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sábado, 23 de março de 2019


O JM trouxe hoje a notícia da segunda suspensão oficial em dois dias na Madeira. E ainda aqui vamos, porque a semana negra regional terá continuidade. O Professor André Escórcio comenta o assunto no seu blogue 'Educação Pensamento Autonomia" e é esse texto que, com a devida autorização, publicamos aqui.



SEIS MESES DE SUSPENSÃO. 

O QUE O CIÚME PROVOCA!



André Escórcio

É incontornável o que de bom fizeram o Dr. Joaquim José de Sousa e os seus colegas da Escola do Curral das Freiras. São públicos os prémios conquistados e todo o reconhecimento ao nível nacional, pelo facto da escola ter passado de uma das piores do país, uma daquelas do final do "ranking", para uma das melhores nos exames nacionais. Já muito escrevi sobre este assunto e não quero regressar aos pormenores. Não resisto, porém, em transcrever uma parte de um texto que publiquei em Setembro de 2018: "(...) Há indícios de uma trama que não dignifica quem nela participa(ou). Dava para um episódio de uma novela de enredo empolgante. Há ciúme, traição, jogo duplo, perseguição, intriga, assassinato de carácter, difamação pública, linchamento profissional, medo, eu sei lá, um bom argumentista e um realizador, estou certo, tinham elementos para contar uma história subordinada ao título: "como matar, não matando".
O secretário da Educação levou a sua avante. Definiu um alvo, perseguiu e suspendeu o citado professor durante seis meses. Até às próximas eleições, melhor dizendo. É público e notório que o secretário nunca gostou que aquele estabelecimento de aprendizagem fosse diferente e que, tendencialmente, saísse da rotineira normalidade. E vai daí, por ninharias burocráticas, mandou o Professor "canas adentro". O percurso da escola, os resultados, o reconhecimento e os prémios de nada serviram. Tampouco o facto deste professor, nos últimos dez anos, ter recebido três louvores e três excelentes. A lógica parece ser esta: ou os docentes se subjugam ao "patrão", concedendo-lhe visibilidade pública ou o elástico tende a rebentar pelo lado "mais fraco". 
Ora bem, o que poderia e deveria ser motivo de reconhecimento do governo pelo trabalho realizado em uma das freguesias mais carenciadas da Região, não, deu lugar à perseguição; o que deveria ser resolvido pelo diálogo, as tais questões administrativas, não, a opção foi pela sansão. Que triste figura política está a fazer o secretário da Educação! Uma imagem de quero, posso e mando no quadro do que, inexplicavelmente, o ciúme provoca. Deveria estar agradecido, mas não, ficou enfurecido. Deveria exaltar os resultados da escola no seu todo, incentivando, mas não, preferiu acabar com sua autonomia fundindo-a com a escola de S. António/Funchal.
Do ponto de vista meramente político este secretário não tem ponta por onde se lhe pegue. Conheci muitos ao longo de 40 anos, mas este, politicamente, classifico-o como o pior de todos na administração da Educação. E sendo assim, reforço a minha posição, repito, de natureza política: este secretário não tem as mínimas condições para exercer tão importante cargo. 
Não apenas por este caso, mas pelo que de nada trouxe para um sistema portador de futuro. 
É a expressão máxima de um erro de "casting". 

Segundo informação que me chegou, foram ignorados documentos, o depoimento de alguns testemunhos (presidente da comunidade educativa, do pedagógico, vice-presidente e chefe de serviços administrativos e de outras figuras), o regimento interno que serviu para acusar mas não para responsabilizar a vice-presidente (testemunha chave da acusação - que também era presidente do conselho administrativo - que figura tão arrepiante!), correspondência nunca recebida mas que foi usada, até um aluno matriculado em escola privada do Continente, em aulas desde 11 de Setembro 2017, cujo encarregado de educação pediu anulação de matrícula em 10 de Novembro, tendo sido anulada por o aluno, comprovadamente, estar noutra escola, a acusação condena por permitir o abandono escolar...!
No essencial, aquilo que para mim é gravíssimo, o diálogo que seria tão importante e fundamental foi ignorado. Preferiu o secretário aplicar seis meses de suspensão, presumo, sem direito ao salário, a um professor casado e com duas crianças em casa. Que maldade! Diz a sabedoria popular: "não há bem que sempre dure nem mal que perdure" e "cá se fazem, cá se pagam". A vida dá muitas voltas e eu que entendo que a vingança é das piores armas do ser humano e que a nada conduz, oxalá que a Justiça acabe por repor a dignidade do Professor em causa, com a respectiva condenação de quem agora, levianamente, condena SEM DIREITO A RECURSO. Resta o Tribunal Administrativo, mas aí, pode levar alguns anos a estudar e decidir. Espero que não. Se fosse comigo pediria uma indemnização muito, muito alta.
E a classe dos professores, nada tem a dizer a isto? E os restantes directores de escola? Ainda existe classe? Dos seis mil e quinhentos professores no activo, todos passarão ao lado? E da parte dos Deputados na ALRAM? Estou revoltado.

