COMENTÁRIOS 'CONSTRANGEDORES'
PARA NÃO DIZER CONFRANGEDORES
Ontem, domingo, dia dedicado ao repouso, ao lazer, aos amigos, à futebolada e à família, acordei com um sorriso tranquilo que durou pouco. Vou ao e-mail para descarregar a consciência, não fosse estar ali mensagem ou comentário de algum Leitor do 'Fénix' ou de um dos laboriosos Kapas, para mostrar serviço... e não é que de repente há um e-mail que me faz saltar do chão, mais pela hora a que foi remetido do que propriamente pelo conteúdo?!
Vejam os Leitores este comentário a uma peça (folhetim, diz o comentador) que fiz com diversas fotografias a mostrar o calvário que é subir do calhau da Praia Formosa até ao parque de estacionamento que D. Câmara disponibiliza agora aos veraneantes, acima da ponte na Estrada Monumental:
Anónimo disse...
Artigo saloio escrito por quem muito poucas vezes deve ter passado do aeroporto.
A necessidade de dizer mal por parte do autor deste folhetim é tão grande, que chega a ser constrangedor.
Tente saber quanto foi a verba mensal que a dona desse parque vedado pediu para que fosse disponibilizado.
A necessidade de dizer mal por parte do autor deste folhetim é tão grande, que chega a ser constrangedor.
Tente saber quanto foi a verba mensal que a dona desse parque vedado pediu para que fosse disponibilizado.
Raios! - dei o tal salto - Será que ando a tirar o sono aos adjuntos do Cafôfo?
Vi-me no papel de saloio a falar do que não percebo, e mais ainda quando deduzi que aquilo não é mensagem de madeirense. O madeirense não diz que fulano nunca passou do aeroporto, mas sim "o gajo nunca passou das Desertas pra lá".
Por acaso, Amigos Leitores que não me estão a perguntar a idade, já passei das Desertas pra lá. Se calhar, além do Lido, Barreirinha, antiga Ponta Gorda e Praia Formosa, às tantas já fui mais vezes ao Tamariz, Costa, Lourinhã, Ericeira, Ilha de Tavira e areal portimonense do que o presumível forasteiro do e-mail. Simples: tive de viver alguns períodos mais ou menos prolongados no Rectângulo, não a fazer turismo, mas por obrigação, pelos deveres de cidadania que a vida nos vai exigindo. Adoro o Continente e suas gentes, já agora.
E depois, voltando à mensagem madrugadora, apanho pelo focinho pra cá com aquela de ser autor de folhetim com uma necessidade de dizer mal tão grande "que chega a ser constrangedor" (sic). Se tenho esse defeito, é confrangedor, realmente.
E eu a pensar que até tinha elogiado D. Câmara, pela preocupação que mostrou ao tentar resolver o problema do parqueamento dos carros a quem vai à Praia Formosa, reconhecendo eu que não havia outra solução de momento, fazendo notar apenas que aquela subida é que estraga tudo e que os banhistas não iriam aderir!
Recomenda o comentador que eu vá tentar saber quanto pediu a dona do parque actualmente vedado para o arrendar ao mês. Coisa que já fiz e publiquei há tempos, dizendo que foi exigida uma verba astronómica, proibitiva, mesmo para não ser aceite. Aconteceu, de facto.
Mas, vejo o comentário, e penso: porra, tenho de lá ir outra vez apreciar a situação. Às tantas, o parque está cheio de carros e eu aqui a dar imagens distorcidas que podem ser vistas como uma "constrangedora (sic) necessidade de dizer mal".
Nem é tarde nem é cedo - resolveu este vosso amigo. Pego em mim e lá vou a correr ao local do assunto. Passo à porta do novo parque às 9.30 - de domingo, repito. O portão estava assim:
Penso cá para mim: a malta vem de uma noite de sábado, todos têm o direito à diversão para esquecer a crise, e devem estar a abrir a coisa.
Andei lá por baixo um par de horas e depois decido voltar à base.
O movimento no caminho que vai até ao parque vedado era isto:
Mais acima, respirava-se paz no parque provisório que D. Câmara nos deparou com tanto carinho.
Estas fotos foram obtidas em plena hora de praia. Garanto que não sou mágico, não sei fazer desaparecer automóveis. Nem sequer no computador.
Arrisco-me a levar novo rótulo de mal-dizente. Espero por isso que o saloio forasteiro não leia isto durante a próxima insónia.
