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terça-feira, 22 de novembro de 2016

Assembleia Legislativa com espírito de escola básica



Presidente Tranquada (e não Trampuada)
desvia agulha das buganvílias 
e entrega-se ao Parlamento


Raquel Coelho não quis votar.
E o Presidente da Assembleia
não gostou da irreverência
na respeitável casa.


Raquel Coelho recusou-se a participar na votação de um pedido judicial de imunidade. Tranquada Gomes agarrou na irreverência da deputada trabalhista com unhas e dentes: finalmente tem alguma coisa para fazer!


Acaba de me passar à frente do nariz uma aberração parlamentar que me faria trambolhar da cadeira se não reparasse tão depressa que aquilo foi obra de sua excelência o Presidente da Assembleia. Assim, pronto, já entendo a extravagância. Tranquada Gomes já não tem muito mais margem para surpreender.
A história vai neste ponto: o sargento-mor do Parlamento Tranquada encarregou o seu chefe de Gabinete de mandar uma comunicação, em papel timbrado e tudo, ao Presidente da Comissão de Regimento e Mandatos ordenando mais ou menos o seguinte: que faça uma apreciação à conduta da deputada Raquel Coelho (PTP) atendendo a que, estando na sala de plenários quando foi posto à votação um pedido do tribunal para levantamento da imunidade de outro deputado, Edgar Silva (CDU), a mesma parlamentar trabalhista se recusou a votar.
Com Trump daqui a dias na Casa Branca, admito que um senador ou congressista que se recuse a votar numa qualquer matéria seja mandado para a cadeira eléctrica. Mas é tudo muito relativo, que diabo. O Conselho directivo de uma escola básica não se daria à maçada de chamar encarregados da educação ou de castigar com um aula de pé o aluno que cometesse um 'crime' do género aqui referido.
E num Parlamento? Como há-de tratar do assuntozinho um presidente da Comissão de Regimento e Mandatos que se chama José Prada, o homem que não obedeceu à ordem do seu antigo chefe político para processar e expulsar do PSD o então Delfim Miguel Albuquerque? 
Neste caso agora em apreço, seria malvadeza suprema castigar a deputada com a pena máxima, que é, como se sabe, ler na íntegra o modorrento discurso de Tranquada Gomes disparado indiscriminadamente sobre os convidados no Dia da Região.
Muito a sério, o Dr. Prada deve estar perdido de riso com aquele assomo de autoridade manifestado por Tranquada. 

Fazer uma apreciação à conduta de Raquel Coelho no caso do não-voto? Evidentemente que essa apreciação deve propor até um elogio à deputada. 
Sabendo-se da total falta de verticalidade e dignidade naquela casa quando se trata dos direitos dos deputados, como a dualidade de critérios que empurra os da oposição para o tribunal e nega o levantamento da imunidade aos da maioria, o facto de um deputado se recusar a participar na palhaçada devia servir de lição a todos os outros e em especial ao sua excelência Presidente da Assembleia. 
Vem-nos a propósito à ideia... Não foi este cavalheiro Tranquada que há tempos, quando presidente da Comissão de Mandatos, acusaram de ter esquecido na gaveta um pedido de levantamento de imunidade a Jaime Ramos, enviado pelo MP no âmbito da queixa de Miguel Sousa contra Jaime? Parece que foi ele.

Então, depois de tantas situações parciais, injustas e eivadas de abuso de poder que enxovalharam o badalado órgão da Autonomia por excelência, depois de tantas cenas miseráveis que lá estão a conspurcar os arquivos dos Diários da Assembleia, vem agora o Presidente mostrar serviço preocupando-se com uma recusa de um voto!
Fui ver em que parte o regimento obriga a votar. Que artigo manda o deputado sair da sala, se não quiser votar. Nada encontrei, apesar de ter boa vista. Mas pode estar lá escondido, subentendido, algures. Se não estiver, remete-se para o artigo que prevê punição para faltas de respeito ao Parlamento e está resolvido. O conceito de falta de respeito é lato, dá para tudo.
(O PSD a falar de faltas de respeito ao Parlamento é de rir até a lancha encostar!)
Veja-se, pois, onde param as preocupações de um presidente parlamentar! Depois do papel excelente que fez na disposição e escolha de cores das buganvílias que vicejam no grande mural do edifício anexo, com horas esquecidas a dar indicações aos jardineiros, eis as borradas que o homem faz no edifício principal da democracia!
Que passe mais tempo no meio das flores. Ganha-se um jardineiro com bom gosto e evitam-se as broncas de um presidente picuinhas. 
E andamos nós a pagar este 'serviço'!


8 comentários:

Anónimo disse...

Ja aqui o escrevi este ciclo ra prestes a terminar. Convenhamos que o anterior durou quase 40 anos, este vai ser bem pior. Curioso sera veg as mudanças de casacas (pra nao chamar outra coisa) e os lambe.lambe.... A se ajustarem. LOL.

Anónimo disse...

Surreal como todo o parlamento...perseguem deputados, trabalhadores, chefias incompetentes, site internet uma vergonha, nunca esta Casa esteve na lama como agora, arranjinhos para os amiguinhos do Cuba Livre que vieram para o parlamento ocultar falcatruas, contabilidade paralela, pagamentos de suplementos indevidos ocultos no orçamento da ALM, ocultam documentos quando o Tribunal de Contas tenta verificar as contas, apresentando outros documentos, uma Casa onde reina a ilegalidade...etc.....

Anónimo disse...

E levanta-se um padeiro às 3 da manhã para fazer pão para esta gente...!

Anónimo disse...

hahaha o tranquada o juizinho daquilo

Anónimo disse...

Ainda há oposição que incomode os donos disto tudo. Parabéns à deputada.

Anónimo disse...

Um Parlamento para descendentes de trogloditas do Magreb é como dar pérolas a porcos... E nem o fato de marca e a gravata de seda lhes esconde o sebo! Cheiram à distância...
Luís Oliveira

Anónimo disse...

ha que travar a colheira, fez muito bem senhor presidente trampuada

Anónimo disse...

Infelizmente o paraquedista do "tranpuada" tenta passar despercebido a meio de tanta chafurdisse que vai naquela casa,ele já não manda,é mandado.quem tem rabos de palha é assim...