12 comentários:

Eu, O Santo disse...

Completamente de acordo. Onde andam os Sindicatos dos Professores?

Anónimo disse...

Porque razão não há controlo biometrico no hospital como há no resto dos serviços públicos? A culpa talvez seja do Macedo

Anónimo disse...

O controlo do Macedo é no Facebook. Nem se percebe como tem tempo para trabalhar.

Anónimo disse...

Conhecesse o Professor André Escórcio este Ser Joaquim e a prepotência do dito cujo e se calhar ficava calado no seu canto... Mas deixa-se levar por aparências e vitimização. A suspensão é nada. Merecia ser explulso da Educação e,de preferência, da Madeira..

Eu, O Santo disse...

Há dias os comentários eram todos críticos ao Rafael Macedo. Hoje, já começam a aparecer comentários do mesmo tipo a Joaquim. Não conheço nem um nem outro.
Imaginando que são más pessoas, penso que o que interessa para Bem Comum são as situações que denunciaram e viveram.

Anónimo disse...

Câncio,
Depois do Joaquim e do Rafael, faltas tu a denunciar publicamente as malvadezas feitas.
Não no MP que não tem pachorra para te aturar, mas no DN e na TVI. Poderiam até criar uma comissão parlamentar sobre ti.
Assim ficariam completos os três estarolas, supervisionados pelo alienado do Coelho.

Anónimo disse...

20:38
"Merecia ser explulso da Educação e,de preferência, da Madeira."

Dois comentários a esta pérola:

1- "Explulso"? Foi a pressa ou alguma falha na aprendizagem de português no seu percurso escolar? Parece que a escola do Curral era uma referência nos rankings de educação, ainda vai a tempo de colmatar essa falha.

2- Ordem de expulsão? Quem não alinha pela política deste governo, não serve os interesses da autonomia, logo deverá ser exilado? E quem decide?

Anónimo, deixe-se de tretas e subserviências ao SRE.

Anónimo disse...

O Prof. André Escórcio tem toda a razão no que escreveu, mas também tenho a certeza que conhecendo a realidade da sociedade madeirense e dos nossos governantes, sabe muito bem que os incompetentes e os medíocres, a pirmeira coisa que fazem é derrubar quem tem valor e é competente na matéria! É por esta razão que continuamos na cauda da europa em termos de educação e não só! E vamos continuar na cepa torta enquanto não tivermos gente competente, que trave os incompetentes e medíocres na função pública!

Anónimo disse...

As pessoas não sabem meia missa do que se passava nessa escola do Curral das Freiras com esse senhor, e só dizem asneiradas.
Acham verdadeiramente nos dias de hoje, em que tudo é escrutinado e onde tudo é informatizado, que alguém afastaria um director de uma escola só por querer?
Antes de falarem, pensem.
Acham (com tantas Leis de protecção ao trabalhador), que alguém é afastado assim sem mais nem menos? E porque é que ele não reage, não leva a SRE para Tribunal?
Que se saiba ainda se vive num estado de direito. E o sindicato, porque não o defende?
Pensem, não há fumo sem fogo.
Não conhecem nem sabem o que realmente se passou, e claro, como estamos em altura de campanha política, tudo serve para atacar tudo.
A política é suja, e quem escreve e normalmente comenta a favor ou contra, tem uma "costela política", tem um interesse político e dividendos a ganhar.
Eu não sou político NEM TENHO NENHUM DIVIDENDO A GANHAR, mas como estou por dentro do assunto em questão, digo-vos que sei muito bem o que esse professor fez, e mais não digo.

Anónimo disse...

Anónimo das 23:32.
Leia as publicaçoes de "Eu, O Santo" e depois diga que vivemos num Estado de Direito.

Anónimo disse...

Ó das 06.42,

Só faltava que as opiniões de O Santo fossem o aval sobre o Estado de Direito.
Coitado do Estado. Em que pé não estaria.

Anónimo disse...

Mais um mártir criado pela inabilidade do governo. Com todo o mérito que este professor tem, quem o conhece sabe que é um verdadeiro malabarista. Um exemplo era o de inscrever nas primeira chamadas do exames nacionais apenas os bons alunos. E porquê? Porque apenas os das primeiras chamadas contam para o ranking das escolas, os alunos mais fraquinhos não entravam para estas contas!