O PASSADO DOS DELFINS
Jardim adiou a campanha eleitoral interna do PPD-Madeira: do horizonte 'europeias', passou-a para o Chão da Lagoa. Mas, quanto a ele, continua de megafone em punho, a fazer a sua. Como sempre, usando carro do governo e cerimónias oficiais.
Cunha e Silva foi ontem à Hyundai ouvir o chefe 'rasgar' Miguel de Sousa. Quem vê as barbas do vizinhou a arder... |
Mas que bem feito para os Delfins que ironizavam perante as queixas incessantes e dilacerantes da oposição quando chefe Jardim usava da máquina governamental para fazer campanha eleitoral! Ouvimos a muitos deles: Não há democracia na Madeira? Mas então não tem havido eleições de 4 em 4 anos? O povo não tem votado sucessivamente no PPD?
Pois aí está: 'cá se fazem, cá se pagam'. Os Delfins, aqueles que se atreveram a dizer que afinal são capazes de desempenhar as delicadíssimas funções do chefe, andam num 'vale de lágrimas' queixando-se da falta de democracia no processo das eleições internas.
Ainda esta quinta-feira - depois de, vezes sem conta, ter atacado impiedosamente Miguel Albuquerque e depois Sérgio Marques em actos oficiais -, assistimos ao espectáculo tradicional representado pelo 'Meio Chefe'.
Miguel de Sousa, que na parte da manhã deu a conhecer o projecto que se propõe aplicar na Região se ganhar o PPD, apanhou pela medida grande num acto oficial do chefe.
Jardim chegou no Mercedes oficial à Hyundai Madeira Motores, na Cancela, onde se inaugurava um novo stand de vendas. E foi na qualidade de presidente do governo que usou da palavra. Para fazer o quê? Para fazer a sua campanha eleitoral. Isso, numa cerimónia oficial.
Uma prática idêntica à da época da corrida com Albuquerque, em 2012 - repetimos.
Ontem, foi 'rasgar' sem piedade. Miguel de Sousa é um "aprendiz de feiticeiro", carregou Jardim. "Uma cópia de má qualidade" que anda a prometer uma "poção milagrosa" para os problemas da Madeira. Um ambicioso - e, "quanto maior a ambição, maior a asneira", atacou o chefe.
Com uma subtil ameaça pelo meio, direitinha a Miguel de Sousa: "Julgam que nos esquecemos do seu passado político". Passado dele, Miguel.
Raios, Jardim guarda certamente umas boas para punir Miguel. Passado? Olá! Mas também nos faz espécie... Miguel de Sousa organizou a JSD-M, nos primórdios do partido. Entrou para director regional do governo ainda com pouca barba para rapar. Jardim catapultou-o a secretário regional em 1980. Anos depois, responsabilizou-o com o cargo de vice do governo. Em 1989, levantava o congresso laranja no Casino apontando Miguel de Sousa como futuro líder. Pouco depois, colaborava no afastamento do vice, pressionado por Jaime Ramos. Porém, nunca o deixou cair verdadeiramente. Deu-lhe, sim, um lugar de vice-presidente no órgão máximo da Autonomia, o Parlamento. Com outras funções e missões políticas pelo meio. Hoje mesmo, além de vice-presidente da ALM, Miguel de Sousa integra o órgão político da directa confiança do chefe, a Comissão Política Regional.
Pergunta-se: que passado de Miguel de Sousa terá levado Jardim a manter o seu antigo pupilo sempre em lugares de destaque, até hoje? É que, sem dúvida, Jardim é o grande responsável pelo passado político de Miguel de Sousa. E dos outros delfins, obviamente.
Então, em que ficamos? Quando é que Jardim sai com esses passados? Se ele diz que não se esqueceu, é porque os conhece bem. Conhecendo-os bem, aprovou-os em cada momento, promovendo os protagonistas pelos anos fora.
O homem não pára de fazer a sua campanha, é o que é. Ele percebeu que precisa de estar pronto quando for necessário 'unir o partido'. Vejam só: Miguel Albuquerque é Blandy. Sérgio, politicamente correcto. Manuel António é para 2019. Cunha e Silva, um indeciso. Miguel de Sousa, o que acabámos de ouvir ontem. Nenhum presta.
Já o sexto candidato, o tal candidato mistério... Pois, voilà.
Voltando à vaca fria, que bem feita para os Delfins, que escarneciam quando a Oposição se queixava de défice democrático.
5 comentários:
Caro Luís Calisto
Isto de delfins sempre teve muito que se lhe diga. Mas ontem surgiu um facto novo: é que passou a haver duas classes de delfins, os que foram convidados para ministro de Santana Lopes e os outros.
Com isto não contava Jardim.
Nem Jardim foi alguma vez convidado para Ministro. Um elogio de Jardim a MSousa era a pior coisa que ele podia ouvir. O UI sonhou com a Singapura do Atlântico em 30 anos e não conseguiu. È um falhado político porque nunca soube negociar. Sempre ofendeu aqueles que o poderiam ajudar em Lisboa. E agora rebenta com o partido. O adversário de Jardim . já não é a oposição, mas os seus companheiros de partido.
Conhecendo um pouco do feitio de Miguel de Sousa, Jardim não perde pela resposta aos insultos de "aprendiz de feiticeiro" e de "cópia de má qualidade".
"Arrenca" Miguel!
Fiquemos a aguardar!
O UI nunca explicou o que era a Singapura do Atlântico, nem demonstrou como lá chegar. Miguel Sousa não falou em Singapura do Atlântico que tem mais de 6 milhões de habitantes, Miguel falou de Malta , Chipre, Luxemburgo, praças mais semelhantes à Madeira, e mostrou com números como subir as receitas. O UI é um invejoso, e não solidário com colegas de partido. Em vez de incentivar, destrói.
calisto quem foram as pessoas que votaram a favor do Albuqeurque?
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