Cafôfo um pouco perturbado

Comissão dos incêndios 

pegou fogo

Paulo Cafôfo participou esta tarde nos trabalhos da comissão de inquérito aos incêndios do Verão enquanto mayor de uma das Câmaras afectadas. O outro presidente foi Carlos Teles, da Calheta. Rui Marques, da Ponta do Sol, não se dignou comparecer nem sequer enviou representante. E o seu concelho é um dos que foram pasto das chamas.

Claro que Marques estaria lá caído se não estivesse de mala arrumada para saltar da câmara por causa do limite legal de mandatos.

Não assistimos aos trabalhos, como é óbvio, mas as notícias dão conta de que a reunião foi um mar de labaredas de princípio ao fim, com o presidente da capital ilhoa no centro dos ataques movidos pelos adversários da Geringonça funchalense. Diz quem esteve lá que Rómulo Coelho, João Paulo Marques, Gil Canha e Ricardo Vieira estiveram intratáveis! E que se esses deitavam as achas, outros não paravam de atirar baldes de gasolina para cima daquilo. 
Nem o Nery conseguiria domesticar o incêndio naquela sala.
Aquilo foi atacar Cafôfo por andar atrapalhando os bombeiros durante o combate às chamas, como por exemplo em S. Pedro, na ânsia de sair na fotografia com a máscara de fumo; e por não explicar a ausência, durante o prolongado sinistro, do vereador com o pelouro das cinzas, Domingos Rodrigues.

Perante a refrega escaldante, os deputados do PS, partido que apoia Cafôfo na câmara, saíram de mansinho da sala, enquanto a presidente da comissão de inquérito, Vânia de Jesus, confessava não conseguir controlar a fuzilaria táctica e momentaneamente aliada dos PSD's, PP's e do deputado independente Gil Canha, sobretudo. 

Diz que Roberto Almada, normalmente um papagaio quando a festa pede animação, ficou pr'ali sem poder nenhum de intervenção, como se o gato lhe tivesse comido a língua. 

Ameaçado de se queimar ainda mais no meio daquelas chamas açoitadas por ventos cruzados, como nos fogos do Verão - atenção que há outros queimados que se julgam a salvo... ingenuamente, como havemos de ver -, com medo do fogo, dizíamos, Cafôfo teve de se justificar com o que lhe vinha à cabeça. Para se safar, deve ter dito coisas que não agradariam aos seus colaboradores directos nos Paços. Então, para não haver chatice, no fim dos trabalhos fez um pedido inédito e abstruso aos deputados: que aquilo que foi dito na reunião morresse ali; que não se pusessem a espalhar mais brasas.

Ora, os deputados que ouvem aquilo e sabem que as comissões não podem decorrer em segredo, que são reduzias a actas e tudo, estranharam a teoria de Cafôfo e fizeram-no ver isso. Três dos elementos presentes, que se preparavam para ir buscar os pequenos ao colégio, na sua paz de espírito, pararam para pensar: 

- Guardar em segredo o que se passou ali?! Agora por isso...

E foram três deles a ligar imediatamente para a redacção do Fénix.

Por isso, cá estamos a contar estes entretidos acontecimentos ao Amigo Leitor. A quem pedimos que leia o texto e guarde para si.