhecer eleitoralmente tudo o que positivo foi realizado pelo PSD/M.

Mas, na presente conjuntura, não temos dúvidas de que anseia por uma mudança de liderança e de políticas capazes de enfrentar os desafios e dificuldades do novo ciclo político.

Se a renovação se concretizar no âmbito do nosso Partido, na sequência de um Congresso livre e democrático, não temos dúvidas que o PSD/M estará em condições de catalizar, com uma nova energia, e de forma vitoriosa, a esperança e a vontade soberana do Povo Madeirense."