K'Eléctrico carrega a leste

Curiosa forma de estar 

dos deputados do JPP 

Curiosa forma de estar dos deputados do JPP, quando emitem comunicados denunciando uma enorme dívida de 500 mil€ da ASSICOM ao Madeira Tecnopolo onde o total de créditos será superior de 1 Milhão de euros. Preocupando-se com os seus 15 funcionários que estão em perigo de perder os seus postos de trabalho. A curiosidade não advém da luta por postos de trabalho, isso devia ser luta de todas as bancadas parlamentares.

O curioso é o fato de uma outra empresa, também pública com mais de 900 funcionários ter muitos credores e ainda muitos mais milhões por receber e os deputados do JPP nada se opor ou fazer menção.

Na última quinzena de junho de 2016 o Tribunal de Contas emitiu o relatório da “Auditoria à Empresa de Eletricidade da Madeira, S.A. no âmbito da gestão de créditos sobre terceiros”, apurando significativos dolos ao erário público, a Empresa de Electricidade da Madeira é detida 100% pelo Governo Regional da Madeira.

Nesta auditoria são arrolados os anteriores governantes ex-Secretário Ventura Garcês relativamente a encargos com a iluminação pública municipal e com o fornecimento de energia da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural e o ex-Secretário Manuel António Correia no respeitante aos encargos da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural.

O relatório dá conta de outras observações interessantes, por exemplo de acordo com o Relatório e Contas da EEM, a dívida de Clientes atingia, em 31 de dezembro de 2013, o montante aproximado de 148,3 milhões de euros, repartida por Entidades Oficiais com e sem Protocolo (103,7 milhões de euros) e Clientes Particulares (44,6 milhões de euros) e no triénio 2011/2013, a dívida das Entidades Particulares à EEM de 35,8 milhões de euros para 44,6 milhões de euros, onde se destacam as empresas Jorge de Sá, S.A., cuja dívida passou dos 0,4 milhões de euros, em 2011, para os 2,4 milhões, em 2013, e VIALITORAL, S.A. e VIAEXPRESSO,S.A., com um aumento de dívida de 3,5 milhões de euros.

Por fim o Sr. Presidente do conselho de administração, dr. Rui Rebelo, explica que em 31 de dezembro de 2015, reduziu 26,3 milhões face a 2013 as dívidas globais de clientes permanecendo mesmo assim um total de 122 milhões de euros!

Curiosa forma de estar dos deputados do JPP terem a oportunidade de interpelar o Sr. Secretário da Economia, Turismo e Cultura que teve debate na ALM e também na apreciação do projeto de resolução, da autoria do PS, intitulado "Recomenda ao Governo Regional que destine o equivalente ao montante recebido a título de compensação relativo aos direitos de passagem para a redução das taxas na fatura da eletricidade aos desempregados há mais de seis meses e implemente um plano de regularização de dívidas das famílias mais carenciadas, com isenção de juros de mora”.

Curiosa forma de estar dos deputados do JPP sabendo que a dívida dos Municípios da Região Autónoma à EEM é enorme, certamente provocando elevados celeumas aos autarcas e na sua gestão municipal.

Curiosa forma de estar dos deputados do JPP que sabem que um destes autarcas foi o anterior Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da EEM (STEEM) que teve mandato no decorrer dos anos auditados pelo TC. O Sr. Presidente Filipe Sousa, Câmara Municipal de Santa Cruz, poderia esclarecer os seus colegas de partido sobre como foi gerida a EEM e o seu próprio Sindicato nos seus mandatos.

Curiosa forma de estar dos deputados do JPP e também da atual direção do STEEM e da Comissão de Trabalhadores da EEM que nem uma palavra professaram no sentido de obter esclarecimentos da tutela da empresa e sair em defesa dos seus cerca de 750 associados.

Resta dar os parabéns ao Sinergia – Sindicato da Energia, sendo o única a demonstrar e a afastar os seus funcionários destas situações na EEM que não se coadunam com a boa gestão empresarial e considerando sem paralelo no sector. Não ignora que este tipo de situações prejudicam a imagem da empresa, e consequência com implicações aos seus trabalhadores. A EEM deve fornecer Energia, tendo resultados positivos, ao menor custo possível para os seus consumidores, potenciando a excelência no serviço prestado, com o maior respeito a todos os trabalhadores da EEM que fazem a empresa funcionar. Não é pelos trabalhadores que a EEM não apresenta melhores resultados.

Infelizmente, é por não se aplicar a sua verdadeira missão de serviço, como não existir uma visão estratégica da sua administração para a constituir como empresa de excelência operacional no tecido económico regional servindo de empresa-exemplo.

Curiosa forma de estar nesta nossa Madeira!

Agente K’Elétrico