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terça-feira, 23 de agosto de 2016

Mundo às avessas



ZARAGATA DIPLOMÁTICA

Em Ponte de Sôr houve pé-de-vento de criar bicho com a terrível consequência de deixar um rapaz de 15 anos, com uma vida inteira pela frente, entre a vida e a morte. Já lá vai uma semana de coma induzido.
Então, toca a interpretar o caso como assunto diplomático, já que os agressores do Ruben são filhos do embaixador do Iraque em Lisboa. Os jovens não invocaram imunidade diplomática? Pois a Polícia diz que os libertou nessa base, por disporem desse estatuto.
Os dois rapazes deveriam estar detidos à espera do andamento do processo, como a justiça faz com toda a gente que caia em semelhante pecado. Há países onde fazem pior: acusam o malandro estrangeiro de, além do mau comportamento, terem uns gramas de pó no bolso e toca a andar para o cadafalso, de nada valendo os apelos do país de origem do arguido, dos outros países e ONGs ocidentais e até do Papa: é mandá-lo desta para melhor e não há mais conversa.
Claro que esta conduta não é exemplo e não devemos sequer pensar nela. Agora não podemos deixar passar em claro uma agressão do tamanho da que se registou em Ponte de Sôr. O pai dos rapazes e o próprio Iraque dizem que os jovens actuaram em legítima defesa. Com toda a certeza os dois passaram um mau bocado no bar onde todos se encontraram, já que o grupo onde supostamente se encontrava o Ruben entendeu 'pegar' com os filhos do embaixador. Deve ter sido bastante dessgradável e se calhar perigoso. Agora dizer que atropelar um jovem de 15 anos que está sozinho na rua, de propósito, e depois agredi-lo com pontapés na cabeça claramente para o matar, dizer que isso é legítima defesa, faz favor. Estão a defender-se de um corpo inerte batendo mais no corpo inerte? Isso não é diplomacia nem legítima defesa. É a brutalidade de uma zaragata pós-arraial, infelizmente banalizada.
Oficialmente, diz-se que o princípio da imunidade diplomática foi determinado pela Convenção de Viena (1961) para proteger os diplomatas de "abusos, coacção ou pressões nos países onde estão a trabalhar". Ora, onde é que, neste caso, o embaixador, que é o diplomata - mas mesmo os filhos - sofreu abuso, coacção ou pressão?
Sem ser entendido em Direito ou em Diplomacia, é isto que o cidadão pensa. Os rapazes devem ser julgados como quaisquer outros e ser condenados ou absolvidos. Mais nada.
Isto de imunidades!... Já a parlamentar sempre me fez espécie. A imunidade devia servir para proteger os políticos vítimas de perseguição ou repressão no âmbito do seu desempenho parlamentar ou outro. Mas é aproveitada para imunizar os ditos-cujos que fazem as leis nas suas safadezas contra os outros. Enquanto o comum dos mortais vai para os bancos dos réus, os gajos fazem-nos patifarias e ficam a rir.

1 comentário:

Anónimo disse...

A mim causa- me repugnância!!! Como pode a legislação do nosso país proteger os cidadãos de outros países em detrimento dos seus próprios cidadãos?!
A imunidade diplomática permitr tudo?! Mas que lei ė esta, caramba?!
Se eu fosse o pai do rapaz, faria justiça pelas próprias mãos!!!! Que horro!!!
E é claro que a imunidade parlamentar também me faz confusão?!
Mas como são eles que fazem as leis...
Agora neste caso, é demais!! Não se pode conceber!!!!