Feiras

À medida que a Nova Broquilhândia apalpa os cantos ao palácio, até as vacas da velha Tabanca vão azulando!!!

A AGRICULTURA 

E A ÁRVORE DAS PATACAS

Ontem, fui à Feira do Gado, no Porto Moniz, com especial expectativa. Convencido que  muito tinha mudado, já que me tinham contado que tinham gastado perto de 100.000 euros em novos espaços para as empresas. Realmente, uma das “ruas” estava com barracas novas, mas eram de madeira e dificilmente podem valer esse valor. De resto tudo se mantém como nos anos anteriores: um arraial decrépito e terceiro-mundista, onde as bebidas e a comida continuam e ser vendidas em condições tudo menos higiénicas.
Os animais, coitados, quase já nem fazem parte da festa, pois cada vez são menos. Tanta coisa pelo regresso, em grande, da pecuária e no fim apenas meia dúzia de vacas, pintos e patos. Pouco mais. Tão deprimido está o sector que as empresas de rações agora vendem, na Feira, rações para animais domésticos. Quem deve andar feliz é o PAN.
Mas, ainda sobre as obras na Agricultura, resolvi, de regresso a casa, fazer um pequeno desvio em São Vicente e ver, por fora, claro, as obras que “decorrem” na futura escola agrária. Já que a mesma fonte me tinha informado que aí se tinham gasto perto de 200.000€ para a remodelação do espaço. Mas, passando de carro, nada, nada se vê, pelo mesmo de fora que possa valer o investimento de tais verbas. Mais uma vez estranho que a poucos meses da grande abertura da Escola que irá dar cursos de podas e enxertias, ainda nada se veja e já o dinheiro foi gasto…
Ainda sobre o tema, continuo sem entender porque se faz mais uma escola, quando outras estão a fechar e quando o próprio governo criou ainda há pouco um instituto de Qualificação, para formar os adultos e dar cursos técnicos. Não faria mais sentido, serem as escolas em funcionamento e com uma miséria de alunos, a ensinar estas matérias ou o novo instituto, mesmo que tivessem o apoio da agricultura. Será mesmo que é necessário gastar tanto dinheiro para servir os amigos???
Isto para não falar dos 2 milhões de euros que vão ser gastos na nova sidraria. Sim, dois milhões de euros a serem gastos num novo projecto megalómano, para encher o ego de um padre e uma técnica da agricultura. Pois não há outra explicação, que não seja o ego. Não deverá ser a pressão do sector privado, pois a não ser no Santo da Serra que algumas tascas fazem sidra para venda no local, a tradição de sidra é… nula. Não há empresa nem empresários interessados a fazerem pressão para a construção do espaço. Ou será que vivemos na Galiza? Até a recém-criada Associação de Produtores de Sidra não tem produtores, pelas imagens que se viram nos jornais há poucas semanas, apenas homens do governo, começando pelo ex-director regional de Agricultura, nomeado presidente dessa associação, que deve andar farto de estar na prateleira e começa a desejar protagonismo. Mas de produtor de sidra nada tem e do produto questiono o que sabe…
Será que a agricultura nunca aprende com os erros públicos e privados, e continuará para sempre a cometer os mesmos erros? Para que serviram os milhões gastos na fábrica das moscas, na santagro, nos muitos mercados abastecedores que estão totalmente decrépitos e já não servem mais que um ou dois agricultores casa um? Para quê gastar todo esse dinheiro? Para uma paróquia fazer sidra? Será que na agricultura ninguém sabe fazer contas, qual a viabilidade de tal investimento?
Continua a ser triste, com tantos problemas que a agricultura tem! Nada mais que obra… O AJJ já se foi, mas o espírito do jardinismo perdura no sector e pelos vistos conseguem arranjar dinheiro para as obras... deles.
A.M.