COMÍCIO À HORA DA 'LAMBECA'

PARA JUNTAR UMAS PESSOAS

Onde param aqueles barões de antanho que se acotovelavam no palco laranja para mostrar 

importância?

Nuno Baptista, candidato derrotado em Setembro de 2013, ficou a guardar a porta do BES.

"Coitado de quem é velho", costumava gracejar chefe Jardim ao ajeitar os óculos na ponta do nariz para ler ao povo as características de mais uma obra, nas presidências abertas. 

Mais a sério, os tempos correram mesmo, a idade pesa e chefe laranja não tem nada para dar, porque a Europa e Lisboa fecharam a torneira há muito. Resta-lhe interiorizar que não consegue mais um 20 de Fevereiro ou coisa do género para lhe prolongar o poder mais uns tempos.

Os companheiros - digamos assim - também perceberam isso. Daí o deserto naquele palco ontem, diante da Câmara do Porto Santo, para ouvir patrão comiciar pela vez derradeira na pequena ilha. Muito poucos membros da comissão política se mostraram, Guilherme Silva sim, obviamente, Francisco Gomes, o presidente da junta local e Roberto Silva. Seria este a intervir antes do chefe, embora o nosso K-Invisível nos garanta que Jardim tudo fez para que fosse Jocelino Velosa em vez de Roberto.

Mesmo à frente do palco, ninguém. A certa distância, o Delfim Cunha e Silva, que preferiu não aparecer naquela companhia. Também Tranquada Gomes, Jorge de Freitas e José Prada, mais distantes do palco (José Prada nunca foi de subir lá, reconheça-se).

Nuno Baptista, candidato derrotado em Setembro de 2013, deixou-se ficar discretamente recostado à porta do BES. Não há dúvida de que a onda é de falências e insolvências.

Chefe, para garantir algum quorum ao comício, decidiu esperar que regressassem alguns romeiros do arraial no Espírito Santo e que o árbitro do Académica-Sporting mandasse "toda a gente para os balneários", como dizem os relatores. Ainda assim, foi o pessoal que àquela hora da noite não dispensa a sua 'lambeca' a dar algum colorido ao ambiente.

Esses acederam quando Roberto Silva pediu uma salva de palmas para o chefe da Tabanca, dado ser a despedida dele como orador partidário na ilha.

Quanto à intervenção de fundo, não ocupamos espaço com ela, por ser comummente conhecida de cor e salteado. Isso: revisão constitucional, atenção em quem votar futuramente para não acontecer o mesmo do que no Porto Santo e o 'mais do mesmo' costumeiro.

Num partido normal, este comício serviria para o líder cessante juntar os 5 ou 6 candidatos à sua sucessão e apelar para o apoio dos madeirenses em ordem à continuidade da hegemonia laranja, ganhasse quem ganhasse a Rua dos Netos. Muito bem, a campanha continua com cada qual a mostrar o seu projecto, mas quando toca a unir, é todos por um e um por todos.

Mas não. O chefe espantou quase todos os candidatos e aparece isolado quando há palco, sem as novas vedetas a seu lado. 

Sair de cena como alma penada também é opção. "Coitado de quem é velho".