Miséria que dá em fartura

Graças a Carlos Pereira e Almada

já temos hospital a mais

Carlos Pereira do PS esclarece hoje na imprensa que ele mesmo esteve na origem da decisão governamental de meter no Orçamento do Estado metade do custo da construção do famigerado hospital para o Funchal.

Roberto Almada aparece também hoje no Fénix a reivindicar que o seu Bloco de Esquerda, Catarina, Mariana e afins, também conseguiram meter no OE-2016 o custo de meio hospital para a Madeira.

Somando meio hospital do PS com meio hospital do BE, temos um hospital inteiro, novinho em folha, sem ser precisa comparticipação regional.

E não ficamos por aqui. 

Carlos Pereira e Roberto Almada conseguem as suas proezas sem gastarem nada, quando muito um cafezinho no bar de São Bento aos respectivos líderes parlamentares. 

Mas há um problemazinho: então o que é que resta do hospital para o Miguel do Establishment anunciar? Ele, que pagou com o nosso cartão dourado a dolorosa na Doca do Cavacas, numa abundante mariscada com branco gelado e do melhor, naquela noite em que, segundo a imprensa BD, seria debatido com o primeiro-ministro, à mesa, no meio das lapas, lagosta e caramujos, o financiamento do novo hospital? Então o homem não tem direito a brilhar agora?

Isto não fica assim. Pagámos uma conta bem alta no Cavacas. Logo, tem de haver um bocado de hospital para o chefe do Blue anunciar. Como Pereira e Almada estão a fazer hoje. Nem que seja um quarto (25%) de um hospital. Ficamos com um hospital e mais um quarto de hospital. E assim a gente não só fica sem nada para comparticipar como ainda restam lucros com a construção da nova unidade.

E eles em Lisboa com a mania de inteligentes!