CRÓNICA
JUVENAL XAVIER
OUVIR AS PALAVRAS
É a falar que a gente se entende? Será mesmo assim mesmo? Ou será que é a falar que a gente se desentende, numa gritaria que alarma quem passa, porque se diz nos olhos o que não se quer ouvir na cara? Mas, se como dizem, é a ouvir que a gente se compreende, ouvimos por ouvir ou, então, fazemos de conta com paninhos quentes?
Luigi Pirandello (Nobel da Literatura em 1934 e que se descrevia como um fascista porque sou italiano) pergunta: “tem ideia de quanto mal nos fazemos por essa maldita necessidade de falar?” Como que reagindo a Pirandello (que pediu a Mussolini para aderir ao Partido Nacional Fascista), Ernest Hemingway (Por Quem os Sinos Dobram) ironiza dizendo que “são precisos dois anos para aprender a falar e sessenta para aprender a calar.”